Fernando Agra Fernando Agra 13/9/2011

Breve análise da conjuntura

Colaboraram com esse artigo Leonardo Cezar Lopes, Juviliana Pereira Corrêa, Gabriela Mancebo e
Aislene Dias de Almeida, que são alunos de Economia das Faculdades Integradas Vianna Júnior.

IlustraçãoNovas perspectivas apontam que as expectativas de crescimento das principais economias no mundo foram reduzidas. Com o rebaixamento da dívida americana pela Standard e Poor's, concluiu-se que, quando o governo norte-americano cortar os gastos, como prometido ao Congresso, para a elevação do teto da dívida daquele país, a economia pode desacelerar. Na Europa, as previsões também são de redução das contas para controlar o déficit público, já que o crescimento esperado para 2011 é de 1,7% e em 2012 de 0,5%.

A produção na economia brasileira já mostra sinais de desaceleração. Agentes financeiros preveem um aumento menor do que 4%, estimados para o PIB de 2011, e uma redução do ritmo de crescimento estimado de 3,8% para 3,7% em 2012, segundo reportagem publicada no dia 25 de agosto pelo jornal Valor Econômico. Mesmo com indícios de redução do crescimento, o governo mantém a decisão de corte nos gastos públicos como forma de atingir o superávit primário, que teve sua meta elevada de R$ 81,8 bilhões para R$ 91 bilhões, como uma resposta à crise econômica internacional.

Como consequência da redução da produção, alguns setores da indústria já reduzem as contratações, e alguns já até demitem, principalmente os mais afetados pela concorrência dos produtos importados e pela apreciação cambial. Se por um lado o país corre o risco de ter um aumento na sua taxa de desemprego apesar do nível de empregos, de um modo geral, ainda vai crescer (mesmo que num ritmo menor). Por outro lado, um aumento de produtos estrangeiros força a queda de preços internos, o que contribui para redução da inflação (âncora cambial).

De modo geral, a política fiscal de redução de gastos afeta diretamente o PIB e, se no primeiro semestre do ano, a atenção do governo era quanto ao forte aquecimento da economia e a elevação dos preços, agora parece que a maior preocupação é quanto ao cenário econômico internacional. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que vai conseguir neutralizar a influência externa negativa através de estímulos do Plano Brasil Maior às indústrias, ampliação do Supersimples e também com a redução das taxas de juros.

As instituições financeiras acreditam que, mesmo com uma taxa de crescimento menor do que a esperada, uma apreciação cambial e um aumento das importações, a balança comercial brasileira, principalmente por conta da alta dos preços das commodities, pode ficar acima do superávit registrado em 2010 e fechar o ano com um saldo positivo.

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Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.