Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010, atualizada às 19h30

Situação da Polícia Civil de Juiz de Fora é denunciada em audiência pública

Aline Furtado
Repórter

Juiz de Fora conta, atualmente, com 160 policiais civis para atender a uma população de aproximadamente 600 mil habitantes. De acordo com o diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindipol) Regional Zona da Mata, delegado Marcelo Armstrong, o ideal seriam 600 policiais para atender à cidade. "Isso acaba gerando uma sensação de impunidade. Não só os policiais civis estão sacrificados, mas toda a população." Segundo Armstrong, no último concurso realizado, foram aprovados 691 candidatos, mas nenhum agente foi designado para Juiz de Fora. A próxima formatura ocorre em abril, quando 800 profissionais se formarão. "Necessitamos, de imediato, de no mínimo cem profissionais."

Segundo o diretor administrativo do Sindipol Regional Zona da Mata, Gustavo Toledo Vaz de Melo, aquela que deveria ser o principal foco do trabalho realizado pela categoria, a investigação, não vem sendo cumprida devido às demandas diante do baixo número de efetivo. "Existem agentes afastados por problemas psiquiátricos e por Lesões por Esforços Repetitivos [LER], entre outras causas."

Melo ressaltou que a Polícia Militar (PM) registra, apenas na região central da cidade, entre 800 a mil ocorrências por mês. "Toda esta demanda é repassada à PC." Além disso, a categoria desenvolve funções administrativas, como a expedição de documentos de veículos, além de atendimento ao público. "Só para exemplificar, são aproximadamente cinco a seis mil documentos veiculares expedidos por mês."

O vice-presidente do Sindipol Minas Gerais, Denilson Martins, destacou a necessidade de aumento do efetivo para que haja mais controle. "Juiz de Fora tem alto potencial para o crime devido ao fato de se tratar de um polo regional, do número elevado de habitantes e da proximidade com o Rio de Janeiro, o que pode provocar a migração da criminalidade para cá."

Diante da situação da PC em Juiz de Fora, uma representação do Legislativo, que deverá ser assinada pelos 19 vereadores, será encaminhada ao governador de Minas Gerais, ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado, ao prefeito de Juiz de Fora, ao secretário de Estado de Defesa Social e aos deputados eleitos pela região. No documento deverão constar os problemas enfrentados pela categoria, além da necessidade de intervenção imediata para melhoria da infraestrutura do órgão. O vereador Isauro Calais (PMN) propôs a formação de uma comissão de vereadores e representantes do Sindpol para tratar do problema diretamente com o governador.

CNH

A situação da PC foi apresentada durante audiência proposta pelo vereador Calais, realizada nesta segunda-feira, 8 de fevereiro, para tratar de assuntos referentes à dificuldade de marcação de exame de direção para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). "Fui procurado, no ano passado, por diretores de centros de formação de condutores (CFCs), que reclamavam da dificuldade de marcar os exames. Candidatos chegavam a perder a taxa paga."

Entretanto, a delegada da PC e coordenadora do Setor de Habilitação e Controle de Condução de Veículos, Cristiane Maciel de Andrade Leitão, informou que, com a realização do mutirão para avaliação de candidatos à CNH, a situação foi normalizada." Até novembro do ano passado a demanda era muito alta, mas o mutirão ofereceu 2.400 vagas, sobrando 600. A partir de dezembro de 2009, optamos por priorizar a marcação para candidatos da cidade, já que atendemos à região. Hoje, temos 1.133 vagas sobrando."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes