Grupo Divulga??o, um patrim?nio de 41 anos Populariza??o do teatro e pioneirismo s?o as marcas do Grupo

*Guilherme Oliveira
Colabora??o
23/07/2007

Andar pela imponente casa do Forum da Cultura ? mais do que viajar no tempo, ? sentir ao pisar degrau por degrau de suas escadas quase centen?rias parte da hist?ria de Juiz de Fora e porque n?o dizer da hist?ria mundial.

Pois ? l? que o Grupo de Teatro Divulga??o, que completou 41 anos de funda??o no m?s de julho, apresenta suas pe?as teatrais desde 1972. Um patrim?nio da cidade, assim como a casa.

Antes de conquistar seu pr?prio espa?o, o grupo encenou em diversos locais. O in?cio, como n?o poderia ser diferente, foi de aprendizado, mas um aprendizado de quem teve que nascer j? sabendo driblar. Foi assim, em plena ditadura militar que o Divulga??o come?ou a mostrar todo o seu servi?o.

"Foi uma ?poca de saber jogar xadrez com a censura. A princ?pio nosso trabalho foi bastante n?made. Conseguimos esse espa?o (Forum da Cultura) depois de ficarmos cinco anos no nomadismo", conta Jos? Luiz Ribeiro, diretor do Grupo, jornalista e professor universit?rio.

Foto de Jos? Luiz Ribeiro Tudo come?ou no dia 7 de julho de 1966, data da primeira pe?a apresentada, "Amor em verso e Can??o", realizada no sal?o do Instituto C?ndido Tostes, sendo os versos de Cec?lia Meireles os primeiros a serem declamados pelo grupo. "Eu canto porque o instante existe e minha vida est? completa /N?o sou alegre nem sou triste/ Sou poeta".

"O grupo chega aos 41 anos comemorando muito pioneirismo, mas principalmente com aquele pensamento inicial, mede-se a cultura de um povo pelo seu teatro, foi uma meta a ser cumprida e inegavelmente Juiz de Fora, hoje, ? uma cidade que respira teatro", afirma Jos? Luiz.

Temas sempre atuais

"Mesmo que eu fa?a uma pe?a grega, eu a fa?o com um olhar contempor?neo". Assim Z? Luiz, como ? carinhosamente conhecido, define uma das principais caracter?sticas do Divulga??o que retrata todo e qualquer tipo de pol?mica, seja pol?tico, religioso ou social, de uma forma nua e crua. "O teatro penetra", filosofa.

Foto de uma pe?a teatral A pe?a "Bodas de Sangue", de Frederico Garcia Lorca, grande inspirador do grupo, firmou o Divulga??o no cen?rio cultural de Juiz de Fora e passou a ser modelo para o grupo, que aos poucos conseguiu sua maior conquista, a populariza??o do teatro na cidade. "Hoje contamos com mais de 200 n?cleos de teatro. No come?o, n?o havia negros na plat?ia", lembra Z? Luis.

Se a d?cada de 1960 foi de aprendizado, a de 1970 foi de al?ar v?os mais altos com viagens, participa?es em festivais e a conquista do espa?o do F?rum da Cultura. Em 1980, o grupo j? passou a ser refer?ncia e tinha in?cio o projeto de populariza??o do teatro, comunidades carentes e escolas p?blicas come?aram a acompanhar gratuitamente suas pe?as, com os projetos "O povo vai ao teatro" e "A escola vai ao teatro", hoje integrados como "Escola do Espectador".

A d?cada de 1990 foi o auge de apresenta?es. "Foi um momento que a gente enlouqueceu, foram 122 espet?culos num mesmo ano".

Foto de Jos? Luiz Ribeiro A primeira d?cada do novo mil?nio traz todo um trabalho junto ? sociedade, com v?rios projetos de extens?o, como a Escola de espectadores; Centro de Estudos Teatrais - Cursos e oficinas; Curso para Universit?rios, Workshop de interpreta??o para a 3? idade e Semin?rio "Os Caminhos do teatro".

"N?s nos tornamos um modelo. E o mais importante dessa conquista, deixamos para a comunidade, uma hist?ria de pioneirismo. Eu costumo dizer que o teatro ? um elemento divinat?rio, ? uma forma de estar com Deus", diz Z? Luiz, que tem como sonho a cria??o de um curso de Artes C?nicas na cidade.

*Guilherme Oliveira ? estudante de Comunica??o Social da UFJF


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