Quando ser m?e? Cada vez mais, as mulheres pensam na estabilidade profissional e financeira primeiro e depois programam a maternidade

S?lvia Zoche
Rep?rter
17/01/2007

O sonho de ser m?e parece algo natural. Ver a barriga crescer, planejar as roupas, o quarto do beb?, imaginar se vai se parecer com o pai, com a m?e, escutar diversas vezes a mesma pergunta: "o que voc? gostaria que fosse? Menino ou menina?" e sempre responder: "tanto faz. O importante ? ter sa?de", mesmo desejando, bem la? no fundo, uma menina para colocar lacinhos ou um menino que seja a cara do pai.

?. J? se foi o tempo que namorar, casar e ter filhos antes dos 30 anos de idade era via de regra. Hoje em dia, n?o ? incomum conhecer mulheres com 30 anos ou mais que ainda n?o tenham filhos, mesmo aquelas com uma rela??o est?vel. Isso n?o significa que elas aboliram a vontade de sentir o instinto materno aflorar.

Mas n?o ? raro ouvi-las dizer que a carreira profissional est? em primeiro plano. Um dos argumentos ? obter uma vida financeira est?vel para constituir uma estrutura familiar mais tranq?ila.

Foi o que aconteceu com ?rika Cristina Rocha Leite Lopes (foto abaixo), que resolveu ter seu primeiro filho depois de oito anos de casada. "Maria Eduarda tem dois meses", conta ?rika, que est? com 32 anos.

Quando ?rika e Marcelo se casaram, ela ainda estava cursando a faculdade de Medicina. "Minha prioridade era formar". Depois, veio a resid?ncia em pediatria e, logo ap?s, sentiu a necessidade de fazer uma especializa??o em nefrologia pedi?trica. "Mesmo n?o faltando emprego para m?dicos, o mercado de trabalho vai saturando". Ela adiou a maternidade e foi estudar para o concurso p?blico de m?dico perito do INSS.

Foto de ?rika com a filha Maria Eduarda, de dois meses ? claro que a press?o da fam?lia existiu, at? porque ela ? a primeira neta tanto do lado paterno quanto materno. "Minha av? paterna falava que tinha algo errado. Minha m?e cobrava por todas as amigas dela j? serem av?s e ela n?o", conta ?rika, que acha gra?a.

Ela passou no concurso e conseguiu a estabilidade financeira e profissional que desejava e ainda descobriu que ? uma ?rea que gosta muito de atuar. "O meu marido j? tinha uma estabilidade, mas eu precisava conquistar a minha tamb?m", justifica. Havia ainda um por?m. Reformar a casa que moravam era essencial para programarem a gravidez.

Tudo saiu conforme planejado e decidiram que a hora de ter um beb? havia chegado, mas sem contar para ningu?m. Assim, n?o gerariam expectativa, nem ficariam ansiosos. Pouco tempo depois de parar de tomar o anticoncepcional, ela engravidou. "N?o imaginei que seria t?o r?pido", se alegra.

Para ?rika, valeu a pena ter esperado, tanto por poder conviver mais tempo com a filha, quanto proporcionar uma boa vida para Maria Eduarda. "Hoje, trabalho s? no per?odo da tarde. Tamb?m n?o fa?o mais plant?o, assim como meu marido e posso exercer a maternidade no sentido pleno", garante ?rika, que revela estar nos planos do casal um novo herdeiro. "A id?ia ? que aconte?a daqui a uns dois anos".

Se der tempo...

Foto de Adriana Torquato At? que Adriana Torquato tem vontade ser m?e. S? que n?o ? uma prioridade. "J? pensei em casar, ser dona de casa... mas minha cabe?a mudou". Mudou tanto que, h? tr?s anos, seu convite de casamento estava pronto e ela resolveu n?o subir ao altar. "Vi que n?o era o momento e o que eu queria era minha estabilidade financeira". Para ela, a mulher que se casa e depende financeiramente do marido, sofre muito.

Mas quem disse que o noivado acabou? Eles continuam juntos e Adriana ainda convenceu o noivo a se dedicar mais ? vida profissional. E s? pensa em ter filhos quando alcan?ar o patamar que deseja. "Se meus ?vulos ainda estiverem na validade", ri.

Ela sabe que, a partir de 35 anos - sua idade atual -, as chances de uma mulher engravidar diminui gradativamente. "Se n?o acontecer naturalmente, acho que eu adotaria. Eu sou a favor de adotar e ele tamb?m". Para ter um filho, Adriana acha essencial "poder dar o bom e o melhor e n?o colocar o filho no mundo para passar aperto e os outros cuidarem", argumenta.

Quando a vontade chegar...

Foto de Fabiane Acelina de Carvalho Nem sempre ? o fator financeiro o respons?vel por mulheres acima de 30 anos adiarem a maternidade. Ter vontade de gerar uma crian?a e disposi??o para se dedicar a ela s?o fatores que adiam a chegada de um descendente.

"Filho ? muita responsabilidade. Ainda n?o tive coragem de arriscar. Eu acompanho a vida de amigos, primos e vejo os problemas que as pessoas passam. N?o sei se tenho essa disposi??o", diz Fabiane Acelina de Carvalho (foto ao lado), de 31 anos.

Ela sente press?o de algumas pessoas pr?ximas para que ela tenha um filho. "Mas isso n?o me abala, porque ainda n?o sinto vontade", reafirma.

O sentimento de m?e n?o aflorou at? agora, mas ela sabe que isso pode acontecer mais tarde, como aconteceu com uma amiga de Fabiane. "Ela pensava da mesma forma e depois teve um filho com 38 anos. Foi dif?cil para ela engravidar, mas o caso dela era psicol?gico".

Dificuldade para engravidar, al?m do psicol?gico

O caso da amiga de Fabiane foi considerado psicol?gico, mas a fertilidade diminui naturalmente em mulheres com 35 anos ou mais. "? uma queda gradativa", avisa a ginecologista Fernanda Polisseni (foto abaixo).

O que acontece ? que as mulheres j? nascem com um n?mero exato de ?vulos, que vai ter durante sua vida. A quantidade de ?vulos diminui com o passar do tempo, assim como a qualidade vai se tornando inferior, porque eles envelhecem. "Isso se torna mais evidente aos 37 anos e bem importante depois dos 40", diz Fernanda.

Foto da ginecologista Fernanda Polisseni J? o homem renova seu estoque de espermatoz?ides a cada dois meses. Os problemas podem aparecer a partir dos 50, 60 anos de idade, faixa et?ria com mais risco de acontecerem altera?es cromoss?micas, por exemplo, que podem levar a um aborto.

Para se ter uma id?ia da fertilidade da mulher, at? os 35 anos, sua chance de engravidar em um m?s ? de 25%. Contando o ano todo, a probabilidade ? de 90%. Por isso, ? normal que a gravidez demore at? um ano para acontecer em um casal sexualmente ativo. Somente depois deste prazo, o casal deve procurar ajuda de m?dicos.

J? em mulheres cima de 40 anos, a perspectiva de fecunda??o de um ?vulo em um m?s cai de 25% para 2% a 3%, mesmo que esteja tudo normal. Neste caso, a procura por ajuda m?dica pode ser feita depois de seis meses de tentativa.

Al?m da diminui??o no n?mero de ?vulos, doen?as ginecol?gicas s?o mais comuns na terceira e quarta d?cada de vida de uma mulher e podem interferir na hora de engravidar, como os miomas e endometriose. N?o existe uma comprova??o cient?fica, mas o fumo pode piorar a qualidade do ?vulo. "Isso ainda est? em estudo", diz a m?dica.

J? a infertilidade na mulher tem entre as causas a dificuldade ou aus?ncia de ovula??o, a altera??o das trompas, altera??o hormonal, altera?es uterinas e o fator imunol?gico (a mulher produz anticorpos que matam os espermatoz?ides). A infertilidade masculina tem a ver com a quantidade e qualidade de seus espermatoz?ides.

Ao contr?rio do que algumas mulheres ainda pensam, usar anticoncepcionais por um longo per?odo de tempo n?o interfere na tentativa de engravidar. "Isso j? foi provado", diz Fernanda. Normalmente, coincide da mulher parar de usar o anticoncepcional justamente quando entra na faixa et?ria em que a fertilidade est? diminuindo.

Enquete
Voc? j? tem filho(s)?
      Sim. Tive antes dos 30 anos
      Sim. Tive entre 30 e 35 anos
      Sim. Tive entre 35 e 40 anos
      Sim. Tive depois de 40 anos
      Tenho menos de 30 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 30 e 35 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 35 e 40 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho mais de 40 anos e ainda n?o tenho filho
   

ATENÇÃO: o resultado desta enquete não tem valor
de amostragem científica e se refere apenas a um grupo de visitantes do Portal ACESSA.com.

