O Brasil acompanha a tendência mundial de aumento do sobrepeso e obesidade, tanto nas populações adultas quanto em crianças. Os dados da Federação Mundial de Obesidade (FMO) endossam as previsões elaboradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e os dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), indicando que até 2035, metade das crianças estarão obesas.

Para além das questões socioeconômicas e afetivas envolvidas no contexto da obesidade, existe grande preocupação com as doenças subnotificadas associadas o excesso de peso: diabetes, hipertensão arterial, esteatose e muitas outras. Os sintomas dessas doenças podem demorar anos para se manifestarem e a busca por um profissional tende a acontecer somente diante de agravamentos.

A obesidade é uma doença de causa socioambiental, multifatorial, fortemente influenciada por fatores individuais como estilo de vida, renda e aspectos metabólicos. Na obesidade infantil, o tratamento é fundamentado na Terapia Nutricional, ajustando o consumo calórico e incluindo alimentos e suplementos benéficos, capazes de fornecer nutrientes que fortalecem o sistema imune e promovem o desenvolvimento da criança e adolescente. As dietas de exclusão e restrição calórica, em geral, são pouco utilizadas porque os pequenos demandam abordagens atentas ao desenvolvimento psicossocial e físico, entre outros aspectos.

FOTO: Banco de Imagem/Canva - Brasil pode ter 50% das crianças obesas até 2035: o que podemos fazer?

Para os casos mais complexos, é possível realizar o mapeamento genético, que identifica as causas da obesidade. Em condições mais raras, mesmo com ajustes dietéticos, atividade física e uso de medicamentos não é possível restabelecer o peso e, por esta razão, pode haver necessidade de um rastreio mais amplo para fundamentar o tratamento.

Viver com obesidade tem muitas implicações. Gordofobia, desconhecimento sobre o quadro clínico e o marketing de alimentos, são alguns dos fatores que atravessam os indivíduos e postergam o tempo de busca por um tratamento. Quando falamos de crianças e adolescentes, os pais acabam envolvidos por sentimentos de culpa e angústia. É importante que as opiniões leigas sejam ignoradas e que o indivíduo com sobrepeso e obesidade tenha acesso a uma nutricionista para abordar a questão adequadamente.
Reduzir a obesidade, sobretudo em crianças, a questões estéticas é o mesmo que ignorar sinais e sintomas determinantes para a vida de uma pessoa. Muitas mudanças serão necessárias para retroceder na previsão feita pela FMO, são mudanças possíveis e para isso, é preciso diálogo e ação compartilhada entre profissionais e população.

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