A relação do homem com a natureza

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A rela??o do homem com a natureza
Juliana Machado 20/08/2013

A relação do homem com a natureza

Inicio esta coluna registrando a felicidade que sinto em poder falar sobre o tema meio ambiente, em um cenário de comunicação tão interativo. O objetivo deste espaço será discutir assuntos relativos à inevitável relação do homem com a natureza, as consequências desta relação quando acontece de maneira desequilibrada e as responsabilidades que todos nós temos com o meio no qual estamos inseridos, mas que muitas vezes negligenciamos. Vamos falar sobre o papel do homem como espécie biológica, mas também e principalmente, como agente moral, aquele que entende o significado das suas ações no mundo. Serão assuntos comuns em nossa coluna a situação dos animais, as questões referentes ao desmatamento, poluição e produção de lixo, a exploração de recursos naturais, a delicada situação do uso da água e da produção de energia e a participação das empresas, da mídia e dos governos nos debates que giram em torno do tópico meio ambiente e de outros tantos assuntos que com ele dialogam. Falaremos sobre reciclagem e reutilização de objetos, bem como sobre a redução dos hábitos desenfreados de consumo tão característicos da nossa sociedade. Traremos as inovações que estão acontecendo mundo afora e que são uma luz no fim do túnel quando os mais pessimistas acharem que tudo está perdido. Questões éticas serão presenças constantes, afinal, a ética diz respeito ao nosso modo de atuar no mundo e às melhores escolhas que podemos fazer levando em consideração os atores que compartilham conosco esta vivência.

Esta colunista tem a intenção de deslocar o tema meio ambiente do lugar comum, da banalização e da preocupação exclusiva de profissionais da área. É preciso pensar diferente, independentemente de quem você seja, e quem sabe esta coluna não possa contribuir com este novo modo de raciocinar? Por que não reduzir nossos hábitos de consumo já que sentimos na pele os efeitos nefastos deste agir? Por que não avaliar o modo como nos relacionamos com os outros seres vivos, se está certo ou errado, segundo a capacidade de discernimento moral que todos nós podemos desenvolver? Por que não fechar as torneiras, apagar as luzes, separar o lixo, reutilizar o papel ou utilizar sacolas ecológicas na hora das compras? Uma mudança começa de uma simples atitude, insignificante aos olhos de alguns e importantíssima aos nossos próprios olhos e para o mundo como um todo.

Finalizo a apresentação da coluna registrando novamente a minha imensa satisfação em poder promover este tipo de pensamento, voltado para o mundo. Convido todos para acompanhar as publicações que serão feitas neste espaço periodicamente. Todos os dias 10 e 25 de cada mês pretendo compartilhar um olhar que possuo sobre alguma questão que envolva o meio ambiente, a biologia, a natureza e seus atores. Desejo que estas considerações de fato promovam mudanças, mínimas que sejam, nos leitores que se dediquem a refletir comigo. Abaixo trago um pequeno trecho atribuído a Albert Einstein e que resume o modo de pensar que pretendo conduzir aqui. Sejam todos bem-vindos a mais um espaço carinhosamente preparado de reflexão e ação, cujo foco é a nossa casa maior, a Terra.

"O ser humano vivencia a si mesmo e seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica da sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior."


Juliana Machado é Bióloga, mestre em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal - UFJF/MG. Doutoranda em Bioética, ética aplicada e saúde coletiva - UFRJ/UFF/UERJ e Fiocruz.