Quando ser m?e? Cada vez mais, as mulheres pensam na estabilidade profissional e financeira primeiro e depois programam a maternidade

S?lvia Zoche
Rep?rter
17/01/2007

O sonho de ser m?e parece algo natural. Ver a barriga crescer, planejar as roupas, o quarto do beb?, imaginar se vai se parecer com o pai, com a m?e, escutar diversas vezes a mesma pergunta: "o que voc? gostaria que fosse? Menino ou menina?" e sempre responder: "tanto faz. O importante ? ter sa?de", mesmo desejando, bem la? no fundo, uma menina para colocar lacinhos ou um menino que seja a cara do pai.

?. J? se foi o tempo que namorar, casar e ter filhos antes dos 30 anos de idade era via de regra. Hoje em dia, n?o ? incomum conhecer mulheres com 30 anos ou mais que ainda n?o tenham filhos, mesmo aquelas com uma rela??o est?vel. Isso n?o significa que elas aboliram a vontade de sentir o instinto materno aflorar.

Mas n?o ? raro ouvi-las dizer que a carreira profissional est? em primeiro plano. Um dos argumentos ? obter uma vida financeira est?vel para constituir uma estrutura familiar mais tranq?ila.

Foi o que aconteceu com ?rika Cristina Rocha Leite Lopes (foto abaixo), que resolveu ter seu primeiro filho depois de oito anos de casada. "Maria Eduarda tem dois meses", conta ?rika, que est? com 32 anos.

Quando ?rika e Marcelo se casaram, ela ainda estava cursando a faculdade de Medicina. "Minha prioridade era formar". Depois, veio a resid?ncia em pediatria e, logo ap?s, sentiu a necessidade de fazer uma especializa??o em nefrologia pedi?trica. "Mesmo n?o faltando emprego para m?dicos, o mercado de trabalho vai saturando". Ela adiou a maternidade e foi estudar para o concurso p?blico de m?dico perito do INSS.

Foto de ?rika com a filha Maria Eduarda, de dois meses ? claro que a press?o da fam?lia existiu, at? porque ela ? a primeira neta tanto do lado paterno quanto materno. "Minha av? paterna falava que tinha algo errado. Minha m?e cobrava por todas as amigas dela j? serem av?s e ela n?o", conta ?rika, que acha gra?a.

Ela passou no concurso e conseguiu a estabilidade financeira e profissional que desejava e ainda descobriu que ? uma ?rea que gosta muito de atuar. "O meu marido j? tinha uma estabilidade, mas eu precisava conquistar a minha tamb?m", justifica. Havia ainda um por?m. Reformar a casa que moravam era essencial para programarem a gravidez.

Tudo saiu conforme planejado e decidiram que a hora de ter um beb? havia chegado, mas sem contar para ningu?m. Assim, n?o gerariam expectativa, nem ficariam ansiosos. Pouco tempo depois de parar de tomar o anticoncepcional, ela engravidou. "N?o imaginei que seria t?o r?pido", se alegra.

Para ?rika, valeu a pena ter esperado, tanto por poder conviver mais tempo com a filha, quanto proporcionar uma boa vida para Maria Eduarda. "Hoje, trabalho s? no per?odo da tarde. Tamb?m n?o fa?o mais plant?o, assim como meu marido e posso exercer a maternidade no sentido pleno", garante ?rika, que revela estar nos planos do casal um novo herdeiro. "A id?ia ? que aconte?a daqui a uns dois anos".

Se der tempo...

Foto de Adriana Torquato At? que Adriana Torquato tem vontade ser m?e. S? que n?o ? uma prioridade. "J? pensei em casar, ser dona de casa... mas minha cabe?a mudou". Mudou tanto que, h? tr?s anos, seu convite de casamento estava pronto e ela resolveu n?o subir ao altar. "Vi que n?o era o momento e o que eu queria era minha estabilidade financeira". Para ela, a mulher que se casa e depende financeiramente do marido, sofre muito.

Mas quem disse que o noivado acabou? Eles continuam juntos e Adriana ainda convenceu o noivo a se dedicar mais ? vida profissional. E s? pensa em ter filhos quando alcan?ar o patamar que deseja. "Se meus ?vulos ainda estiverem na validade", ri.

Ela sabe que, a partir de 35 anos - sua idade atual -, as chances de uma mulher engravidar diminui gradativamente. "Se n?o acontecer naturalmente, acho que eu adotaria. Eu sou a favor de adotar e ele tamb?m". Para ter um filho, Adriana acha essencial "poder dar o bom e o melhor e n?o colocar o filho no mundo para passar aperto e os outros cuidarem", argumenta.

