Campanhas incentivam doação de cabelo para pacientes com câncer

Mechas são transformadas em perucas e enviadas para todo o Brasil

Laura Lewer
*Colaboração
16/04/2014

Doação de cabelos. Talvez você nunca tenha pensado nessa possibilidade, mas existe um grande número de pessoas aderindo à essa prática de solidariedade. A queda dos cabelos é só mais um dos problemas que um paciente em tratamento contra o câncer enfrenta, mas alguns grupos e ONGs já se dedicam a tornar esse processo mais fácil, como é o caso da página "Rapunzel Solidária", criada em janeiro deste ano.

A paulista Elizabeth Lomaski, idealizadora do projeto, passou por uma cirurgia de mastecotmia e, sete meses depois, retirou o útero e os ovários, e tudo correu bem. "Não sabia como agradecer a bênção, então resolvi deixar meu cabelo crescer para doar. Conversando com uma amiga, comentei que estava deixando o cabelo crescer e no dia seguinte ela me mandou seu cabelo cortado. Daí veio a ideia da página", conta. De janeiro para cá, a campanha já chegou a resultados impressionantes: mais de 12 mil curtidas no Facebook, muitas doações chegando pelos Correios diariamente e parcerias com salões de beleza e especialista em perucas. Felizmente, a "Rapunzel Solidária" não está sozinha. Outras campanhas reforçam o time, como a "Cabelegria", destinado às crianças, que já conta com 160 mil curtidas.

Doadoras

Foi aderindo à campanha da "Cabelegria" que a jornalista juiz-forana Flávia Crizanto (foto abaixo, à direita) resolveu doar. "Fiquei sabendo por meio do Facebook. Vi fotos de algumas amigas que cortaram os cabelos e os doaram, então, procurei saber a respeito. Depois, procurei algumas matérias e informações sobre as instituições e decidi fazer a minha doação".

Segundo Flávia, a decisão foi difícil no começo, já que mexe com a vaidade. "Havia mais de dez anos que eu usava os cabelos em tamanho médio ou longo. Tirar 15 centímetros significaria arriscar bastante, porque os cabelos estão diretamente ligados à identidade e à autoafirmação da mulher. Mas, para tomar a decisão, decidi não pensar muito", explica.

A correspondente bancária Renata Giovanninni (foto acima, à esquerda), de 22 anos, ficou encantada com as doações e também resolveu participar, contribuindo para o site da ONG "Luta pela Vida", que, em parceria com o Hospital do Câncer de Uberlândia, recebe doações, confecciona as perucas e distribui para os pacientes em tratamento quimioterápico. "Não sei quem vai fazer uso da minha doação, mas tenho certeza que será alguém que precisa. De alguma forma, estarei contribuindo para a autoestima de pessoas que estão realmente lutando pela vida e eu me sinto muito bem por isso", conta.

Para doar

A doação é simples. Normalmente, todos os tipos de cabelo – com química ou não – são aceitos. O comprimento mínimo a ser doado varia. No caso do "Cabelegria", o mínimo é de 10 centímetros e, no caso da "Rapunzel Solidária", 15 centímetros. O cabelo deve estar preso no momento do corte e, depois, a parte a ser doada deve ser armazenada em um saco plástico. Depois disso é só enviar para o endereço da campanha.

Sentimento

A lição que fica é a da coragem para doar. "Se existe a vontade, existe a coragem. O corajoso corre riscos e é sempre recompensado com um bom ensinamento", pontua Flávia. Para Renata, a sensação compensa qualquer tipo de sacrifício. "Nosso cabelo cresce! Doar-se é um lindo gesto. Saber que alguma coisa sua está ajudando alguém que às vezes não tem nenhuma esperança é algo maravilhoso", encerra.

*Laura Lewer é estudante do 7º período de Jornalismo do CES/JF

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