Reuni?o no Minist?rio P?blico n?o impede greve Astransp n?o comparece ? ?ltima reuni?o antes da greve dos motoristas e cobradores e ser? responsabilizada, segundo promotor


Guilherme Ar?as
Rep?rter
6/3/2009

A Associa??o Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) ser? responsabilizada por qualquer preju?zo f?sico ou material que venha a acontecer em decorr?ncia da greve dos motoristas e cobradores do transporte coletivo urbano, agendada para come?ar ? zero hora desta segunda-feira, 9 de mar?o. A afirma??o ? do titular da Promotoria de Meio Ambiente e Urbanismo, J?lio C?sar da Silva, em reuni?o com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo de Juiz de Fora (Sinttro), na tarde desta sexta-feira, 6 de mar?o.

A decis?o foi motivada pela aus?ncia da Astransp no encontro que tentou buscar uma solu??o para o impasse entre as empresas de ?nibus e os trabalhadores. O promotor reconheceu que a paralisa??o dos coletivos pode despertar a rea??o de movimentos sindicais, estudantis e de outras classes. De acordo com o J?lio C?sar, uma a??o de perdas e danos pode ser impetrada contra as empresas, caso a Pol?cia Militar registre ocorr?ncias causadas pela greve.

"Eu considero uma falta de respeito da Astransp n?o comparecer a essa reuni?o. Se ela n?o quer responder pela quest?o do diss?dio coletivo, que ela responda ao Minist?rio P?blico sobre a qualidade do servi?o", reagiu o promotor.

O presidente da Astransp, Fernando Goretti, atrav?s da assessoria de imprensa da Astransp, disse que foi convidado para a reuni?o na noite do dia anterior, quinta-feira, 5 de mar?o. Segundo o empres?rio, uma outra reuni?o na Secretaria de Transporte e Tr?nsito j? estava agendada para o mesmo hor?rio.

Para o advogado do Sinttro, Jo?o Fernando Louren?o, assim como prev? a Constitui??o Federal, todos os recursos de negocia??o da categoria foram esgotados, o que credencia o movimento a pedir o ajuizamento do diss?dio. Uma vez feito o pedido, cabe ? Justi?a do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposi?es m?nimas legais de prote??o ao trabalho.

De acordo com o vice-presidente do Sinttro, Paulo Avezani, o sindicato sempre esteve aberto ?s negocia?es e pode suspender a greve, caso a Astransp aceite continuar as conversas. "Para isso n?s exigimos a garantia da data-base e dos direitos conquistados anteriormente".

Mesmo com a aus?ncia de representantes das empresas de ?nibus na reuni?o desta sexta, o promotor J?lio C?sar disse que vai tentar at? o ?ltimo minuto uma conversa com o presidente da Astransp, na tentativa de encontrar uma solu??o que possa suspender a greve dos trabalhadores.

Horas antes do encontro com o promotor, o Sinttro participou de uma reuni?o com a Astransp no Minist?rio do Trabalho. As partes n?o chegaram a um acordo e as empresas de ?nibus se negaram a fazer a escala de plant?o para as linhas que v?o circular durante a greve.

Com a recusa, os pr?prios trabalhadores v?o elaborar a escala de funcionamento, que ser? enviada ?s autoridades at? o domingo, dia 8. Ainda n?o se sabe quais linhas de ?nibus ser?o mais atingidas pela paralisa??o e nem quantos motoristas e cobradores v?o aderir ? greve. Mas a expectativa do Sinttro ? de que o movimento conte com 45% de ades?o logo no primeiro dia.

Sinttro garante que quest?o salarial n?o se relaciona ao aumento da tarifa

O promotor J?lio C?sar questionou a decis?o da greve dos motoristas e cobradores, baseado em suspeitas de que o Sinttro teria liga?es com as entidades patronais e a greve estaria sendo deflagrada para justificar o aumento das tarifas de ?nibus.

O vice-presidente do Sinttro rebateu as acusa?es e defendeu a distin??o entre os temas relativos ? campanha salarial dos trabalhadores e o aumento da passagem de ?nibus. Segundo Avezani, o sindicato ? contr?rio ao reajuste das tarifas dos ?nibus em Juiz de Fora.

J?lio C?sar explicou que as quest?es tarif?rias do transporte coletivo n?o competem ? Promotoria de Meio Ambiente e Urbanismo, mas declarou que a decis?o deve influenciar diretamente na qualidade do servi?o oferecido para a popula??o. "Quero saber se o aumento da passagem vai trazer melhorias para o transporte coletivo urbano. Eu, particularmente, acho que n?o vai", defendeu.

As suspeitas do promotor sobre as reais inten?es do Sinttro partem de um grupo de oposi??o ao sindicato, que acusa o ?rg?o de uma s?rie de irregularidades, entre elas, estar atrelado aos interesses dos empres?rios do transporte coletivo.

Avezani considera infundadas as acusa?es, uma vez que a justi?a reconheceu a ilegitimidade do movimento de oposi??o. Para o promotor J?lio C?sar, as brigas internas do sindicato contribu?ram para manter "nebulosa" a situa??o do transporte coletivo em Juiz de Fora.