Na partida em comemoração aos 104 anos, Tupi goleia e vinga eliminação de 2014

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Na partida em comemora??o aos 104 anos, Tupi goleia e vinga elimina??o de 2014

Na partida em comemoração aos 104 anos, Tupi goleia e vinga eliminação de 2014

Matheus Brum
Colaboração*
25/05/2016

Talvez nem o mais otimista dos 1140 torcedores que foram até o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio na noite da última terça-feira, 24 de maio, imaginava que fosse ver um jogo movimentado e uma goleada Carijó. O cenário não se desenhava assim. Afinal de contas, o Tupi vinha de duas derrotas e iria enfrentar um time tradicional, uma camisa de peso, que num passado recente causou grande tristeza aos alvinegros. Quem não se lembra do fatídico 25 de outubro de 2014? Quem não se lembra de Ruan, atacante do Papão da Curuzu, que aos 41 minutos do segundo tempo encobriu Rodrigo e adiou por um ano a festa do acesso à Série B num Municipal lotado?

Pois bem, mesmo não tendo nenhum representante em campo daquele time, os atuais atletas carijós se vingaram, com juros e correção monetária, aquela derrota. Numa noite inspirada de Gabriel Sacilotto e Vinícius Kiss, o Tupi venceu por 5 a 1 e conseguiu a primeira vitória na Segunda Divisão.

Quem analisa apenas o placar pode achar que a partida foi tranquila, mas não foi bem assim não. O Galo começou melhor e logo aos três minutos, Gabriel Sacilotto mostrou seu cartão de visitas ao cruzar da esquerda para Thiago Silvy, num "semi voleio" de direita abrir o placar. O Paysandu sentiu a pressão, deixando o "Fantasma do Mineirão" tomar conta da partida. Com um meio de campo formado por Jataí, Sacilotto e Marcos Serrato, o time conseguia controlar a bola, com boa troca de passes. Porém, o ímpeto inicial foi diminuindo, e a equipe do Norte foi conseguindo equilibrar a partida.

Aos 13, quase gol de empate. Depois de escanteio pela esquerda, Alexandro subiu sozinho na área, mas para a sorte dos carijós, cabeceou muito mal, facilitando a vida de Glaysson. Mesmo com um meio de campo com qualidade técnica, o resto do time não colaborava. Pela direita, Felipe Formiga vacilava atrás, deixando uma "avenida" nas suas costas. Do outro lado, Bruno Costa também não conseguia passar segurança. Na frente, Henrique, que herdou a camisa 10 de Jonathan, precisava o tempo todo cobrir o lateral direito, e com isso não conseguia chegar ao ataque como era sua função. Pela esquerda, Silvy era voluntarioso, voltava para marcar, mas não conseguia ser a válvula de escape para contra-ataques. Perdidão na frente, Giancarlo pouco tocava na bola.

Percebendo todos esses problemas, Drubscky resolveu mexer ainda na primeira etapa. Aos 32, sacou Felipe Formiga para entrada de Vinícius Kiss. Com isso, Henrique foi puxado para atuar de lateral direito, posição de origem. Nesse momento, ninguém imaginava que essa substituição seria um dos pilares para a vitória.

No minuto seguinte da substituição, Celsinho cruzou da esquerda, Henrique "cochilou", não viu Gualberto entrar nas suas costas e finalizar para uma importante defesa de Glaysson. Nesse momento, o atual campeão da Copa Verde era muito superior na partida, e o empate era questão de tempo. Para o Tupi, só restava apostar na ligação direta, com os jogadores de trás torcendo para Giancarlo conseguir ganhar alguma bola dos zagueiros e prender a jogada no campo de ataque.

No início do segundo tempo nenhuma mudança no lado carijó. E assim como o time que estava em campo, a tônica do jogo não mudou. Os meio-campistas não conseguiam trabalhar a bola com qualidade por conta da falta de compactação do time na hora de atacar. Por isso, continuavam abusando da ligação direta. Já Kiss, Silvy e Giancarlo continuavam com o velho problema de não se movimentar, se tornando presas fáceis para a marcação adversária.

Mesmo estando melhor, o Paysandu sofreu o segundo gol numa falha da zaga. Aos 16, Bruno Costa cruzou no segundo pau, Sacilotto de primeira fez cruzamento rasteiro para Vinícius Kiss, sozinho, de frente para o gol, empurrar para o fundo do barbante. Festa e alivio no Mário Helênio.

Por conta do segundo gol, a equipe do técnico Dado Cavalcanti foi para cima com tudo, abrindo brechas no sistema defensivo. Foi nesse momento que o Tupi soube aproveitar. Aos 21, Sacilotto parou em Emerson após belíssimo lançamento de Jataí. Dois minutos depois, porém, o arqueiro não foi páreo para Serrato, que num contra-ataque mortal, invadiu pela direita e colocou no canto esquerdo da meta visitante.

Com o placar elástico em mãos, o alvinegro diminuiu o ritmo, e passou a receber mais pressão do Paysandu, sofrendo um gol aos 32. Após escanteio pela esquerda, Pablo desviou no meio da área, e a bola acabou desviando em Lucas, tirando Glaysson da jogada e entrando no fundo das redes.

O gol animou a equipe visitante, que partiu para o "tudo ou nada", acreditando num improvável empate. Tentando "oxigenar" o ataque, Drubsky resolveu sacar Silvy e colocar Michel Henrique. E não é que ele teve papel fundamental no quarto gol? Aos 45, Recife, que tinha entrado no lugar de Jataí, roubou a bola no meio de campo, tabelou com Michel, e colocou de perna direita no canto esquerdo de Emerson. 4 a 1 e vitória garantida.

Contudo, o alvinegro queria ainda mais. No "apagar das luzes", Sacilotto lançou Vinícius Kiss, que driblou Emerson e com gol vazio deu números finais à partida.

O jogo contra o Paysandu deixou claro mais uma vez a melhora que o time vem tendo em campo. Parece que Drubscky encontrou o meio de campo titular. Agora, falta resolver o problema de movimentação do ataque. Jogar com três atacantes estáticos na frente não é efetivo, já que eles se tornam presas fáceis para a marcação adversária. No mais, a goleada serviu para dar ânimo aos jogadores, comissão técnica e torcida. Um baita presente de aniversário. Porém, uma ressalva deve ser feita: não se pode esconder atrás do resultado e achar que está tudo lindo e maravilhoso. Ainda há muito a melhorar.

O Tupi volta a campo no próximo sábado, 28, às 21h, para enfrentar o Bragantino, no Estádio Nabi Abi Chedid.

Estatísticas (segundo Footstats)

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