Oscar 2016: ?Joy é o nome do sucesso? (?Joy?)

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Oscar 2016: ?Joy ? o nome do sucesso? (?Joy?)
Victor Bitarello 29/01/2016

Oscar 2016: "Joy – o nome do sucesso" ("Joy")

Eu escolhi assistir a esse filme primeiro, pra poder comentar os filmes do Oscar deste ano, por causa da protagonista, que eu adoro, Jennifer Lawrence. Eu já tinha outras opções, mas deixei pra depois.

Geralmente eu já me preparo pra assistir os filmes do Oscar em vídeo ou internet, mas eu estou impressionado como este ano chegou aos cinemas daqui da cidade vários dentre os concorrentes, o que é raro.

O longa, basicamente, é Jennifer. Sua participação é enorme (afinal de contas, o nome do personagem é o nome do filme). Joy é a essência, em termos de significado, em termos de atitude. Além dela, o que se pode apontar de mais chamativo, é a parte da trilha sonora, que ajuda muito, embala muito bem a trama. Isso porque o filme, em si, é um trabalho bem simples. Não possui grandes ambições. Conta a historia de uma mulher que vive por sua família, passando por várias dificuldades. A mãe passa os dias na frente da TV. Ela tem que criar os dois filhos sozinha. O ex-marido vive em sua casa, não contribuindo com as despesas. Ela conta, quando muito, com a ajuda do pai, vivido pelo ator Robert de Niro. A avó lhe apoia moralmente, com muito carinho. Os filhos são sua motivação.

Joy é uma pessoa muito inventiva e criativa. Num determinado momento da história, ela se envolve em um acidente, e com isso observa a possibilidade de criar um Esfregão, que para seu uso, não seria necessário o toque das mãos em seus pelos, conseguindo, com isso, fazer a limpeza com mais eficiência, sem correr o risco de sujar e machucar a pessoa que limpa. Ao longo do filme, conta-se sobre seu esforço, bem como daqueles que a ajudam, para vender essa ideia. Ao redor disso, mostra-se também o contexto familiar, em especial a relação com a irmã, que não gosta dela e se esforça para atrapalhá-la. O pai dividido entre as duas. A amiga e o ex-marido que a apoiam em tudo.

No início do filme, tem-se aquela sensação de que ele não vai "acontecer". Algo como: "o que eu estou fazendo aqui?". No entanto, ele vai num crescente, nos embalando de tal forma, que passamos a não conseguir mais piscar, e a amar o filme até o último minuto. É interessante, até, porque isso é igual à própria história da personagem, o que eu não sei se foi de propósito, ou uma coincidência. A vida de Joy, que é muito difícil, começa a melhorar, e a partir daí o filme também melhora em muito. A própria atriz, que eu estava questionando o porquê de sua indicação (é a única indicação ao Oscar que o filme obteve), que vinha numa atuação morna, cresce de tal forma, que eu pensei: aí está a minha Jennifer! É uma indicação mais que justa e ela está muito bem.

A vantagem dela é que se trata de uma atriz muito versátil. Apesar de seu estilo mais marcante ser o tipo que fez em "Inverno da alma" e "O lado bom da vida", essa versatilidade ficou muito evidente em "Trapaça", que lhe deu o Globo de Ouro. Das cinco atrizes indicadas, só vi até agora o dela e o de Cate Blanchet. Esta dispensa comentários, porque é uma grande atriz, com um rosto inacreditavelmente cinematográfico.

Talvez o que se possa apontar de diferença positiva, é que Cate é mais madura, apresentando, no entanto, um trabalho mais semelhante nos filmes em que atua. Todos bons, isso não se duvida, mas sempre muito iguais. Preciso, agora, assistir "O quarto de Jack", protagonizado por Brie Larson, a qual é, a princípio, a principal concorrente de Jennifer.

"Joy – o nome do sucesso" é uma ótima opção de diversão. É um filme agradável de assistir, apesar da situação familiar da personagem irritar um pouco, mas vale muito a pena o gasto com o ingresso!