Taxistas querem mais seguran?a Morte de taxista provoca protesto e pedido de mais seguran?a. Taxistas dizem n?o se sentir seguros para trabalhar em Juiz de Fora



Priscila Magalh?es
Rep?rter
18/12/2007

O assassinato de um taxista no bairro Ipiranga, em Juiz de Fora, na noite desta segunda-feira, 17 de dezembro, levou a categoria a um protesto na madrugada desta ter?a, dia 18. Os taxistas se reuniram e fecharam o cruzamento da Avenida Rio Branco com a Independ?ncia. Ainda como forma de protesto, eles queimaram as camisas de uniforme. Tamb?m na ter?a-feira, por volta de 17h30, eles realizaram nova passeata no centro da cidade pedindo justi?a.

O taxista, Ricardo Nat?li Pereira, de 35 anos, foi encontrado inconsciente e com dois tiros na cabe?a. Ele estava dentro do carro, que tinha as portas abertas e estava ligado. Segundo a assessoria de Comunica??o Organizacional da Pol?cia Militar (PM), Ricardo foi encontrado por um outro taxista que levava passageiros pr?ximo ao local. Ele chamou o SAMU e o taxista foi levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS).

Ainda segundo a assessoria PM, uma testemunha viu duas pessoas sa?rem de moto do local do crime. A moto foi identificada, o propriet?rio levado para a delegacia e liberado, pois n?o foi reconhecido pela testemunha. O carro de Ricardo foi removido pela per?cia e apreendido. A assessoria da Pol?cia Civil informou que um inqu?rito foi instaurado nesta ter?a, 18 de dezembro, para apurar os detalhes.

O diretor e tesoureiro do Sindicato dos Taxistas, Adir Pereira dos Santos, (foto abaixo ? esquerda) classificou o acontecimento como lament?vel. "O sindicato est? muito triste, mas temos certeza de que os culpados ser?o encontrados e presos. O que n?s queremos agora ? sentar com o comando da PM e discutir o que pode ser feito para que tenhamos mais seguran?a". Ele disse tamb?m que a cidade n?o est? segura. "Temos assaltos constantemente e depois de 20h est? muito perigoso".

N?meros em Juiz de Fora

O assessor de comunica??o organizacional da Pol?cia Militar, Major L?cio Mauro Campos (foto abaixo ? direita), diz que Juiz de Fora ? considerada uma cidade segura para o trabalho das taxistas. "Este foi um caso isolado. Se formos comparar o tamanho da cidade, a popula??o e a quantidade de t?xis, o n?mero de ocorr?ncias ? satisfat?rio. Quer?amos que fosse zero, mas n?o tem jeito", explica o Major.

Segundo Campos, neste ano foram 50 casos de assaltos a m?o armada, na cidade, enquanto que em 2006 foram apenas quatro casos a menos, totalizando 46. J? os n?meros para ocorr?ncias sem o uso de armas ? bem menor. Em 2007, foram registrados seis casos e no ano passado, sete casos. Com rela??o ao n?mero de homic?dios, o Major diz que h? cerca de quatro anos n?o havia ocorr?ncia em Juiz de Fora.

Foto de Adir Foto de taxis Foto do Major Campos

"Acreditamos que vai acontecer uma reuni?o entre a PM, a Gettran, os representantes da classe e a Secretaria de Seguran?a P?blica para buscar uma solu??o compartilhada, pois temos mais alternativas para garantir a seguran?a destes trabalhadores. Uma delas ? a identifica??o do passageiro e seu registro, que ? passado para o pr?ximo taxista. Assim, em caso de acontecer alguma coisa, o passageiro ser? identificado mais facilmente", ressalta o Major.

A Assessoria da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou, atrav?s de um documento, que a Ag?ncia de Gest?o do Transporte e Tr?nsito (Gettran), realiza, constantemente, a?es para dar respaldo ao trabalho dos taxistas. Isso acontece atrav?s de cursos de qualifica??o profissional em benef?cio da classe para garantir a qualidade dos servi?os.

Para a seguran?a

No final do ano, a Pol?cia Militar implementa a Opera??o P?ra Pedro (veja o v?deo), uma blitz destinada aos taxistas, para garantir a seguran?a. Eles s?o abordados e os motoristas, passageiros e ve?culos s?o averiguados.

Para Adir, "esta ? uma opera??o muito importante, mas deveria acontecer com maior freq??ncia. Principalmente de quinta-feira a domingo. Ela contribui para inibir os assaltos, garantindo a seguran?a dos passageiros e do motoristas. E ? isso que queremos agora. N?o vamos protestar. Sou a favor de sentarmos com o comando da PM e pedirmos esta opera??o na rua com mais freq??ncia", ressalta o diretor do Sindicato.

O que dizem os taxistas

Taxista h? 14 anos, T?lio C?sar Garcia diz que trabalha confiando em Deus. "Andamos pela cidade e n?o vemos viatura, principalmente ? noite. Sempre contamos com a colabora??o dos companheiros, que v?o atr?s do nosso carro quando temos que ir em algum lugar mais suspeito ou perigoso".

Carlos Terra acha que ser taxista em Juiz de Fora ? seguro se comparado a outras cidades. Mas j? viveu uma situa??o de risco. "Peguei quatro passageiros, quando fui avisado de que eles tinham acabado de fazer um assalto. Parei em um posto e disse que n?o ia continuar a viagem".

Jo?o Batista da Silva diz que quando desconfia de um passageiro, n?o leva. "Deixar o passageiro entrar no carro, ? um passo para ser assaltado. Quando se trata de policiamento, n?o me sinto seguro. Uma vez, ajudei um colega que estava sendo assaltado. Ele pediu ajuda pelo r?dio e a central avisou a pol?cia. Cheguei antes da viatura".