Interfer?ncias no relacionamento Alguns casais sofrem com a participa??o "exagerada" de membros da fam?lia em sua rela??o e at? colocam um ponto final no romance
Rep?rter
24/03/2007
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Namorar, noivar, casar. Muitas pessoas desejam passar por todas estas fases e tentar concretizar a express?o "at? que a morte nos separe". Viver a dois n?o ? f?cil, mas poucos resistem a um cora??o batendo acelerado, resultando na uni?o das escovas de dentes.
Brigas, desentendimentos, discuss?es s?o normais. E como diz o velho ditado "em briga da marido e mulher ningu?m mete a colher". Mas algumas pessoas n?o querem nem saber e "colocam o faqueiro inteiro" para atrapalhar a rela??o. Estamos falando de m?es, pais, irm?os e amigos que extrapolam o limite e interferem na rela??o. Alguns, acreditando que v?o ajudar. Outros com a inten??o real de que a uni?o se desfa?a.
E essa ? uma situa??o mais comum do que se pensa. Isso aconteceu com Joana* e Francisco, h? mais de dez anos. Foram sete anos entre namoro e noivado, desde o in?cio do relacionamento. At? que a fam?lia dele come?ou a perceber que existia grandes chances dos dois ficarem juntos para sempre. Segundo Joana, as interfer?ncias come?aram pela av?, que influenciou o pai de Francisco. "Se a gente combinasse de sair, se ele tinha somente uma cal?a, a av? dele ia l? e molhava, de prop?sito"
, conta Joana.
Ela conta que o pensamento da fam?lia do ex-noivo ? de que Francisco deveria ajud?-los e n?o sair de casa. "Ele ? filho ?nico e eles pensavam assim: 'a gente se desdobra para dar casa, comida e na ?poca de ajudar os pais, ele arruma pra casar'. Por isso, que eles faziam de tudo pra boicotar a gente"
, revela.
Quando o casal come?ou a comprar os m?veis para o tal esperado dia do casamento, a situa??o piorou ainda mais. "Eles viram que estava solidificando"
. Depois do noivado, a interfer?ncia da fam?lia de Francisco era t?o intensa, que o pai ficou enfurecido se o filho fosse na casa de Joana logo ap?s o trabalho, chegando ao ponto de dizer que o filho n?o entraria mais em casa.
Sem contar o sofrimento em saber que falavam mal dela o tempo inteiro com Francisco. "Ele me contava. Mas o que eu podia fazer? Era eu sozinha contra a fam?lia dele"
.
As idas ? casa de Francisco n?o eram algo f?cil para Joana. Toda vez que participava de algum evento na casa do noivo, alguma coisa entre os dois n?o dava certo. "Era um ambiente t?o carregado, que era briga na certa. Parecia que todo mundo torcia pra gente brigar. Mas se a gente fosse pra outro lugar, sem a presen?a deles, era uma paz
", lembra.
Ela sabe que para ele era uma situa??o dif?cil, porque ele tamb?m n?o queria ir contra a fam?lia. Mas a solu??o mais vi?vel para Joana foi "entregar os pontos". "Devolvi a alian?a. A gente se gostava, mas a rela??o j? estava minada. E s? terminou por causa da fam?lia dele"
, diz.
Para a psic?loga Cristiane de Almeida Tavares, o ideal ? que o "pr?prio casal tente resolver os impasses cotidianos da rela??o. Considerando que pais e amigos s?o as pessoas mais comumente procuradas nestes casos, ? importante que haja cautela por parte do casal, que deve colocar claramente os limites a uma poss?vel intromiss?o"
, afirma.
Ela ainda faz um alerta para aqueles que est?o pr?ximos do casal. "Aqueles que escutam devem se conter para n?o tentarem resolver dificuldades que n?o lhes pertencem"
.
Para Josiane*, as brigas com seu ex-namorado Junior* - que a qualquer momento, pode ser tornar namorado outra vez - podem ser influenciados pela m?e dele. Eles moram em cidades diferentes e durante os seis primeiros meses tudo parecia ir de "vento em popa". At? que a m?e de Junior come?ou a achar ruim a liga??o forte que existia entre os dois.
Josiane explica que a fam?lia de Junior sempre foi quieta, mais fechada, ao contr?rio do perfil familiar dela, que ? comunicativa. "No in?cio, ele estranhou, mas depois ele gostou e se tornou mais espont?neo"
. Resultado. Em suas folgas do trabalho, Junior preferia ficar com Josiane. "Ele dizia: 'Vou pra l? e ningu?m conversa comigo'. N?o que a m?e n?o goste dela, mas ? o jeito dela. S? que ela come?ou a achar ruim"
, diz.
E nas brigas normais de qualquer relacionamento come?ou a aparecer o "dedo" da ex-futura sogra (quem sabe?). "Parece que ela acha que estou competindo. Se eu fa?o alguma coisa de um jeito, ela critica. Se eu fa?o do outro, tamb?m. Se no namoro j? est? dif?cil, eu n?o sei como seria depois de casado"
, questiona.
O que pode ser feito, segundo Cristiane, ? "expor a situa??o inc?moda para o parceiro, deixando para aquele a quem pertence o v?nculo tentar resolver a dificuldade. Ou seja, se for amigo ou familiar da esposa/ namorada que ela resolva, e vice-versa"
.
Portanto, quem deseja manter a rela??o harmoniosa ou voltar a ter uma vida mais equilibrada, n?o pode deixar para resolver depois. ? preciso tomar uma atitude e ter pulso firme, mas, claro, sem ofender ningu?m.
"Ele n?o quer magoar a mim, nem a m?e. Ele reclama dela, mas n?o sabe dizer 'n?o' para a m?e. Mas ele vai ter que definir o que quer realmente"
, diz Josiane, que est? convicta de que a rela??o deles pode ter continuidade, caso Junior mostre que existe um limite e que sua m?e n?o pode avan?ar. Para estas e outras situa?es, s? o di?logo resolve.
*Os nomes foram trocados para preservar a identidade das pessoas