Com 85 anos, Georgina Duque dedica-se ao serviço voluntário em JF, há 40 anosGeorgina garante que persistência é o segredo para se manter tanto tempo fazendo o bem ao próximo

Jorge Júnior
Repórter
8/3/2012
georgina

A voluntária Georgina Duque de Almeida e Silva, 85 anos, dedica-se há cerca de 40 anos a atividades voluntárias, quase metade da sua vida. Nascida na Fazenda de Três Barras, em Rio Preto, em 1926, Georgina chegou a Juiz de Fora em 1948, juntamente com o marido e as filhas ainda pequenas.

Trabalhando com o marido, à frente dos negócios da família, Georgina, foi convidada para fazer parte de uma entidade na cidade, em 1972. "Quando cheguei lá, fiquei desanimada com o local. Era muita pobreza e tristeza, até pensei que a instituição não iria continuar. Quando chovia, caía goteira nos quartos, a gente tinha que arredar as camas dos pacientes. Além disso, eu tinha que bater nas portas das pessoas para pedir ajuda, pois a instituição era muito carente", recorda.

Mesmo com tanto empecilho, a voluntária não desistiu. "Eu pensei: sou nova e não posso cruzar os braços para essas pessoas que precisam de ajuda. A partir do momento em que a gente percebe que o indivíduo está necessitando de apoio, a gente tem que ajudar." Com esse pensamento, Georgina não parou somente nessas atividades e foi além, trabalhando em movimentos da Igreja Católica, sendo ministra da eucaristia.

Contribuiu durante anos com doações de alimentos para um colégio da cidade, local onde suas filhas estudaram e participou também de ações rotarianas da Casa da Amizade, colaborando com atividades em benefício dos mais necessitados, além do Educandário Carlos Chagas e da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer), na qual ela está trabalhando até hoje, exercendo o cargo de tesoureira.

Na Ascomcer, Georgina colaborou para a construção do hospital desde a sua base. "Eu pedia cimento para que o hospital fosse construído." Na associação, que conta com dez voluntários fixos, 23 no bazar e seis na costura, ela já exerceu cargos como vice-presidente e secretária. "O meu prazer maior é cuidar dos doentes, mas nunca quis ser presidenta da associação, porque tinha medo de não conseguir administrar o cargo, devido à uma filha que tenho que precisa dos meus cuidados", explica.

Motivação

Segundo ela, durante esse tempo o que mais a motivou a exercer as atividades foi o poder de ajudar. "Eu passava muito tempo solicitando ajuda, batia nas portas, nas empresas e fazia contato com as autoridades de Juiz de Fora. Com isso, conseguia muitos donativos. " Georgina destaca que, mesmo tendo uma carga exaustiva, ela era sempre bem atendida nos locais onde pedia ajuda, o que dava mais força para continuar lutando. "Todas as portas se abriam para mim."

Com a facilidade de conseguir parceiros, a voluntária afirma que complementava as doações, fazendo trabalhos manuais até de madrugada, além de bazares e outras atividades que geravam recursos. Para que os colaboradores não tivessem dúvidas do destino do dinheiro, Georgina afirma que solicitava que os voluntários conhecessem o local que estava sendo ajudado, ganhando mais credibilidade entre as pessoas.

Persistência

Georgina garante que persistência é o segredo para se manter tanto tempo fazendo o bem ao próximo. "Eu tinha que abrir mão de algumas vontades pessoais, para conseguir fazer o meu trabalho com excelência. Sou muito satisfeita. Se alguma pessoa quiser seguir esse caminho de bem, ela tem que ser forte e não desistir, porque a jornada exige muita dedicação."

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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