Segunda-feira, 14 de março de 2011, atualizada às 12h58

Taxistas pretendem organizar recusa a bairros com alto índice de assaltos

Victor Machado
*Colaboração
Táxi em Juiz de Fora

As ocorrências envolvendo assaltos a taxistas em Juiz de Fora fizeram com que a categoria ficasse em alerta. Segundo o presidente da Associação de Condutores Autônomos de Serviço de Táxi de Juiz de Fora, Luiz Gonzaga, será realizada uma reunião irá orientar os taxistas a recusar corridas para bairros onde o índice de ocorrências é alto.

Gonzaga afirma que ainda não há definição dos nomes dos bairros e regiões que sofrerão com o boicote. "O trabalhador está ficando vulnerável, então, a única forma de melhorar é boicotando alguns locais."

Segundo ele, a ajuda da população é essencial. "As pessoas devem denunciar esses assaltantes. Porque, se o bairro for boicotado, quem vai ser prejudicado é o usuário de táxi. Infelizmente, muitas pessoas vão pagar por outras." Gonzaga aponta que são registrados, em média, três a quatro assaltos a taxistas por dia. "Temos visto uma média muito alta. Isso está preocupando os trabalhadores. Por esse alto número é que vamos precisar agir dessa maneira."

Em uma das ocorrências registrada no bairro Aracy, na manhã de domingo, 13 de março, um taxista, de 70 anos, foi agredido por um homem, que roubou R$ 170 e fugiu. A vítima foi levada para o HPS, onde foi constatada uma fratura no braço direito. Na manhã de sábado, 12 de março, no bairro Mundo Novo, duas pessoas entraram em um táxi e anunciaram o assalto. O motorista teria reagido e perdido o controle do carro, que desceu uma escadaria, inclinado em um corrimão. Os assaltantes fugiram. 

Falta de punição deixa categoria mais vulnerável

Um dos motivos, apontados por Gonzaga, que torna a categoria vulnerável na cidade é a falta de punição. "Os assaltantes são presos, mas logo depois liberados. Quando voltam às ruas, acabam assaltando novamente." De acordo com o presidente da associação, a ação da Polícia Militar é rápida. "Não temos o que reclamar. A polícia nos ajuda bastante."

Para prevenir assaltos, além da recusa a corridas para determinados bairros, a associação orienta que os taxistas verifiquem os passageiros e, caso se sinta em perigo, recusem o trabalho. Outra recomendação é parar em postos policiais durante a madrugada e em situações de risco.

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken