Terça-feira, 6 de abril de 2010, atualizada às 14h41

Juizforano é indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Clecius Campos
Repórter

O curta-metragem A arquitetura do corpo (trecho no vídeo ao lado), do diretor juizforano Marcos Pimentel, é um dos indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, concedido pela Academia Brasileira de Cinema. O filme de 21 minutos é um dos finalistas na categoria Curta/Documentário e retrata o dia a dia de personagens do universo do balé clássico.

Para Pimentel, a indicação ao prêmio é reflexo do sucesso do filme em diversos festivais do Brasil e do mundo. O curta foi produzido no final de 2008, em Belo Horizonte, e já percorreu países como Espanha, Angola, Hungria e Portugal. "É um filme bastante visto e bem premiado. Estar entre os finalistas é uma ótima vitrine para a exibição em canais de TV e o convite para outros festivais. Estou satisfeito também de concorrer com filmes de alto nível."

Os outros quatro filmes indicados na categoria Curta/Documentário são De volta ao quarto 666, de Gustavo Spolidoro, Nós somos um poema, de Sérgio Sbragia e Beth Formaggini, Olhos de ressaca, de Petra Costa, e Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos. Pimentel ressalta a experiência de Sbragia e Beth, possíveis vencedores do prêmio. "Os cineastas já trabalham juntos há tempos e realizam projetos muito bons. Mas o resultado depende da votação dos membros da academia. Outros filmes de arte acabaram não levando o título em prêmios como este por várias vezes. Então, não dá para dizer quem pode vencer." O anúncio ocorre no dia 8 de junho, em cerimônia no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Segundo Pimentel, a narrativa acompanha a rotina, as dificuldades e os sonhos de crianças, adolescentes, professores e bailarinos profissionais durante a carreira. "Desde as participações descomprometidas em apresentações de fim de ano nas escolas de balé, até as complicações do esforço repetitivo, da busca pela perfeição estão retratados. O filme trata também da bailarina mais velha, cujo corpo já não responde bem aos movimentos, e que concretiza seu sonho como professora."

Foto da cena do filme Foto da cena do filme

Outra temática abordada é a das adolescentes da comunidade carente que alimentam o desejo de se profissionalizar em projetos sociais na favela. Além da disciplina militar, do vigor e dos limites do próprio corpo, pelo qual passam os bailarinos profissionais. "É um filme de bastidores, que mostra o que os dançarinos fazem entre um espetáculo e outro." Segundo Pimentel, a intenção em gravar A arquitetura do corpo surgiu em 2005, quando o cineasta vivia na Alemanha.

Na época, o juizforano não conseguiu personagens suficientes para concretizar a ideia. "Quando o financiamento foi liberado pelo Ministério da Cultura, todo o roteiro já estava na minha mente. Em Belo Horizonte, encontrei uma cena de dança muito forte e pude reunir os personagens." Pimentel afirma que sempre esteve atraído pela beleza plástica da dança clássica. "Tenho duas irmãs mais novas que faziam balé e esse é o meu único contato com a dança."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes