Bejani descarta candidatura é Câmara Federal. PTB ainda tem esperança

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Segunda-feira, 1 de março de 2010, atualizada às 14h34

Bejani descarta candidatura à Câmara Federal. PTB ainda tem esperança

Clecius Campos
Repórter

Na contracorrente das pré-candidaturas à Câmara Federal, o ex-prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB), descarta a possibilidade de concorrer a uma vaga em Brasília em 2010 e afirma estar fora da vida pública. "Não há nenhuma chance. Hoje sou um empresário, não defendo a campanha de ninguém e não quero cargo político. Estou aguardando o aparecimento das verdades que vão encobrir as mentiras colocadas a meu respeito", diz, referindo-se às acusações feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Polícia Federal (PF), na ocasião da Operação Pasárgada.

No entanto, o presidente do diretório juizforano do PTB, Rogério Ghedin, afirma que a candidatura do ex-prefeito é a expectativa do partido. "O nome de Bejani já passou pelo crivo municipal, estadual e nacional. A participação na disputa só depende dele." Para Ghedin, mesmo diante das denúncias, o petebista tem chance de ser eleito deputado federal. "Acredito que houve uma dose de exagero nas acusações." O partido aposta no resultado de pesquisas informais realizadas na internet, que, segundo Ghedin, dariam conta de que Bejani é o candidato com mais votos dentro de Juiz de Fora. "Diante disso, sua candidatura é plenamente viável."

Candidatura depende da Justiça Eleitoral

A viabilidade legal da candidatura também existe. A assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual informa que a candidatura de Bejani pode ser realizada, uma vez que não há sentença sobre as acusações feitas pelo órgão, nem pela Polícia Federal (PF). O promotor responsável pela denúncia, Paulo Ramalho, prefere não comentar a possível candidatura.

De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), até o dia 5 de julho, Bejani poderá se inscrever na disputa normalmente. Sua matrícula só seria proibida, caso uma decisão judicial contrária a ele fosse expedida até a data limite. Isso porque, entre os documentos necessários para a inscrição, estão certidões criminais da Justiça Federal, Estadual e dos Juizados Especiais Criminais.

Caso o julgamento não ocorra até lá, após 5 de julho seu processo de registro de candidatura será avaliado pela Justiça Eleitoral, que pode deferir ou impugnar sua participação nas eleições. Segundo a assessoria, todas as candidaturas passam por tal procedimento. O TRE-MG precisa julgar o pedido até o dia 25 de agosto.

As acusações

O MP, por meio do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Gepp), que investigou o caso envolvendo o Grupo Sim, acusa Bejani de dispensar realização de licitação indevidamente, de corrupção passiva, de improbidade administrativa, de enriquecimento ilícito e de desrespeito a princípios constitucionais da administração pública. Pela PF, por meio da Operação Pasárgada, Bejani foi indiciado por falsidade ideológica, formação de quadrilha ou bando, peculato, concussão, corrupção passiva, advocacia administrativa, falso testemunho ou falsa perícia, lavagem de dinheiro e fraude em licitação.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes