Concerto para Cecy abre celebração dos 100 anos de casavão do Forum da Cultura

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Concerto para Cecy abre celebra??o dos 100 anos de casar?o do Forum da Cultura
Segunda-feira, 28 de janeiro de 2019, atualizada às 18h03

Concerto para Cecy abre celebração dos 100 anos de casarão do Forum da Cultura

Da redação

Em virtude das comemorações do centenário do casarão do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, o espaço localizado na Rua Santo Antônio, número 1112, vai receber, no dia 1º de fevereiro, sexta-feira, a partir das 19h30, o Concerto para Cecy, com o pianista Bernard Rodrigues e Orquestra Juiz de Fora.

Como parte das celebrações, além do concerto, o espaço recebe uma mostra sobre os primeiros anos do casarão e seus moradores, da construção deste até a época em que o mesmo foi adquirido pela Faculdade de Direito, em meados dos anos 1950.

A mostra reúne retratos das famílias que habitaram a casa desde a sua construção, assim como objetos datados de meados de 1900 até 1920, período em que a mesma foi residência do casal Maria Cecília Schlobach Valle e Clóvis Guimarães Mascarenhas, seus primeiros moradores.

Ainda no dia 1º serão entregues homenagens a personalidades importantes para a história do local, tais como representantes dos primeiros moradores da casa, assim como dos habitantes da mesma entre os anos 1928 e 1950, Roque Domingues de Araújo e familiares (homenagens póstumas).

Serão homenageados também os ex-reitores da UFJF Gilson Salomão e Michel Bechara, o ex-diretor da Faculdade de Direito da UFJF na época em que a mesma se situava no prédio, Benjamin Colucci, sendo estas também homenagens póstumas, além do atual reitor da instituição, Marcus Vinicius David, e do ex-diretor do Forum da Cultura, José Luiz Ribeiro.

Breve história

Remontando ao ano de 1919, a construção do casarão foi realizada em um terreno adquirido pelo fazendeiro Pedro Procópio Rodrigues Valle Filho como presente para sua filha, Maria Cecília Schlobach Valle, por ocasião de seu casamento com Clóvis Guimarães Mascarenhas, filho do empresário Bernardo Mascarenhas.

A casa, construída com linhas elegantes e vitrais que reproduzem rosas vermelhas, foi vendida por Pedro Procópio Rodrigues Valle Filho em 1928, em virtude da transferência da família – Clóvis, Maria Cecília e filhos – para a cidade do Rio de Janeiro, em função de negócios do clã Mascarenhas.

Adquirida pelo comerciante de Cataguases Roque Domingues de Araújo, a casa foi morada da nova família até os anos 1950, quando a viúva de Roque, Hercília, faz uma permuta com a Faculdade de Direito e a casa, ampliada e reformada, passa a ser a sede do curso e do gabinete do reitor da UFJF, recebendo o nome de Edifício Benjamin Colucci.

Já em 1971, com a mudança da Faculdade de Direito para o Campus, o lugar foi convertido em espaço cultural, nomeado "Forum da Cultura". Em 1972 passa a abrigar um teatro, um museu e uma galeria de arte, além do Centro de Estudos Teatrais - Grupo Divulgação e do Coral Universitário. Todos ainda em atividade.

Homenagem a Cecy

Maria Cecília Schlobach Valle, filha do fazendeiro Pedro Procópio Rodrigues Valle Filho e sua esposa, Etelvina de Carvalho Schlobach, se casou em 1919 com Clóvis Guimarães Mascarenhas e passou a habitar o espaço hoje conhecido como Forum da Cultura. Da união do casal nasceram nove filhos.

A casa, construída em estilo italiano, recebeu o nome de Villa Cecy, tendo por modelo as tradicionais villas italianas, com forte influência neoclássica. Cecy, como era comum às jovens abastadas da época, recebeu educação refinada, alinhada à cultura francesa, se tornando aluna da professora Haydée França.

Quando solteira, Cecy se apresentou como pianista em concertos públicos, especialmente em eventos beneficentes. Pensando nisso, as atrações da noite de abertura das comemorações do centenário vão celebrar essa ilustre primeira moradora do casarão.

Logo após as homenagens, o pianista do coral da UFJF, Bernard Rodrigues, vai tocar Pas des écharpes, de Chaminade, composição interpretada por Cecy no dia 20 de agosto de 1915, em benefício das vítimas da seca.

Por fim, a Orquestra Juiz de Fora executará o concerto em homenagem a Cecy, com clássicos como a Primavera, de Vivaldi, Serenata, de Mozart, e Stand By Me, de autoria de Ben King, Jerry Leiber e Mike Stoller.