Matheus Brum Matheus Brum 16/11/2015

Dias para esquecer

jogosCaro (a) leitor (a), esses últimos dias e semanas têm sido muito complicados. São tragédias atrás de tragédias. Nos "quatro cantos" do mundo, algo de ruim está acontecendo. Nosso planeta está "virando de cabeça para baixo" e, infelizmente, a grande maioria de nós também. Mesmo com o espaço sendo para esporte, me sinto na obrigação humana de falar sobre os acontecimentos.

Não há tragédia melhor ou pior. São simplesmente tragédias. Distritos e municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo foram arrasadas por conta da negligência de uma empresa. Os danos são irreparáveis. A França sofreu mais um ataque terrorista. Ataque de um grupo que desde que ganhou força está causando destruição e dor. Outros países já sentiram na pele a brutalidade do Estado Islâmico.

Vivemos uma onda de crise moral e da hipocrisia. Tudo criticamos. Se alguém fala de Mariana, é atacado por não falar da França. Se é colocado a bandeira da França na foto de perfil do Facebook, é criticado por não ajudar os vizinhos mineiros e capixabas, além de ser "colocado" contra a parede por não ter tido a mesma compaixão quando outros países foram atacados pelo EI. Se não faz nenhuma das duas coisas, é criticado pela isenção. Já reparou como todo assunto há dois grupos, e que o consenso, cada vez está mais raro?

Para os direitistas, a esquerda não presta, e vice-versa; Para os petistas, os tucanos não prestam, e vice-versa; Para os flamenguistas, os vascaínos não prestam, e vice-versa; Para os apoiadores da Síria, as potências ocidentais não prestam, e vice-versa. Para os católicos, os ateus não prestam, e vice-versa; Para as feministas, os homens não prestam, e vice-versa. Exemplos são vários. Porém, esquecemos de uma situação fundamental: nada está cem por cento certo ou errado. Só seguiremos em frente quando aceitarmos e entendermos todas as visões de mundo, e a partir daí, construir um caminho melhor para todos.

Todos temos como direito a opinião, mas que tal aceitar a do outro? Princípio básico de respeito e de convivência. A crítica pela crítica não é o mecanismo que vai fazer as coisas melhorarem. Pelo contrário, tudo entrará cada vez mais na esteira do caos. Compaixão com o próximo, independente de ser uma pessoa de Governador Valadares, de Paris, do Japão, ou aquele mendigo que está deitado ao relento, na esquina da sua casa, é necessário para um mundo melhor.

tragediaComo escreveu Dante Alighieri, na sua "Divina Comédia": "Os lugares mais sombrios do Inferno estão reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral".

Vamos orar por Mariana, por Bento Rodrigues, por Governador Valadares, por Paris, pela Síria e por todos que correm perigo. Vamos criar uma só corrente. Só assim, mesmo que pouco, teremos condições de mudar o mundo.

Ah, e o esporte? Bem, a Seleção mais uma vez jogou mal, mas conseguiu um empate fora de casa; Rosberg venceu o GP do Brasil e garantiu o vice-campeonato de pilotos; Flamengo comemorou os 120 anos com uma vitória magra sobre o Orlando City; Na única partida do Campeonato Brasileiro desse final de semana, o Cruzeiro venceu o Sport por 3 a 0 dentro de casa e começa a sonhar com o G-4, e o Tupi anunciou o treinador para 2016, Júnior Lopes.


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.

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