Paula Medeiros Paula Medeiros 28/5/2011


Se Beber Não Case 2 segue a mesma linha de humor do primeiro

(Esse texto pode revelar partes fundamentais do filme)

Um dos motivos do riso é a proposição de situações inesperadas, de veia cômica, claro. Quanto mais você é surpreendido, mais você tende a rir. O segredo de Se Beber Não Case, tanto o 1, quanto o 2, é a sua aposta em cheio nessas situações improváveis.

Só que essa improbabilidade é relativa no filme. Ela se refere diretamente às consequências do porre estrondoso da noite anterior e não à estrutura narrativa do longa. Aliás esse é o maior pecado que Se Beber Não Case 2 comete: ele é uma cópia de si mesmo, tanto no desenrolar dos fatos, quando na própria causalidade da história. Se isso chega a ser de fato um problema? Não. As situações, em muitos casos over, sustentam-se, mesmo que você já saiba como tudo vai começar e como tudo vai terminar.

Outra aposta de Se beber 2 é no humor de influências trash: a automutilação de Teddy (Mason Lee), o macaco que fuma cigarros e usa drogas e o nu explícito de um travesti são exemplos da influência dos filmes B, que não têm pudor nem moralismos na condução dos fatos.

Misturando elementos de ação, suspense — sim, por que não? — e comédia escrachada Se Beber 2 é um filme dinâmico e, principalmente, instigante, que nos deixa curiosos. Nós nos transpomos para a situação e realmente ficamos interessados em saber o que pode ter acontecido na noite anterior para que o trio de amigos, Adam (Zach Galifianakis), Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms), acordasse no meio de Bangcok num estado tão degradante.

E o que move a nossa curiosidade tem origem na escala do elenco. Cooper provavelmente teve a chance da sua vida estrelando as duas sequências. Apesar de ter feito sua carreira principalmente em cima de longas comerciais, como Sim, Senhor (2008) e Idas e vindas do amor (2010), seus papéis nunca lhe reservavam destaque e ele acabou se tornando aquele clássico ator mediano, fadado a um único tipo de personagem. Phil pode ser considerado um presente. Apesar de ser o mais apagado dos amigos, sem dúvida sua contribuição foi fundamental para a criação do trio.

Muito destaque para Zach Galifianakis, que dotou Adam de um jeito peculiar e original. Ele, que começou como comediante e ator de programas de comédia para a TV nos Estados Unidos, ganhou destaque mundial a partir de Se Beber 1. Os trejeitos do personagem são hilários e seu destaque foi tão grande que diversas vezes ele já foi citado como um novo gênio do humor pela crítica internacional.

Helms também merece grande destaque. É com seu personagem que acontecem as piores coisas na trama (e também as mais hilárias). E sua interpretação é fundamental para que o desespero de Stu se torne uma piada para nós.

Além das boas interpretações (o segundo filme ganha uma breve, mas especial, participação de Paul Giamatti), o longa reserva ainda algumas cenas impagáveis. É o caso do resgate da memória de Adam no mosteiro budista e a clássica e tão esperada sessão de fotos da noite anterior que o final do filme reserva.

Se Beber Não Case 2 é apenas uma comédia. Não é só mais uma, porque tem seus diferenciais. Talvez seu maior e único grande segredo seja esse. Apostar num humor que se encerra em si, que seja simples e que garanta ao público bons momentos de distração e humor.

Se Beber Não Case 2 / The Hangover Part II

EUA, 2011, 102 minutos
Gênero: Comédia
Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, zach Galifianakis, Ken Jeong, Justin Bartha


Paula Medeiros
é estudante de Comunicação Social com participação em Projetos Cinematográficos.
 


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