Terça-feira, 14 de julho de 2020, atualizada às 11h02

Empresas entram em acordo e sindicato retira indicativo de greve dos ônibus em JF

Da redação

Depois de mais de dez horas de negociação, que se estendeu pela madrugada desta terça-feira, 14 de julho, a Goretti Irmãos Ltda (GIL), Viação Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF) entraram em um acordo sobre o futuro dos 198 funcionários da GIL que estavam sem saber para qual empresa iriam prestar serviço. Assim, a nova paralisação que teria início às 00h desta terça, 14, não ocorreu.

Segundo a assessoria do Sindicato, ficou decidido que a partir desta quinta-feira, 15, estes trabalhadores serão incluídos na escala de trabalho da empresa GIL, a qual também se responsabilizou por pagar os seus salários até o final do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego do Governo Federal, de 6 de julho de 2020.

Assim que o programa do Governo Federal acabar, ou, quando não houver mais a renovação dele pela empresa GIL, a mesma deverá rescindir o contrato destes trabalhadores, sem justa causa, procedendo com o pagamento de todas as verbas rescisórias e dividendos, como o FGTS e benefícios constantes no acordo coletivo da categoria. Paralelo a este processo de demissão sem justa causa pela empresa GIL, a Ansal se comprometeu a admitir, imediatamente, todos os trabalhadores, por tempo indeterminado.

No acordo ficou também acertado que a empresa Ansal repassará a título de adiantamento, assim que a empresa GIL proceder com a primeira rescisão, uma quantia entre R$ 100 mil a R$ 200 mil para que a empresa proceda com os devidos pagamento das rescisões.

O Sinttro-JF destaca que impôs uma multa para ambas as empresas, caso elas não cumpram com o acordado, ficando a empresa GIL condenada a pagar R$ 500,00 por trabalhador e a empresa ANSAL ao pagamento por cada trabalhador de dois salários equivalente ao piso da categoria.

O acordo foi construído pelas duas empresas e pelo sindicato que representa a categoria e foi levado aos trabalhadores que estavam na porta da empresa GIL ainda nesta madrugada e será homologado perante o Tribunal Regional do Trabalho da 3º Região, de Belo Horizonte, em audiência já designada para esta quarta-feira, dia 15 de julho.

Entenda o impasse

No dia 8 de julho, trabalhadores da GIL decidiram parar os carros nas Avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas, como forma de protesto, onde permaneceram até o início da manhã desta quinta, 9.

As manifestações foram resultado de uma mudança contratual realizada no início deste ano, quando a GIL optou por abrir mão de algumas linhas que foram transferidas para a Ansal, junto com os trabalhadores que já atuavam nesses itinerários. Com a crise financeira, causada pela pandemia do novo coronavírus, a Ansal não readmitiu os funcionários, conforme acordo, devolvendo as linhas, motoristas e cobradores para a GIL no dia 15 de junho.  

O Sinttro informou que os trabalhadores que vieram da Ansal, continuavam registrados pela GIL e, com isso, deveriam receber o pagamento pela empresa, mas os pagamentos não tinham sido depositados até o quinto dia último do mês. Os pagamentos foram feitos, mas a situação ainda não tinha sido totalmente resolvida, até o momento.

Algumas reuniões ocorreram nos últimos dias para tentar solucionar o impasse. Entretanto, o sindicato que representa a categoria manteve indicativo de greve com prazo encerrando nesta terça-feira para que a situação dos trabalhadores fosse resolvida definitivamente.