Artigo

Juiz de Fora: 149 anos de emancipa??o pol?tica

Por Douglas Fazolatto
31/05/99

Nunca ? tarde para se reparar um erro hist?rico. Em rela??o a Juiz de Fora, n?o h? momento mais prop?cio que neste 31 de maio, quando se festeja os 149 anos de emancipa??o pol?tica, e n?o da funda??o, como insistem alguns autores.

Outro erro crasso ? atribuir ao engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld a funda??o da cidade. Como pode algu?m fundar o que j? existe? O memorialista Pedro Nava, em seu livro "Ba? de Ossos", cita a respeito do Halfeld:"...Esse casamento com gente tradicional e povoadora do Paraibuna deve ter sido elemento de fixa??o na cidade que dizem que ele fundou. Fundou depois de seu sogro e depois de seus cunhados...".

A hist?ria gira em torno da fazenda do Juiz de Fora, adquirida pelo sogro de Halfeld, o capit?o Ant?nio Dias Tostes, em 1812. ? este, com certeza, o grande propulsor do surgimento da povoa??o quando escolheu a regi?o para implantar sua base mercantil. Tostes era um grande empreendedor e n?o foi por altru?smo que trabalhou para o progresso da localidade, mas visando aumentar seu poder pol?tico e econ?mico e expandir fronteiras comerciais.

Tostes comprava sesmarias e grandes fazendas, subdividia e as vendia a prazo, a juros de mercado. Os compradores eram, em sua maioria, pessoas que dependiam dele economicamente. Era um capitalista nato.

O capit?o Tostes, por provis?o r?gia de 11 de dezembro de 1815, foi autorizado a mudar de lugar a Capela de Santo Ant?nio, em sua fazenda do Juiz de Fora. Esta transfer?ncia se fez por provis?o episcopal de 13 de novembro de 1821. E estava sendo reconstru?da conforme o relato do Brigadeiro Cunha Matos, quando aqui passou em 1823.

At? 1812 n?o existiam nem os primeiros sinais da povoa??o. Pela denomina??o de Juiz de Fora, era conhecida uma grande quantidade de terras composta por seis sesmarias, da qual foram possuidores as fam?lias Barbosa Lage e Vidal e, posteriormente, os Dias Tostes.

Com o apoio pol?tico de seus primos Leme e dos tios, os capit?es Jo?o e Jos? Braz de Almeida, que exerceram altos cargos na Vila de Barbacena, Tostes se empenhou e conseguiu a eleva??o do Curato ? condi??o de Distrito, pela lei geral de 1? de outubro de 1828, com a denomina??o de Santo Ant?nio do Juiz de Fora.

A popula??o aos poucos aumentava. Em 1831, conforme o mapa de popula??o existente no Arquivo P?blico Mineiro, o distrito somava 1419 habitantes. E possu?a Cart?rio, Ju?zo de Paz e Sub-delegacia de Pol?cia.

Por ocasi?o da morte da primeira mulher, Anna Maria do Sacramento, a 23 de novembro de 1833 e sepultada naquela capela, foi realizado invent?rio e a partilha do bens, que somou 182:444$578 (182 Contos e 444.578 R?is), e s? ficou pronta 4 anos depois. Foi ent?o que a ?rea central da cidade foi divida entre os 12 filhos, permitindo assim um crescimento mais r?pido daquele distrito que seria emancipado em 31 de maio de 1850. S? que um erro de publica??o da lei complicou toda a hist?ria. Em vez de sair Vila de Santo Ant?nio do Juiz de Fora, da Comarca do Paraibuna, foi publicado Santo Ant?nio do Paraibuna.

O erro s? foi reparado em 1865, quando o neto do Tostes, o futuro Bar?o de S?o Marcelino, ent?o deputado provincial, fez aprovar uma lei, voltando a denomina??o original, ou seja, Juiz de Fora.