Marcos Paschoalin aponta a redução da carga tributária como a principal solução para JF

Sem coligações, o candidato à Prefeitura de Juiz de Fora, ao lado do vice, afirma que fará uma administração sem secretários e cargos de confiança

Andréa Moreira
Repórter
3/9/2012

Marcos Paschoalin, do Partido Republicano Progressista (PRP), é o terceiro candidato à Prefeitura de Juiz de Fora, entrevistado para o caderno de eleições municipais 2012 do Portal ACESSA.com. Empresário, engenheiro civil e filósofo, Paschoalin tem 51 anos e atualmente cursa o sexto período do curso de Direito. Pai de cinco filhos, o candidato se declara um político por ideologia. Começou sua carreira política em 2000, quando se candidatou ao cargo de vereador na Câmara de Juiz de Fora. Em 2002, tentou se candidatar a deputado federal, mas foi impedido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ao qual estava filiado na época. Em 2004, tentou se candidatar à Prefeitura de Juiz de Fora, e novamente em 2006 e 2010, tentou concorrer a uma vaga para à Câmara de Deputados, e novamente foi impedido pelo partido. Agora no PRP, Paschoalin acredita que é importante o eleitor ter mais opções de escolhas para o Executivo municipal.

As perguntas feitas aos candidatos foram realizadas com base no caderno especial sobre eleições do Portal. Confira, abaixo, o bate-papo realizado com Paschoalin e com o candidato a vice-prefeito, Sérgio Polistezuq. Assista, ainda, ao vídeo acima, gravado com o candidato.

Acessa.com - Qual é a sua proposta para melhorar a questão do transporte para a cidade?

Paschoalin - A primeira coisa que deve ser feita é uma licitação pública do transporte. Isso deveria ter sido feito desde 1990, mas como não foi realizado, o trânsito em Juiz de Fora funciona viciado desde aquela época. O grande problema do nosso transporte público, eu repito mais uma vez, é ele ser inviável nesses anos todos. O transporte público de Juiz de Fora é caríssimo pela falta de adequação perante à técnica. Temos que construir soluções que atendam ao povo de uma forma mais objetiva e econômica, o que depende de um estudo. Entramos com ações populares em 2006, 2007 e 2008 para resolver o problema do transporte público, mas nada foi feito. O transporte público não pode ficar deste jeito por mais quatro anos. Por isso, sou candidato à prefeito, para mostrar ao povo que é possível mudar este sistema.

Acessa.com - O que você pensa da implantação do sistema troncalizado? Haveria essa possibilidade?

Paschoalin - Acredito que precisamos, sim, de um sistema troncalizado na cidade. Não nos de moldes Vitória (ES), mas como em Curitiba (PR). A única troncalização necessária, seria implantada no Terreirão do Samba. Quando eu tentei ser candidato em 2004, eu queria ter trazido essa ideia para o povo. Mas quando a gente não é candidato, as ideias não são ouvidas.

Acessa.com - Juiz de Fora conta com projetos de implantação de ciclovias, principalmente na região Norte. Seria uma solução para o problema do trânsito?

Paschoalin - Com certeza. Acredito que as ciclovias sejam uma solução, principalmente na região Norte. Existe um pequeno trecho implantado naquela área, mas que precisa de manutenção e ampliação. Entretanto, não sou favorável à implantação de ciclovias no Centro da cidade. Acho isso inviável.

Acessa.com - O que falta para a melhoria da educação na cidade?

Paschoalin - A nossa ideia na educação é promover a filosofia, a ciência social e o direito de forma básica nas escolas, para que o cidadão compreenda como funciona a sociedade, buscando assim, a evolução. Afinal, a evolução depende do conhecimento. Então, o principal ponto será investir no conhecimento humano. Além do que, usarei de todo o meu conhecimento para ajudar a sociedade.

Acessa.com - O baixo salário dos professores e profissionais da educação é apontado como um dos principais problemas. Qual seria uma possível solução para esse impasse?

Paschoalin - Sobre esta questão, acredito que os cidadãos precisam ser mais conscientes sobre a importância da educação. Também creio que temos que fazer a educação com uma didática diferente. Pois deste jeito está muito ruim. As crianças estão lendo muito mal, não sabem fazer conta.

O salário tem que ser digno para o professor, para que ele possa render, mas além do salário, ele precisa também de estrutura adequada para dar as aulas. Não podemos só reivindicar aumento de salário, precisamos também melhorar a qualidade da educação. A partir do momento que a educação for organizada, reformada e reestruturada, com o passar do tempo vai começar a surtir os efeitos.

Acessa.com - Como fazer da cidade um polo integrado de desenvolvimento econômico? Visto que temos, por exemplo,o Expominas, distante e com infraestrutura precária?

