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O Bar Bidu Say?o em seu devido lugar

Das 350 lembran?as registradas no livro "Eu me lembro", algumas poucas mereceram reparos e corre?es, como era previs?vel, enviados pelo correio eletr?nico, por recados pessoais ao editor - o locutor que vos fala - ou levantadas em rodas de amigos. Por?m, noves fora nada, o livro cumpriu bem o seu prop?sito de registrar de forma leve e atraente, em textos curtos, fatos, curiosidades e personagens que marcaram a hist?ria recente de JF, extra?dos da mem?ria de 28 autores, que gostaram da id?ia e se entregaram com entusiasmo a esse exerc?cio de nostalgia que a todos - autores e leitores - fez bem.

Entretanto, vale destacar um erro, em particular, n?o s? pela oportunidade de corrigi-lo aqui, a bem da verdade hist?rica, como para estender essa cr?nica a um outro livro, do g?nero mem?ria de tempos em que todos eram felizes e n?o sabiam.

O texto que mereceu o reparo est? na p?gina 12:
"Eu me lembro que Juiz de Fora j? foi chamada Atenas mineira, al?m de Manchester mineira, e teve uma Academia de Letras com estatutos redigidos em Latim. Seu lema ? Pro Patria et Urbes. Como se n?o bastasse tanta erudi??o, tinha o Bar Bidu Say?o. Era um boteco quase no fim da linha do bonde Santa Teresinha".

O cr?dito dessa lembran?a vai para o grande jornalista e escritor Geraldo Mayrink, que se equivocou ao situar o boteco erradamente. O Bar Bidu Say?o ficava na esquina da avenida Governador Valadares com rua Am?rico Luz e... (passo a palavra a outro escritor, Roberto Nogueira Ferreira, para melhor esclarecer a quest?o, em carta enviada a mim, ap?s a leitura do "Eu me lembro") ... "pertencia a Euclides Mancini, f? de Bidu Say?o, que passava o dia inteiro a cantar operetas. Fica, pois, o registro de que o Manuel Hon?rio n?o abre m?o de sediar o Bidu Say?o".

Roberto mora em Bras?lia h? quase 30 anos ("mas sem se afastar espiritualmente do Manoel Hon?rio" - ele confessa ), onde se tornou conhecido como um dos mais renomados craques na ?rea de tributa??o no Brasil. Escritor, tem cinco livros publicados(*), um deles, "A confraria do pontilh?o", que trata da vida no bairro Manoel Hon?rio, nas d?cadas de 50 e 60, sob a ?tica de uma turma de amigos.

"O pontilh?o (est? l? na apresenta??o), como o nome indica, era uma dessas obras meio sem sentido, uma mini-ponte de um lado s?, encravada no lado direito do cruzamento da Am?rico Luz com Governador Valadares. Debaixo dele, para justific?-lo, passava o c?rrego Santa Rita, uma f?tida combina??o de ?gua, urina e fezes que descia do Bonfim e desaguava no rio Paraibuna, grande parte a c?u aberto".

"Ali era a nossa praia, onde nos encontr?vamos para dar in?cio ?s nossas noitadas e para comemorar ou lamentar os resultados. Sentados no pontilh?o a gente ficava horas, ? toa na vida, vendo o Manoel Hon?rio passar. Ele foi observat?rio para paqueras e maledic?ncias, fofocas, goza?es, discuss?es e at? mesmo algumas brigas. Ali a confraria se reunia, a qualquer hora do dia ou da noite, de prefer?ncia em alta madrugada".

Continua