Quando a vontade chegar...

Foto de Fabiane Acelina de Carvalho Nem sempre ? o fator financeiro o respons?vel por mulheres acima de 30 anos adiarem a maternidade. Ter vontade de gerar uma crian?a e disposi??o para se dedicar a ela s?o fatores que adiam a chegada de um descendente.

"Filho ? muita responsabilidade. Ainda n?o tive coragem de arriscar. Eu acompanho a vida de amigos, primos e vejo os problemas que as pessoas passam. N?o sei se tenho essa disposi??o", diz Fabiane Acelina de Carvalho (foto ao lado), de 31 anos.

Ela sente press?o de algumas pessoas pr?ximas para que ela tenha um filho. "Mas isso n?o me abala, porque ainda n?o sinto vontade", reafirma.

O sentimento de m?e n?o aflorou at? agora, mas ela sabe que isso pode acontecer mais tarde, como aconteceu com uma amiga de Fabiane. "Ela pensava da mesma forma e depois teve um filho com 38 anos. Foi dif?cil para ela engravidar, mas o caso dela era psicol?gico".

Dificuldade para engravidar, al?m do psicol?gico

O caso da amiga de Fabiane foi considerado psicol?gico, mas a fertilidade diminui naturalmente em mulheres com 35 anos ou mais. "? uma queda gradativa", avisa a ginecologista Fernanda Polisseni (foto abaixo).

O que acontece ? que as mulheres j? nascem com um n?mero exato de ?vulos, que vai ter durante sua vida. A quantidade de ?vulos diminui com o passar do tempo, assim como a qualidade vai se tornando inferior, porque eles envelhecem. "Isso se torna mais evidente aos 37 anos e bem importante depois dos 40", diz Fernanda.

Foto da ginecologista Fernanda Polisseni J? o homem renova seu estoque de espermatoz?ides a cada dois meses. Os problemas podem aparecer a partir dos 50, 60 anos de idade, faixa et?ria com mais risco de acontecerem altera?es cromoss?micas, por exemplo, que podem levar a um aborto.

Para se ter uma id?ia da fertilidade da mulher, at? os 35 anos, sua chance de engravidar em um m?s ? de 25%. Contando o ano todo, a probabilidade ? de 90%. Por isso, ? normal que a gravidez demore at? um ano para acontecer em um casal sexualmente ativo. Somente depois deste prazo, o casal deve procurar ajuda de m?dicos.

J? em mulheres cima de 40 anos, a perspectiva de fecunda??o de um ?vulo em um m?s cai de 25% para 2% a 3%, mesmo que esteja tudo normal. Neste caso, a procura por ajuda m?dica pode ser feita depois de seis meses de tentativa.

Al?m da diminui??o no n?mero de ?vulos, doen?as ginecol?gicas s?o mais comuns na terceira e quarta d?cada de vida de uma mulher e podem interferir na hora de engravidar, como os miomas e endometriose. N?o existe uma comprova??o cient?fica, mas o fumo pode piorar a qualidade do ?vulo. "Isso ainda est? em estudo", diz a m?dica.

J? a infertilidade na mulher tem entre as causas a dificuldade ou aus?ncia de ovula??o, a altera??o das trompas, altera??o hormonal, altera?es uterinas e o fator imunol?gico (a mulher produz anticorpos que matam os espermatoz?ides). A infertilidade masculina tem a ver com a quantidade e qualidade de seus espermatoz?ides.

Ao contr?rio do que algumas mulheres ainda pensam, usar anticoncepcionais por um longo per?odo de tempo n?o interfere na tentativa de engravidar. "Isso j? foi provado", diz Fernanda. Normalmente, coincide da mulher parar de usar o anticoncepcional justamente quando entra na faixa et?ria em que a fertilidade est? diminuindo.

Enquete
Voc? j? tem filho(s)?
      Sim. Tive antes dos 30 anos
      Sim. Tive entre 30 e 35 anos
      Sim. Tive entre 35 e 40 anos
      Sim. Tive depois de 40 anos
      Tenho menos de 30 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 30 e 35 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 35 e 40 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho mais de 40 anos e ainda n?o tenho filho
   

ATENÇÃO: o resultado desta enquete não tem valor
de amostragem científica e se refere apenas a um grupo de visitantes do Portal ACESSA.com.

