Quarta-feira, 7 de outubro de 2015, atualizada às 11h41, atualizada às 18h20

Delegado ouve três jovens envolvidas no caso de agressão e homofobia contra garoto de 17 anos

policia civil

O delegado titular da 3ª delegacia da Polícia Civil, Rodolfo Rolli, ouviu nesta quarta-feira, 7 de outubro, as três jovens envolvidas no crime de agressão e homofobia contra um garoto, de 17 anos, no bairro Nova Benfica. Ele conta que a adolescente, 18 anos, confessou ter agredido a vítima, já a outra garota, 16, disse que teria se envolvido somente para tentar separar a briga. "Elas tentaram tirar da conotação de homofobia dada a repercussão do caso, mas houve sim agressões verbais homofóbicas confirmadas pela vítima", destaca.

As jovens relataram que a motivação da agressão seria devido a desavenças anteriores e chegaram a afirmar que teriam chamado a Polícia Militar, mas que não compareceu no local. "Não acredito nesta versão. Elas também disseram que ele foi falar com elas depois que desceu do ônibus, mas tudo indica que elas que foram até ele. Agora falta localizar o homem envolvido. Além disso, também expedi hoje uma nova ordem de serviço para qualificar o proprietário do bar, onde o fato aconteceu, as filhas dele que presenciaram o fato e viram outros supostos rapazes que se envolveram na agressão", completa.

Entenda o caso

Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), as agressões aconteceram, por volta das 22h, na última segunda-feira, 5, na rua Floricema Maria da Conceição, enquanto o jovem passava próximo a um bar e foi abordado pelos agressores, sendo ofendido com vários xingamentos e agredido com socos e pauladas. Ele completa que semana passada se envolveu em uma discussão com o grupo para defender sua prima e acha que o motivo das agressões seria uma retaliação ao fato anterior.

A vítima foi encaminhada com a mãe para a UPA Norte, onde foram contatados corte na cabeça, olho e boca e suspeita de fratura no nariz.

Rolli explica o crime de homofobia foi constatado após o depoimento da vítima prestado na terça, 6, quando ele relata expressões homofóbicas pronunciadas pelas agressoras.

"Eles vão responder por lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, sendo que o laudo já apontou para grave, mas temos que aguardar 30 dias para observar se será acusado lesão corporal gravíssima. A pena varia de dois a oito anos de reclusão, além do crime com base no artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que enquadra autores que praticam crimes contra menor de idade, que dá de dois a três anos. Os suspeitos maiores podem receber pena de até 11 anos e a menor três anos de internação provisória", conta.