Quinta-feira, 21 de maio de 2009, atualizada às 19h16

Câmara Municipal vai participar das negociações de reajuste salarial entre Sinpro e Prefeitura

Clecius Campos
Repórter

A Comissão de Educação da Câmara Municipal de Juiz de Fora, formada pelos vereadores Ana Rossignoli (Ana do Padre Frederico - PDT), José Sóter Figuerôa (PMDB) e Roberto Cupolillo (Betão - PT), vai passar a acompanhar as negociações de reajuste salarial entre o Sindicato dos Professores (Sinpro) e a Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH). A decisão foi tomada pelo presidente da Casa, Bruno Siqueira, a pedido do Sinpro.

Na tarde desta quinta-feira, dia 21 de maio, alguns manifestantes, liderados pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores de Juiz de Fora (CUT), Péricles de Lima, interromperam uma audiência pública sobre segurança, que acontecia na Câmara. O objetivo era entregar a Siqueira um pedido oficial de intervenção nas negociações em prol dos professores.

Lima alegou que o Executivo estaria desrespeitando uma lei federal e uma lei municipal ao negar reajuste salarial à classe. Segundo ele, a Câmara tem o dever de fiscalizar a Prefeitura de Juiz de Fora e fazer cumprir a legislação. "A Constituição Federal obriga reajuste salarial anual aos professores. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2009 prevê aumento de salário conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 5,5%."

Mais negociações

Na manhã desta quinta-feira, dia 21, a comissão do Sinpro voltou a se reunir com o titular da SARH, Vitor Valverde, para comunicar oficialmente a decisão tomada pela categoria na assembleia realizada no dia anterior. Os professores mantiveram a greve (que alcança 74% dos profissionais da rede pública municipal), mesmo após a apresentação de uma contraproposta da Prefeitura. "A categoria considerou que a oferta ainda pode melhorar. Por isso, vamos nos reunir novamente com a Prefeitura na sexta-feira, dia 22 de maio, para nova negociação", afirma o coordenador do Sinpro, Flávio Bitarello.

No dia 20 de maio, a Prefeitura propôs aumento da Ajuda de Custo para a Valorização de Magistério (ACVM) de R$ 450 para R$ 580 e reajuste de 2% (passando de 8% para 10%) no pagamento adicional em caso de reuniões pedagógicas, que a partir de dezembro seria incorporado ao salário. Concedeu ainda pagamento anual de Adicional de Incentivo ao Magistério de R$ 200 para educadores na ativa e R$ 100 para aposentados e o aumento do valor pago por reunião para diretores (de 45% para 50%) e vices (de 25% para 35%).

Paralisação de médicos e dentistas

A Prefeitura divulgou o balanço das paralisações dos médicos e dentistas da rede municipal nesta quinta-feira, dia 21 de maio. Mais da metade dos médicos (57%) que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) cruzaram os braços. Das 57 unidades, apenas 18, sendo 15 na zona rural e três no perímetro urbano (Bandeirantes, Jóquei Clube I e Parque Guarani), tiveram atendimento regular.

O Departamento de Saúde da Criança e Adolescente também foi prejudicado: 40% dos profissionais não trabalharam. Todos os médicos do ambulatório de pediatria da Policlínica de Benfica aderiram à paralisação. A situação não mudou na Regional Leste, no Hospital de Pronto Socorro, no Pam Marechal nem no Pronto Atendimento Infantil, onde o expediente funcionou normalmente.

Entre os dentistas que trabalham nas 17 UBSs, 60% aderiram ao movimento. Nos Centros de Especialização de Odontologia, dos 23 profissionais que teriam que trabalhar na parte da manhã desta quinta-feira, dez pararam, cerca de 40 %.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes