Quarta-feira, 23 de março de 2011, atualizada às 18h20

Treze assaltos e roubos a postos de combustíveis são registrados em JF no primeiro trimestre de 2011

Aline Furtado
Repórter
Posto de combustível

Entre os meses de janeiro e março de 2011, Juiz de Fora registrou treze assaltos e roubos a postos de combustíveis. Deste total, seis foram contabilizados em estabelecimentos localizados na Zona Norte (ver mapas). O restante ocorreu na região Sul e nas demais áreas da cidade. Nos anos de 2009 e 2010, respectivamente, foram praticados 45 e 36 crimes contra postos de combustíveis.

Segundo dados do 27º Batalhão da Polícia Militar (BPM), que é responsável pelas regiões Norte, Sul e pela Cidade Alta, dos sete casos verificados pela corporação, dois foram em Nova Era, um em Santa Cruz, um na Barreira do Triunfo, um no Francisco Bernardino, um no Distrito Industrial e um no Salvaterra.

"Com isso, percebemos que a maioria dos crimes foi praticada na Zona Norte. Além disso, de acordo com nossos levantamentos, o mês de fevereiro foi o mais crítico, somando quatro dos sete assaltos e roubos, um deles, inclusive, com disparo de arma de fogo em um posto do bairro Vitorino Braga", destaca o capitão do 27º BPM, Wallace Brandão Vidal. O militar afirma que a maioria dos crimes foi verificada entre as 18h e as 6h.

Das áreas sob a jurisdição do 27º BPM, a Zona Norte é a que conta com o maior número de postos de combustíveis, sendo treze no total. A região Sul tem nove postos, enquanto a Cidade Alta contabiliza três estabelecimentos. De acordo com o capitão, no ano de 2010, as áreas registram 25 assaltos ou roubos, enquanto em 2009 foram 28 crimes. "Se compararmos o período de janeiro a março dos anos de 2010 e 2011, veremos que o número de crimes desta natureza não cresceu. Neste ano, tivemos os mesmos sete do ano passado."

Nas demais regiões da cidade, referenciadas pelo 2º Batalhão de Polícia Militar, foram seis crimes em postos de combustíveis nos três primeiros meses de 2011. Nos anos de 2009 e 2010, foram contabilizados 17 e 11 assaltos ou roubos, respectivamente. "Segundo dados da ANP [Agência Nacional do Petróleo], na área sob responsabilidade do 2º BPM há 51 postos de combustível cadastrados. Com isso, torna-se inviável ter um policial fazendo a segurança de cada um destes estabelecimentos", afirma o capitão responsável pela companhia, Jovânio Campos Miranda.

Entre as medidas que já foram tomadas pelos batalhões a fim de conter as práticas criminosas está o estabelecimento da base móvel da PM, que auxilia na criação da Rede de Comerciantes Protegidos. "Mas para que o projeto dê certo, a participação dos trabalhadores e dos proprietários dos estabelecimentos é fundamental, por meio do repasse do máximo de informações possíveis à PM", reforça Miranda.

A PM criou, ainda, a Patrulha Preventiva na região Norte, além de ter intensificado o patrulhamento naquela região e de ter desenvolvido uma operação focada nos motociclistas. "Isso porque percebemos que grande parte dos crimes é praticada por indivíduos usando motocicletas, já que, desta forma, a fuga é facilitada, assim como a identificação é dificultada, devido ao uso do capacete", explica Vidal.

Ele lembra, também, que está em fase de estudos a possibilidade de criação de uma nova companhia da PM na região Norte. "Desta forma, conseguiremos dividir a responsabilidade de trabalhar em 83 bairros, mais onze distritos, todos somente naquela região." Segundo os militares, após a instalação de um posto da PM em um estabelecimento do bairro Jóquei Clube, os crimes não mais foram praticados. "Somente no ano de 2010, foram treze assaltos a este estabelecimento. Depois da instalação, não tivemos mais registros", destaca Vidal.

Medidas

Para discutir a segurança de trabalhadores e de proprietários de postos de combustíveis, foi realizada, nesta quarta-feira, 23 de março, uma audiência pública na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF). "Precisamos combater o problema desde sua raiz, que está nas drogas e no desemprego", defende o vereador proponente da audiência, José Emanuel (PSC).

O responsável pelo 2º BPM sugere a criação de uma comissão que reúna proprietários, frentistas e PM. "O ideal seria nos reunirmos de tempo em tempo, para discutirmos a questão da segurança." Além disso, ele aponta a necessidade de instalação de câmeras de segurança, a fim de auxiliar a identificação dos criminosos.

Já o delegado da Polícia Civil, Eurico da Cunha Neto, reforça a necessidade de adequação do local de instalação das câmeras. "Nosso trabalho diz respeito à investigação e nossa maior dificuldade refere-se à identificação de quem pratica o crime. As câmeras são posicionadas de maneira muito alta, gravando imagens de cima para baixo, o que faz com que o rosto dos assaltantes não seja visto."

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis, Paulo Guizelini, medidas como melhoria na iluminação, instalação de alarmes e obrigatoriedade aplicada a motociclistas a respeito da retirada do capacete ao chegar ao estabelecimento reforçariam a segurança. "Nossa categoria vem sofrendo constantes agressões, tanto físicas quanto psicológicas. Isto precisa mudar."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken