Igreja Católica lança a Campanha da Fraternidade 2013, tendo os jovens como alvos

Em julho, a Jornada Mundial da Juventude reunirá cerca de dois milhões de católicos no Rio de Janeiro

Raphael Placido
Repórter
13/2/2013
campanha

O Brasil vai sediar dois grandes eventos nos próximos anos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Antes deles, no entanto, outro acontecimento, de igual proporção em importância mundial e número de visitantes, vai ocorrer em nosso país: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013. Com a previsão de receber cerca de dois milhões de jovens de todo o mundo, o evento ocorre entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro, com a presença, inclusive, do novo Papa.

De olho na JMJ, considerada o maior evento católico do mundo, a igreja lançou, nesta quarta-feira, 13 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade 2013, com o tema Fraternidade e Juventude, sob o lema Eis-me aqui envia-me [Is 6,8]. Em Juiz de Fora, o anúncio foi feito pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira.

Campanha da Fraternidade

Tradicionalmente, a Campanha da Fraternidade, promovida pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CCBB), começa nesta Quarta-feira de Cinzas, 13, e se encerra no Domingo de Ramos, que neste ano cai no dia 24 de março.

Segundo a CCBB, o principal objetivo da campanha, que volta a ter a juventude como tema principal após hiato de 32 anos, é “acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”.

Para Dom Gil, as principais dificuldades que os jovens enfrentam atualmente são três: a mentalidade materialista, por excluir Deus da sociedade; a questão das drogas, chamada por ele de força diabólica; e a degeneração dos valores.

Jornada Mundial da Juventude

A primeira JMJ aconteceu em Roma, em 1986. Desde então, outras 11 aconteceram: Buenos Aires (ARG), 1987; Santiago de Compostela (ESP), 1989; Czestochowa (POL), 1989; Denver (EUA), 1993; Manila (FIL), 1995; Paris (FRA), 1997; Roma (ITA), 2000; Toronto (CAN), 2002; Colônia (ALE), 2005; Sidney (AUS), 2008; e Madri (ESP), 2011.

Além de possibilitar o encontro com pessoas de todo o mundo, a jornada, que tem caráter social, cultural e espiritual, é marcada por catequeses, testemunhos, partilhas, exemplos de amor ao próximo e à igreja, festivais de música e atividades culturais. O lema de JMJ-Rio é Ide e fazeis discípulos entre todas as nações [Mt 28,19].

Semana Missionária em Juiz de Fora

Com a proximidade do Rio de Janeiro, Juiz de Fora terá um importante papel na semana anterior ao evento, recebendo peregrinos de diversas nacionalidades. São esperados grupos da Argentina, Angola, Peru, México, Guatemala, Venezuela, França e Itália. De 14 a 20 de julho, a Arquidiocese recebe peregrinos que depois seguem para o Rio.

Um dos coordenadores da Comissão Arquidiocesana de Preparação para a Semana Missionária, o Padre Luiz Roberto Magalhães Leite, conhecido como Padre Zucka, explica que serão necessários voluntários para todas as demandas, que incluem a hospedagem dos estrangeiros. "Já são quase 100 voluntários cadastrados e cerca de 1.500 vagas preenchidas para os peregrinos, em paróquias e casas de fiéis. Quando se fala em jovens, pensa-se normalmente em violência, drogas e descompromisso. Mas, além dessa juventude, há os que fazem enriquecer os corações de outros jovens, ainda que sejam minoria. O mundo está nas mãos da juventude, e temos sempre que lembrar que o jovem é especial para a Igreja”, afirma.

Mais informações sobre hospedagem e voluntariado podem ser obtidas no site www.smjf.org.br.

Novo Papa

Como não poderia deixar de ser, a recente renúncia do Papa Bento XVI também foi comentada por Dom Gil. “Recebemos com surpresa, embora já temêssemos isso, pois o Papa vinha dando alguns sinais. Ele tem o direito de renunciar, mas isso nos deixa uma dor no coração, pois amamos o Papa, um homem maiúsculo em inteligência e espiritualidade. Bento XVI, dada a sua fragilidade, renuncia em benefício da Igreja. Nós, que temos fé, vemos esse ato como muito bonito e corajoso. Agora, ele vai ficar como alicerce da casa, raiz da árvore, servindo a Igreja com sua oração”, diz.

O Arcebispo evitou apontar favoritos para assumir o Trono de Pedro. “São cerca de 120 cardeais. Pessoalmente, acho que o conclave vai escolher um Papa mais jovem. Mas eu não gostaria de citar nomes. Quem escolhe é o Espírito Santo”, afirma.

Certo é que a Jornada Mundial da Juventude será o primeiro grande evento do novo Sumo Pontífice, que deve ser escolhido no fim deste mês. A presença dele deve atrair ainda mais atenção para o evento do Rio de Janeiro.

Os textos são revisados por Juliana França

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