-

Quando ser m?e? Cada vez mais, as mulheres pensam na estabilidade profissional e financeira primeiro e depois programam a maternidade

S?lvia Zoche
Rep?rter
17/01/2007

O sonho de ser m?e parece algo natural. Ver a barriga crescer, planejar as roupas, o quarto do beb?, imaginar se vai se parecer com o pai, com a m?e, escutar diversas vezes a mesma pergunta: "o que voc? gostaria que fosse? Menino ou menina?" e sempre responder: "tanto faz. O importante ? ter sa?de", mesmo desejando, bem la? no fundo, uma menina para colocar lacinhos ou um menino que seja a cara do pai.

?. J? se foi o tempo que namorar, casar e ter filhos antes dos 30 anos de idade era via de regra. Hoje em dia, n?o ? incomum conhecer mulheres com 30 anos ou mais que ainda n?o tenham filhos, mesmo aquelas com uma rela??o est?vel. Isso n?o significa que elas aboliram a vontade de sentir o instinto materno aflorar.

Mas n?o ? raro ouvi-las dizer que a carreira profissional est? em primeiro plano. Um dos argumentos ? obter uma vida financeira est?vel para constituir uma estrutura familiar mais tranq?ila.

Foi o que aconteceu com ?rika Cristina Rocha Leite Lopes (foto abaixo), que resolveu ter seu primeiro filho depois de oito anos de casada. "Maria Eduarda tem dois meses", conta ?rika, que est? com 32 anos.

Quando ?rika e Marcelo se casaram, ela ainda estava cursando a faculdade de Medicina. "Minha prioridade era formar". Depois, veio a resid?ncia em pediatria e, logo ap?s, sentiu a necessidade de fazer uma especializa??o em nefrologia pedi?trica. "Mesmo n?o faltando emprego para m?dicos, o mercado de trabalho vai saturando". Ela adiou a maternidade e foi estudar para o concurso p?blico de m?dico perito do INSS.

Foto de ?rika com a filha Maria Eduarda, de dois meses ? claro que a press?o da fam?lia existiu, at? porque ela ? a primeira neta tanto do lado paterno quanto materno. "Minha av? paterna falava que tinha algo errado. Minha m?e cobrava por todas as amigas dela j? serem av?s e ela n?o", conta ?rika, que acha gra?a.

Ela passou no concurso e conseguiu a estabilidade financeira e profissional que desejava e ainda descobriu que ? uma ?rea que gosta muito de atuar. "O meu marido j? tinha uma estabilidade, mas eu precisava conquistar a minha tamb?m", justifica. Havia ainda um por?m. Reformar a casa que moravam era essencial para programarem a gravidez.

Tudo saiu conforme planejado e decidiram que a hora de ter um beb? havia chegado, mas sem contar para ningu?m. Assim, n?o gerariam expectativa, nem ficariam ansiosos. Pouco tempo depois de parar de tomar o anticoncepcional, ela engravidou. "N?o imaginei que seria t?o r?pido", se alegra.

Para ?rika, valeu a pena ter esperado, tanto por poder conviver mais tempo com a filha, quanto proporcionar uma boa vida para Maria Eduarda. "Hoje, trabalho s? no per?odo da tarde. Tamb?m n?o fa?o mais plant?o, assim como meu marido e posso exercer a maternidade no sentido pleno", garante ?rika, que revela estar nos planos do casal um novo herdeiro. "A id?ia ? que aconte?a daqui a uns dois anos".

Se der tempo...

Foto de Adriana Torquato At? que Adriana Torquato tem vontade ser m?e. S? que n?o ? uma prioridade. "J? pensei em casar, ser dona de casa... mas minha cabe?a mudou". Mudou tanto que, h? tr?s anos, seu convite de casamento estava pronto e ela resolveu n?o subir ao altar. "Vi que n?o era o momento e o que eu queria era minha estabilidade financeira". Para ela, a mulher que se casa e depende financeiramente do marido, sofre muito.

Mas quem disse que o noivado acabou? Eles continuam juntos e Adriana ainda convenceu o noivo a se dedicar mais ? vida profissional. E s? pensa em ter filhos quando alcan?ar o patamar que deseja. "Se meus ?vulos ainda estiverem na validade", ri.

Ela sabe que, a partir de 35 anos - sua idade atual -, as chances de uma mulher engravidar diminui gradativamente. "Se n?o acontecer naturalmente, acho que eu adotaria. Eu sou a favor de adotar e ele tamb?m". Para ter um filho, Adriana acha essencial "poder dar o bom e o melhor e n?o colocar o filho no mundo para passar aperto e os outros cuidarem", argumenta.

