Pol?cia Civil para por 48h. Greve por tempo indeterminado será decidida na quarta-feira

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Segunda-feira, 30 de novembro de 2009, atualizada às 11h

Polícia Civil para por 48h. Greve por tempo indeterminado será decidida na quarta-feira

Pablo Cordeiro
*Colaboração

A Polícia Civil (PC) de Juiz de Fora paralisa as atividades nesta segunda, 30 de novembro, e terça-feira, 1º de dezembro. Com 30% dos trabalhadores a postos, apenas serviços urgentes, como autuações em flagrante e mandados de prisão, estão ativos na Delegacia de Segurança Regional de Segurança Pública de Juiz de Fora.

A categoria luta pela criação da carreira jurídica para delegados, devido ao fato de estes profissionais exercerem funções típicas de juízes e promotores de justiça sem haver equiparação salarial. Além disso, pedem a implantação do terceiro grau para agentes e escrivães. O governo do Estado apresentou à categoria uma contraproposta, que contemplava apenas os delegados. Estes não aceitaram em apoio aos agentes e escrivães.

"O governo tentou dividir a categoria concedendo a criação da carreira jurídica para os delegados. Caso as propostas não satisfaçam o movimento, iremos convocar uma assembleia geral nesta quarta-feira, dia 2, e decidir pela greve por tempo indeterminado", destaca o diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Regional Zona da Mata (Sindipol), Marcelo Armstrong.

A adequação da remuneração dos servidores administrativos, o aumento de agentes e escrivães e dos subsídios também integram a pauta de reivindicações. Armstrong destaca a falta de profissionais e de política de segurança. “O déficit é de cem agentes para atender a população de Juiz de Fora, só temos 40, atualmente. Para escrivães, o déficit chega a 40 e para delegados, dez. “Os agentes formam e não são enviados para a cidade."

Serviços parados

Procedimentos relacionados à carteira de habilitação (CNH), assuntos de trânsito, investigações em andamento, medicina legal e vistoria estão parados. Somente na quarta-feira, 2, as solicitações poderão ser requisitadas. O bilheteiro Rodolfo Miranda esteve na delegacia para renovar sua carteira de habilitação e não pôde, em decorrência do movimento. "Não sabia da paralisação", comenta. A média diária de requerimentos envolvendo CNH é de 700 e de ocorrências de trânsito, 500. “Com a paralisação, cerca de 70% do atendimento diminui”, afirma Armstrong.

O professor Luis Rodrigues esteve no local para tirar uma cópia do Boletim de Ocorrência e também ficou impedido. "Concordo com a greve, mas é complicado, atrasa nossa vida. Sei das dificuldades salariais, principalmente por ser professor.”

 

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes