Trabalhadores do setor têxtil realizam manifestação no Centro de Juiz de Fora

Com bandeiras e cartazes, os manifestantes seguiram em direção ao Ministério do Trabalho, onde houve uma reunião

Andréa Moreira
Repórter
24/09/2012
Manifestação

Trabalhadores do setor têxtil de Juiz de Fora realizaram uma manifestação na tarde desta segunda-feira, 24 de setembro, no Centro de Juiz de Fora. Com bandeiras e cartazes nas mãos, os empregados reuniram-se no Calçadão da rua Halfeld, seguindo até o prédio do Ministério do Trabalho, onde o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Juiz de Fora se reuniu com representantes do Sindicato Patronal para discutir as reivindicações dos empregados.

Após a reunião, a categoria seguiu em direção a sede do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, para decidirem se aceitam ou não a proposta apresentada pelos patrões. Até o fechamento desta nota, a assembleia ainda não havia terminado.

De acordo com o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Oleg Abramov, funcionários de quarto fábricas de Juiz de Fora já aderiram ao movimento. "Quero ressaltar que essa é uma greve progressiva e que estamos com uma adesão excelente ao movimento. Afinal, são mais de 20 anos sem uma greve deste setor, por isso lutamos também por um resgate desta categoria."

Problemas

Durante a manifestação, os funcionários denunciaram que três colegas foram demitidos após aderirem à greve. "Este assunto já foi levado ao Ministério do Trabalho e será investigado," explica Abramov.

O costureiro Heberton Esteves, que trabalha há dez anos no setor, também faz outras denúncias. "Nós enfrentamos uma pressão muito grande. Temos apenas dois intervalos por dia, um às 9h e outro às 14h. Cada um de apenas três minutos. Esse tempo não dá para fazermos nada. Conheço caso de patrões que batem na porta dos banheiros, para chamar os funcionários. Sem contar com a cobrança por produção. Têm empresas que exigem a confecção de 300 cuecas por hora. Isso é desumano. Também temos o problema do maquinário antigo. A máquina em que trabalho, por exemplo, tem mais de 50 anos."

Outro assunto levantado por Esteves refere-se à pressão que os empregados estão enfrentando durante o período da greve. "Tínhamos convênio com farmácia, padarias, e tudo foi cortado. Estamos com medo que cortem até nosso convênio médico."

Reivindicações

O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Juiz de Fora reivindica piso salarial de R$ 800, além de um aumento de 10% nos salários acima do piso, isenção do vale-transporte, tíquete alimentação no valor de R$ 143 e alguns benefícios sociais, como explica o diretor da CUT. "Também estamos lutando por um feriado da categoria, auxílio-creche, auxílio material escolar e algo que consideramos primordial, que é a aceitação de atestado médico, quando os filhos destes trabalhadores ficarem doentes. Afinal, a maioria desta categoria é prioritariamente de mulheres."

Bancos

O setor bancário de Juiz de Fora também está em greve deste o dia 18 de setembro. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora (Sintraf-JF), Carlos Alberto Nunes, a adesão da greve está cada vez maior. "Hoje [segunda-feira] fechamos 26 agências de Juiz de Fora e mais uma em Bicas e outra em São João del-Rei. O que prova que nosso movimento está forte."

O Sintraf-JF realiza nesta segunda-feira, 24, outra assembleia para definir se a greve continua. "Enquanto não tivermos nossas reivindicações aceitas, nós continuaremos lutando," afirma Nunes.

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Os textos são revisados por Mariana Benicá

Setor têxtil de Juiz de Fora pode deflagrar greve a partir desta quarta-feira

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