Operadoras de telefonias não têm previsão de investimento para distritos de JF

Durante reunião com a Comissão Especial de Telefonia foi divulgado que o serviço de 4G deve começar a funcionar na cidade

Lucas Soares
Repórter
2/10/2013
Telefonia Móvel

A Comissão Especial de Telefonia, Comunicação e Internet Móvel da Câmara de Juiz de Fora se reuniu na tarde desta quarta-feira, 2 de outubro, na sede do Legislativo para debater, pela quarta vez, a situação e os avanços nas necessidades da população que foram apresentados na audiência pública do último dia 27 de agosto.

Representantes das operadoras Claro, Oi, Vivo e Tim, que já operam na cidade, estiveram presentes. A Nextel, que planeja há mais de dois anos se inserir no mercado local, também enviou representante. Além deles, o coordenador do Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon), Carlos Alberto Gasparete e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Renda (SDEER), André Zuchi, estiveram presentes. A comissão dos vereadores é formada por Noraldino Júnior (PSC), João do Joaninho (DEM), Chico Evangelista (PP) e Vagner de Oliveira (PR). O vereador e presidente da Casa, Júlio Gasparette (PMDB), também acompanhou a discussão.

Antes da reunião começar, a assessoria de imprensa do vereador Noraldino Júnior, que está em Belo Horizonte, entregou um abaixo-assinado dos moradores dos distritos de Penido, Valadares, Humaitá, Paula Lima, Rosário de Minas e Torreões para cada representante das operadoras. Eles solicitam que sejam instaladas antenas nos locais. Foi esse o tema principal da reunião.

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Distritos não devem receber investimentos no momento

A representante da Vivo, Layla Ribeiro, foi a primeira a falar. "Todos os distritos que estão sendo solicitados, em princípio, não devem receber investimentos. Deve ser feito uma análise do que acontece nesses locais, se são comerciais, industriais ou residenciais. Vamos olhar com toda atenção essa questão, mas no momento, não está nos planos." Os representantes das demais operadoras também afirmaram que é impossível que esse investimento seja feito no momento, mas culparam a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "A Anatel define um polígono e, a partir dele, as operadoras devem assegurar a cobertura de 80% da área urbana da cidade. Não necessariamente esse polígono venha atender o que o município precisa. Por isso, todas as operadoras cumprem todas as normas impostas por eles, caso contrário, não estaríamos funcionando", afirma André Carvalho, representante da Claro. Layla completa. "Há alguns anos a Anatel definiu um polígono urbano para Juiz de Fora que chegava até o centro de Ubá, assim não é possível."

Representantes cobram apoio da Prefeitura

Outro ponto que pautou a reunião foi a taxa considerada alta que é paga anualmente para se operar uma antena na cidade. De acordo com o representante da Oi, Adalton Coelho, a empresa vai gastar neste ano R$ 506 mil apenas com renovação de licenças. Segundo ele, esse valor é suficiente para instalar três antenas. A taxa de renovação anual é de R$ 8 mil por aparelho, mais R$ 10 mil de licença ambiental a cada cinco anos.

Zuchi rebateu e questionou se a telefonia móvel era rentável em Juiz de Fora para empresas. Todos os presentes concordaram e, em seguida, ele afirmou que é preciso que as empresas façam e tragam mais investimentos para o município. "Temos que ser objetivos. Eu estou conversando há dois anos com a Nextel e eles só adiam a chegada à cidade. Ainda não abriram o comercial. Solução tem. O problema é de investimento. Se fosse algo técnico, não teria mais de 250 milhões de celulares no país. Vamos ter que aportar algo para que essas áreas também sejam cobertas (distritos). Se a Anatel fala para cobrirem 80%, só vão cobrir o filé, o osso deixa para o outro", diz.

4G nos próximos meses

Enquanto os debates giram em torno da cobertura de serviços básicos em localidades distantes da região central, as operadoras já se movimentam para implantar o 4G na cidade. A Vivo foi a primeira e o serviço já está ativo em Juiz de Fora desde o último dia 30 de setembro, para quem tem o serviço em outras praças. No entanto, como a fase é de testes, ele ainda não será comercializado na região. Cláudia Silva, outra representante da Oi, diz que até dezembro deste ano as antenas da operadora suportarão o serviço. Carvalho pontua que, até janeiro de 2014, o 4G estará disponível na Claro, desde que resolva pendências com a Prefeitura.

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