Segunda-feira, 9 de novembro de 2009, atualizada às 17h11

Polícia busca suspeitos de homicídio em saída de baile funk

Clecius Campos
Repórter

A Polícia Civil (PC) está na busca de dois suspeitos, apontados pela Polícia Militar (PM), do homicídio de um motoboy de 24 anos na saída de um baile funk no Centro da cidade. O crime aconteceu na madrugada desta segunda-feira, 9 de novembro. O inquérito para apurar a causa e identificar os responsáveis foi aberto e está a cargo da 7ª Delegacia Distrital de Juiz de Fora.

De acordo com informações da PM, uma testemunha contou que a vítima foi atingida no tórax por dois disparos de um revólver de calibre 38, após ter-se desentendido com dois indivíduos, na saída de um baile funk. Segundo relato da testemunha, a dupla fugiu em um Kadett vinho. A placa não foi identificada. A PM foi chamada ao local e encaminhou o motoboy ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas ele não resistiu aos ferimentos. Tanto vítima como suspeitos estariam envolvidos com tráfico e uso de drogas.

O assassinato levanta a discussão sobre a realização de bailes funk na área central de Juiz de Fora. Em setembro deste ano, o Ministério Público e a PM celebraram um acordo com os proprietários de clubes e organizadores de duas festas do tipo na cidade, a fim de que os eventos ficassem proibidos até segunda ordem. O acordo previa que, assim que os clubes regularizassem suas situações junto à Secretaria de Atividades Urbanas (SAU), haveria a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e, mais tarde, a liberação das festas.

Porém, de acordo com o promotor Júlio César da Silva, o baile foi realizado com autorização da SAU, que expediu alvará, autorizando a realização da festa. "A Promotoria e a PM estão empenhadas em acabar com esse tipo de violência comum na saída dos bailes funk, mas a secretaria deu a licença e, de posse do documento, o clube pode funcionar. Esta é mais uma vítima da irresponsabilidade do poder público."

A titular da SAU, Sueli Reis, afirma que há cerca de 30 dias a secretaria tenta, sem sucesso, contato com o MP, a fim de regulamentar a realização dos bailes. Segundo Sueli, o clube onde o baile ocorreu executou todas as exigências e estava perfeitamente habilitado para funcionar, de acordo com o Código de Posturas do Município. "A Prefeitura não é responsável por essa fatalidade."

De acordo com um dos promotores do baile, Arlindo Lelis, as câmeras do sistema de segurança do local indicaram que a vítima esteve na festa, mas não teria protagonizado nenhum momento de desentendimento ou briga dentro do clube. Ao ter contato com o grupo de pessoas que acompanhava o motoboy, a segurança particular da festa teria descoberto que os suspeitos partiram do Terreirão do Samba, em direção à vítima, disparando os tiros.

"O baile acabou à meia-noite e o homicídio aconteceu cerca de 45 minutos depois. Os assassinos deviam saber que a vítima estaria no baile e planejaram o crime. Para nós, a ação foi premeditada."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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