Mulher e criança são resgatadas após ficarem dois meses em cárcere privado

A vítima conheceu o autor pela internet e veio do Pará para Juiz de Fora

Lucas Soares
Repórter
24/10/2014

Um homem de 34 anos foi preso pela Polícia Civil na noite da última quinta-feira, 23 de outubro, suspeito de manter em cárcere privado uma jovem, de 24, e a filha dela, de apenas 2 anos, em uma casa no bairro Solidariedade, na Zona Leste de Juiz de Fora.

De acordo com a delegada regional Sheila Aparecida Pedrosa Melo Oliveira, a vítima, que é do Pará, conheceu o suspeito pela internet. "Ela mantinha contato com o homem há aproximadamente três anos. Em agosto ela resolveu vir para conhecê-lo, e ao chegar no local, não agradou da situação e tentou ir embora. Foi impedida pelo suspeito, que tirou todo o dinheiro dela, telefone celular e documentos. Quando o homem saia para trabalhar, trancava a vítima com a criança aqui no imóvel", deixando-as com biscoito e água, contou.

Ainda de acordo com Sheila, a vítima contou que o autor utilizava muita droga e consumia bebida alcoólica. Em um dos dias em que o suspeito chegou alterado em casa, a vítima conseguiu pegar o chip do celular e avisou à mãe, no Pará, da situação que estava vivendo. "Ela era constantemente agredida fisicamente, passou pela perícia do Instituto Médico Legal (IML). A criança, que ainda está sendo amamentada, era diferente. Apática, desnutrida, não vivia em uma situação digna", explica a delegada.

Sheila ainda faz um aviso para pessoas que se relacionam através da internet. "É muito perigoso. Pela internet vale tudo, a pessoa cria uma situação imaginária, alguém que ela não é, e quem tá do outro lado acaba acreditando e caindo em várias situações muito perigosas e arriscadas, que não convém", comenta.

A Polícia Civil também vai investigar uma outra situação: o suspeito saiu do Ceresp recentemente e, segundo a mulher, eles mantinham contato através da grande rede há três anos. Há a dúvida de que o homem fazia uso da internet de dentro da cadeia. "Ele cumpria pena pelo crime de estupro, então, temos que verificar se eles tinham contato quando ele estava preso", avisa.

Denúncia

Por dois meses, a vítima viveu trancada em um imóvel sem que nenhum vizinho desconfiasse ou denunciasse a situação. A delegada chama atenção para a importância de avisar à polícia em casos como este. "É muito importante a participação dos vizinhos, utilizando o 181, que é o Disque Denúncia Unificado. Aqui tem paredes juntas, muitas casas próximas, não é possível que ninguém tenha desconfiado desse tipo de situação", afirma.

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