Paschoalin - Eu penso que primeiro devemos diminuir a carga tributária e o gasto com a máquina administrativa. Fazendo isso, conseguimos dar o incentivo ao empresariado, o que fará com que se invista mais, gerando assim mais receita para o município. Isso fará com que a cidade cresça e, por exemplo, o Expominas, que hoje é longe, ficará perto amanhã. Quando o cidadão paga muitos impostos e não tem nenhum direito, nenhum retorno, ele desanima em buscar a melhoria das próprias atividades.

O povo brasileiro tem que compreender que nós pagamos muitos impostos. Hoje se fala em 40%, mas acredito que seja muito mais, afinal, não temos nenhum direito social. O que faz com que na verdade paguemos muito mais do que 40%. E para fazer isso, temos que mudar os governantes que estão no poder. Quando falo que não vou ter secretário, não vou ter diretor, cargos de confiança e cabide de emprego é exatamente porque eu sei da minha capacidade como empresário.

Acessa.com - Como explorar a possibilidade de crescimento do comércio para além da área central? Temos casos de bairros que desenvolvem essa atividade, como São Mateus, Benfica e Manoel Honório, mas que já registram fechamentos devido à falta de segurança e ao preço elevado dos alugueis, por exemplo.

Paschoalin - Como disse anteriormente, temos que diminuir a carga tributária. Com isso, o povo consome mais, gerando mais dinheiro na cidade.

Acessa.com - A saúde é apontada como um dos principais problemas da cidade. Qual é a visão do senhor a respeito deste segmento?

Paschoalin - É óbvio que a saúde precisa de dinheiro. Mas vou falar de outro ponto, pois eu estudei parapsicologia e acredito que nós, seres humanos, somos essencialmente psicológicos. As principais doenças que nos afetam são as psicossomáticas, então, deveríamos lidar com essa área da medicina. Também acredito que as crianças, adolescentes, jovens, idosos e gestantes devem ter uma atenção especial. Repito mais uma vez, temos que diminuir a carga tributária para conseguirmos mais recursos e com isso, poderemos remunerar os profissionais com mais dignidade.

Eu sou usuário de posto de saúde e é muito difícil para mim ver a falta de compromisso humano. A burocracia que existe atualmente é que emperra todo o sistema de saúde. Simplesmente não consigo entender os motivos pelos quais a pessoa tem que levantar de madrugada para ser atendida em um posto. Ou pior, dela ter que chegar no posto em determinada hora para marcar uma consulta para outro dia. Atualmente, já dispomos de tecnologia suficiente para que a informação seja imediata, o que irá facilitar muito a vida do usuário.

Acessa.com - Quais seriam as medidas necessárias para a melhoria da segurança em Juiz de Fora?

Paschoalin - Para mim, a educação é a base de tudo, e o mais importante. Por isso, falamos em Educação Física, que alia educação e esporte. Quando a criança é bem educada, bem cuidada, ela não se marginaliza. Sabemos que as crianças e os adolescentes possuem grande energia e esta energia tem que ser captada e transformada em algo benéfico para eles e para toda a sociedade.

Um projeto que gostaria de desenvolver é a criação de várias praças de esporte. Mas além dos esportes, esses locais contariam também com aulas de filosofia, direito e outras ciências. Temos que mostrar para nossos jovens a realidade humana e isso se faz com esporte e educação.

Outro ponto seria investir em segurança eletrônica, pois por mais dispendioso que seja o equipamento, ele se torna muito barato perto dos benefícios que irá proporcionar.

Administração diferenciada sem 'cabide de empregos'

Sérgio Polistezuq é natural de São Paulo e tem 58 anos. Pai de dois filhos, nunca exerceu um cargo político. Atualmente está desempregado, mas trabalhava na área de Recursos Humanos. Militante de movimentos sociais, Polistezuq faz parte do Comitê Central Popular e do Fórum de População de Rua. Também integrou a Associação de Moradores de Santa Efigênia e do Comitê de Cidadania, que fiscaliza o trabalho dos vereadores. Amigo de Paschoalin desde 2005, Polistezuq afirma que tem uma obrigação moral de apoiar o companheiro de chapa. “Nós pretendemos fazer uma administração totalmente diferente, somente o nosso partido, sem nenhuma coligação, sem ter que dar cargos públicos para as alianças, sem fazer da Prefeitura um cabide de empregos. Para isso, se conseguirmos vencer as eleições, vamos aproveitar os próprios funcionários de carreira da Prefeitura. Tudo isso para diminuir gastos da administração.”

Apesar de concorrer ao cargo de vice-prefeito, Polistezuq está com a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral. O processo foi julgado em primeira instância, mas Polistezuq recorreu e acredita em uma posição favorável na próxima sentença. “Entramos com recursos e estamos com esperança de obter justiça, pois a nossa luta é baseada no direito democrático de ampla defesa.” De acordo com o candidato, ele responde por duas pendências junto à Justiça Eleitoral. “Desfiliei-me do PSOL e horas mais tarde me filiei ao PRP. O juiz alegou dupla filiação e anulou as duas filiações. Mas o Ministério Público deu parecer favorável a mim, por isso acredito que tudo dará certo.”

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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