Quando a vontade chegar...

Foto de Fabiane Acelina de Carvalho Nem sempre ? o fator financeiro o respons?vel por mulheres acima de 30 anos adiarem a maternidade. Ter vontade de gerar uma crian?a e disposi??o para se dedicar a ela s?o fatores que adiam a chegada de um descendente.

"Filho ? muita responsabilidade. Ainda n?o tive coragem de arriscar. Eu acompanho a vida de amigos, primos e vejo os problemas que as pessoas passam. N?o sei se tenho essa disposi??o", diz Fabiane Acelina de Carvalho (foto ao lado), de 31 anos.

Ela sente press?o de algumas pessoas pr?ximas para que ela tenha um filho. "Mas isso n?o me abala, porque ainda n?o sinto vontade", reafirma.

O sentimento de m?e n?o aflorou at? agora, mas ela sabe que isso pode acontecer mais tarde, como aconteceu com uma amiga de Fabiane. "Ela pensava da mesma forma e depois teve um filho com 38 anos. Foi dif?cil para ela engravidar, mas o caso dela era psicol?gico".

Dificuldade para engravidar, al?m do psicol?gico

O caso da amiga de Fabiane foi considerado psicol?gico, mas a fertilidade diminui naturalmente em mulheres com 35 anos ou mais. "? uma queda gradativa", avisa a ginecologista Fernanda Polisseni (foto abaixo).

O que acontece ? que as mulheres j? nascem com um n?mero exato de ?vulos, que vai ter durante sua vida. A quantidade de ?vulos diminui com o passar do tempo, assim como a qualidade vai se tornando inferior, porque eles envelhecem. "Isso se torna mais evidente aos 37 anos e bem importante depois dos 40", diz Fernanda.

Foto da ginecologista Fernanda Polisseni J? o homem renova seu estoque de espermatoz?ides a cada dois meses. Os problemas podem aparecer a partir dos 50, 60 anos de idade, faixa et?ria com mais risco de acontecerem altera?es cromoss?micas, por exemplo, que podem levar a um aborto.

Para se ter uma id?ia da fertilidade da mulher, at? os 35 anos, sua chance de engravidar em um m?s ? de 25%. Contando o ano todo, a probabilidade ? de 90%. Por isso, ? normal que a gravidez demore at? um ano para acontecer em um casal sexualmente ativo. Somente depois deste prazo, o casal deve procurar ajuda de m?dicos.

J? em mulheres cima de 40 anos, a perspectiva de fecunda??o de um ?vulo em um m?s cai de 25% para 2% a 3%, mesmo que esteja tudo normal. Neste caso, a procura por ajuda m?dica pode ser feita depois de seis meses de tentativa.

Al?m da diminui??o no n?mero de ?vulos, doen?as ginecol?gicas s?o mais comuns na terceira e quarta d?cada de vida de uma mulher e podem interferir na hora de engravidar, como os miomas e endometriose. N?o existe uma comprova??o cient?fica, mas o fumo pode piorar a qualidade do ?vulo. "Isso ainda est? em estudo", diz a m?dica.

J? a infertilidade na mulher tem entre as causas a dificuldade ou aus?ncia de ovula??o, a altera??o das trompas, altera??o hormonal, altera?es uterinas e o fator imunol?gico (a mulher produz anticorpos que matam os espermatoz?ides). A infertilidade masculina tem a ver com a quantidade e qualidade de seus espermatoz?ides.

Ao contr?rio do que algumas mulheres ainda pensam, usar anticoncepcionais por um longo per?odo de tempo n?o interfere na tentativa de engravidar. "Isso j? foi provado", diz Fernanda. Normalmente, coincide da mulher parar de usar o anticoncepcional justamente quando entra na faixa et?ria em que a fertilidade est? diminuindo.

Enquete
Voc? j? tem filho(s)?
      Sim. Tive antes dos 30 anos
      Sim. Tive entre 30 e 35 anos
      Sim. Tive entre 35 e 40 anos
      Sim. Tive depois de 40 anos
      Tenho menos de 30 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 30 e 35 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho entre 35 e 40 anos e ainda n?o tenho filho
      Tenho mais de 40 anos e ainda n?o tenho filho
   

ATENÇÃO: o resultado desta enquete não tem valor
de amostragem científica e se refere apenas a um grupo de visitantes do Portal ACESSA.com.