Jussara Haddad Jussara Hadadd 13/10/2008

Pra que brigar, se amar ? muito melhor

Um homem beijando o pesco?o de uma mulher Que saudade que d? quando a gente briga com quem ama e n?o pode ficar juntinho, dando beijinhos e fazendo gracinhas todos os dias o dia inteiro pelo telefone, quando chega em casa do trabalho, nos finais de semana quando as crian?as est?o distra?das.

Que saudade que d? n?o poder acordar de manh? e dar aquele bom dia gostoso, com um sorriso largo, um beijo na boca bem molhado, um ensaio de amor apressado com o tempo contado por ter que sair pra trabalhar.

Que saudade que d? n?o poder entrar no chuveiro surpreendendo o amor da gente quando ele menos espera e ali mesmo extravasar todo desejo e sentir todo prazer que, fora de hora, ? a melhor coisa de se fazer.

Que saudade que d? n?o poder sussurrar no ouvido do outro, "delicia", "te amo", "te quero" e tantas outras besteirinhas que quando tudo est? bem, a gente fala o dia inteiro.

Que saudade que d? de receber ou enviar mensagens indecorosas, daquelas que chegam em meio a uma reuni?o de trabalho dizendo: "Que noite deliciosa, quero outras".

Que saudade que d? de ganhar e dar umas pegadinhas no "bumbum" quando menos se espera, ou ser abra?ado por tr?s de surpresa, na cozinha, no supermercado, em meio a tudo e a todos para inveja de todos que est?o em volta.

Essa coisa de ficar brigado ? pra casal de bobos que se disp?e a perder tempo com mazelas que n?o levam a lugar nenhum. Conversar ? uma solu??o quase sempre eficaz, da certo sim, mas... Cair na cama tamb?m pode ser tudo de bom. A conversa pode ficar pra depois e ?s vezes ela nem ? necess?ria. Casais que se amam muito, quando se estranham, nem entendem bem porque a coisa aconteceu. ? claro que ficam imediatamente arrependidos e loucos para fazerem as pazes, por?m um orgulhozinho tolo toma conta da situa??o e pode se arrastar por dias. Pode ser at? que estes dias sirvam para uma reflex?o ou um descanso do cotidiano, contudo, ningu?m passa bem por esta fase, isto ? certo.

A saudade d?i e por maior e pior que sejam os motivos que levaram a briga, por mais grave que tenha sido o rem?dio ? se desculparem logo e ca?rem de uma vez nos bra?os um do outro.

Em amor n?o se perde tempo, se ganha em alegria de viver com algu?m, se ganha ? pr?pria vida. Um amor bem vivido, sem chatices a interferirem descuidadamente no cotidiano, transmuta em energias necess?rias para o nosso bem estar.

Cometemos sempre os mesmos erros pautados em conceitos arcaicos que visam ? disputa entre homens e mulheres e que t?m como conseq??ncia, certamente, um distanciamento nocivo e que agride, irrefutavelmente, o j? citado bem-estar, o equil?brio e a raz?o destes mesmos homens e mulheres.

Quem se acostuma a viver acompanhado, n?o deve brincar de querer viver s?. Faz um mal danado. Desorienta.

Pra que brigar se, inevitavelmente, amanh? ou depois, por pura necessidade do corpo do outro ou por puro desejo de um aconchego gostoso, vamos pisar em nosso orgulho e fazer de conta, simplesmente, que nada daquilo aconteceu.

Costuma acontecer com casais muito apaixonados, no in?cio do relacionamento, ou mesmo em toda vida, brigarem muito. Eles t?m correndo nas veias um fluido louco que os impulsiona, que os cega e que gera sentimentos que normalmente n?o s?o manifestados em casais que v?o arrastando a vida juntos (ai que chato viver assim) ou em casais que mesmo apaixonados j? encontraram certo grau de maturidade no relacionamento. Sentimentos, como, por exemplo, o ci?me. Eu explico. Casal assim, apaixonado, tem a libido sempre em alta. Fazem do sexo o "ponto alto" e o "carro chefe" da sua rela??o (e n?o tem nenhum erro nisto), e sabe-se bem que paix?o ? uma coisa muito doida, permeada por uma qu?mica que n?o se explica e pode sim, gerar conflitos de toda ordem.

Eu explico de novo. Paix?o n?o tem muito a ver com raz?o, todo mundo sabe disso e quando se perde a raz?o quase sempre se acha uma confus?o e o casal que n?o tem sabedoria e maturidade para ponderar sobre este aspecto, acaba brigando, quase sempre sem raz?o. Nossa que confus?o. Vou tentar explicar de novo. A paix?o, geralmente, conduz a fantasias de toda ordem. Neste caso, poderia fantasiar-se que o parceiro que ? um vulc?o na cama, possa n?o se contentar somente com os momentos que passam juntos e que, provavelmente, nas horas em que est? afastado, ele possa estar nos bra?os de outra pessoa.

A verdade ? que em meio a esses devaneios acontece de tudo, o celular do outro n?o atende, ou ele demora mais que o normal para chegar em casa, ou chega com um perfume diferente (que experimentou em uma loja de perfumes, coitado), ou teve um problema no trabalho e chega mais irritado ou mais reflexivo, e aquele que est? dominado, naquele instante, pelo ci?me e pela inseguran?a, vai logo dando asas a estas fantasias e a briga come?a.

S?o situa?es onde ningu?m pensa na qualidade da pessoa que tem como parceira. Esquece-se do car?ter, do amor que lhe ? dedicado, das promessas, de como se d?o bem juntos. ? algo sem explica??o. Simplesmente come?a-se uma discuss?o que vai tomando um vulto sem propor?es, ou melhor, que vai se transformando em briga e quando o casal se d? conta, pronto, j? est?o aos gritos e a um passo de viver a tal dist?ncia, quase sempre, tola e desnecess?ria.

N?o briguem ? toa, nem por nenhum motivo. Tem tanta coisa melhor que brigar. Amar ? t?o melhor!

Vivam, cres?am, flores?am. A vida passa t?o depressa.


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Jussara Hadadd ? terapeuta hol?stica,
especializada em sexualidade
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