Manicures buscam mais valorização após profissão ser regulamentadaProfissionais ainda encontram na informalidade a melhor maneira de conseguir remunerações compatíveis

Victor Machado
*Colaboração
24/1/2012
Manicure fazendo a unha de cliente

A profissão de manicure exige cuidados higiênicos e é cada vez mais difundida no mercado estético do país. No entanto, os trabalhadores ainda encontram dificuldades quanto a valorização e o papel do profissional dentro de salões de beleza. Muitos deles encontram na informalidade a melhor maneira de conseguir uma remuneração compatível. No entanto, o cenário pode mudar. A recente regulamentação da profissão de manicure pelo Governo Federal promete trazer mais segurança para os serviços e garantir direitos aos profissionais que atuam na área.

Para a instrutora do Senac Juiz de Fora Mônica Rosemary Batista, a regularização da profissão exigirá dos profissionais um comprometimento maior com a higiene e ajudará no reconhecimento dos trabalhadores. "A questão higiênica será ainda mais cobrada. E espero que, a partir de agora, os profissionais recebam a valorização devida, pois manicure é essencial em um salão de beleza."

Ela destaca que uma profissional que se mantém atualizada pode ganhar, em média, entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. "As que se consideram profissionais conseguem uma boa remuneração, mas é importante se manter informada e fazendo cursos." A instrutora comenta que a área é ampla e possui quase 18 especializações diferentes, entre elas, hidratação, restauração da unha, decoração e outras.

Apesar da evolução do mercado, Mônica Batista, considera que existe problemas quanto à remuneração em salões. "A manicure ganha uma porcentagem de acordo com o número de clientes atendidos. Normalmente, 50%. Isso é uma desvalorização do serviço, pois ela não representa gasto para o estabelecimento e atrai clientes. Por conta disso, existe um déficit profissional em salões e as profissionais preferem ser autônomas."

Porém o mercado autônomo exige cuidados dos profissionais. Segundo ela, para trabalhar por conta própria, é preciso ter conhecimento e saber conquistar os clientes. "Tenho alunas que já têm de 20 a 30 clientes fixos. No início é difícil, mas com trabalho é possível melhorar." As características essenciais para atrair o consumidor são comprometimento, ética profissional, higiene e conhecimento de novas técnicas.

Curso

Em Juiz de Fora, existem cursos com o objetivo de capacitar os estudantes a cuidar da beleza das unhas das mãos e dos pés, utilizando técnicas e instrumentos específicos. Os requisitos básicos são ter, pelo menos, 16 anos e ter completado a quarta série do ensino fundamental. Após 160 horas de treinamento, o profissional sai capacitado a decorar artisticamente a unha, a fazer higienização, esfoliação, massagem e hidratação, podendo atuar em salões de beleza, em domicílio e em clínica de estética.

De acordo com a supervisora pedagógica do curso de manicure do Senac Juiz de Fora, Marley Rodrigues Pires, a procura pelos cursos é grande. Cada turma forma entre 12 e 16 pessoas. "Em 2010 e parte de 2011, o número diminuiu. Os clientes com renda mais baixa reclamavam do custo, cerca de R$ 800. Agora, existe um programa de gratuidade e a população voltou a buscar o conhecimento." 

Regulamentação

A lei, de número 12.592, foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 19 de janeiro. O texto determina que os profissionais da área obedeçam normas sanitárias, como esterilização de materiais e utensílios utilizados para atender o cliente. A presidente Dilma Roussef vetou dois artigos, um deles exigia a conclusão do ensino fundamental, diploma em curso na área ou comprovação de atuação na área por um ano. Com a regulamentação, os trabalhadores e os empresários terão direitos trabalhistas assegurados. A lei sancionada ainda instituiu o dia 19 de janeiro como o Dia Nacional do Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador.

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

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