Para combater a obesidade em cães, é preciso educar o dono

Médica veterinária orienta aos donos dos animais a dar a quantidade de ração indicada na embalagem do produto, além de incentivar exercícios físicos

Thiago Stephan
Repórter
30/4/2012
Cachorro obeso

A obesidade não é um mal que afeta apenas seres humanos. Os cães também estão, cada vez mais, acima do peso ideal. E, assim como nos homens e mulheres, os quilos em excesso afetam a saúde dos animais, provocando problemas cardiovasculares, predisposição ao diabetes e dificuldade de locomoção, entre outros. O melhor a fazer, para evitar a obesidade canina, é ter atenção especial com a alimentação dos bichinhos, além de proporcionar exercícios físicos constantes.

Segundo estudos divulgados por especialistas, cerca de 40% dos cães levados às clínicas veterinárias são obesos. A principal causa é a superalimentação, o que acarreta o "balanço positivo de energia". A médica veterinária Neísa Lourenço não confirma a estimativa, mas garante que é grande o número de animais acima do peso que aparecem em seu consultório. E o pior, eles são levados pelos donos por outros motivos. Isso porque, segundo ela, as pessoas não se preocupam com o problema. "Acham até bonito o bicho gordinho", revela.

Apesar de algumas raças apresentarem tendência para engordar, caso de Labrador, Rottweiler, Beagle e Basset Hound, a médica veterinária explica que, na maioria das vezes, o excesso de peso em animais de pequeno porte é fruto de um mal que também afeta os humanos. "É um problema de educação alimentar. Os donos costumam achar que a quantidade de ração informada nos pacotes é pouca e acabam dando mais. Não há necessidade disso. Ainda tem os petiscos. Alguns donos acabam dando tudo que comem também para os animais. A falta de exercício agrava ainda mais o problema", explica.

Hábitos alimentares incorretos podem, ainda, trazer outros problemas para os bichos e seus donos. "Dar para o animal a alimentação humana é um erro. Carne de porco, linguiça, fritura... Isso acaba afetando o animal de várias maneiras. Além da obesidade, pode haver intoxicações, alergias, diarreias, vômitos..."

Por isso, a médica veterinária explica que é preciso ficar atento ao peso dos bichos e fazer os animais praticarem exercícios físicos. Tratando antes o problema, não haverá necessidade de combater uma complicada situação. "Com o sobrepeso, várias coisas começam a funcionar mal. Coluna, articulações... Acaba virando um círculo vicioso. O animal não pode fazer exercícios porque está gordo e fica gordo porque não exercita", revela.

Nem mesmo donos de animais castrados têm a desculpa para que os bichos apresentem sobrepeso. "A castração, quando feita no adulto, cria uma tendência para o animal engordar. Isso não ocorre em todos os casos. Mas, conseguindo controlar a alimentação e fazendo exercícios físicos, é possível manter o animal castrado no peso ideal. Esse problema só ocorre quando a castração é feita no animal adulto. Se for feita antes do primeiro cio das fêmeas e durante a puberdade dos machos, não são registrados problemas com a obesidade. Por isso, preconizamos a castração precoce", orienta.

Por fim, Neísa chama a atenção de humanos obesos: eles tendem a ter animais acima do peso. Ela faz um alerta. "A gente é o que come. A saúde está intimamente ligada ao que se come. O animal não escolhe. É o dono que tem que escolher por ele. Ele está sujeito às escolhas do dono."

Combatendo a obesidade canina

  • O dono precisa convencer-se do estado de obesidade de seu cão (a imagem de que o cão gordo é um cão bem tratado é coisa do passado);
  • Seguir rigorosamente as indicações do fabricante quanto à quantidade de ração a ser fornecida;
  • Fracionar a ração ao longo do dia para que o cão tenha sempre a sensação de estar saciado, isto é, em vez de dar 300 gramas de uma só vez, fornecer 3 refeições de 100 gramas;
  • Dispensar as guloseimas;
  • Fazer com que o cão faça exercícios regularmente.

Fonte: Saúde Animal

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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