Fernando Agra Fernando Agra 16/11/07

Consumo natalino e infra-estrutura

Foto de papai noel de gesso Enfim, mais um Natal se aproxima e como ? de costume, o com?rcio aproveita essa ?poca para ampliar suas vendas. Isso ? importante, pois influencia positivamente algumas vari?veis macroecon?micas. Entretanto, n?s consumidores, precisamos estar atentos aos apelos consumistas dessa ?poca de fim de ano para que n?o ingressemos no vermelho no ano que se aproxima.

Como foi dito acima, v?rios s?o os fatores positivos que podemos observar no ambiente econ?mico nessa ?poca natalina. O aumento do n?mero de empregos tempor?rios ? vis?vel. E o mesmo, ?s vezes, nem exige experi?ncia e pode propiciar um primeiro emprego a muitos jovens que necessitam ingressar no mercado de trabalho.

E vale ressaltar que, em alguns casos, esses postos de trabalho tornam-se permanentes ap?s o fim das festividades. E essas benesses n?o se localizam apenas no com?rcio, mas se estende por v?rios setores da economia, uma vez que essas pessoas que passaram a trabalhar, mesmo que s? nessa ?poca, ir?o consumir. Com isso, a ind?stria vai produzir mais para atender a esse acr?scimo na demanda e com isso gerar ainda mais empregos e assim sucessivamente, num efeito multiplicador, como dizia John Maynard Keynes, um dos mais brilhantes economistas do s?culo XX.

Ao aquecer mais a economia, o governo amplia a arrecada??o de modo "saud?vel". Mas o que ? essa tal de "arrecada??o saud?vel"? Ela ocorre quando o governo amplia sua arrecada??o atrav?s de um maior aquecimento na economia que faz com que as vendas aumentem. Isso quer dizer que o governo amplia seu caixa sem necessariamente aumentar o n?mero e as al?quotas dos impostos. Essa deveria ser a t?nica do governo: estimular e propiciar o crescimento (leva em conta apenas vari?veis quantitativas, como o crescimento do PIB, por exemplo) e o desenvolvimento (tamb?m leva em considera??o vari?veis qualitativas, como qualidade de vida, etc.) da economia, de modo a gerar mais emprego e um maior consumo, de tal modo que essa situa??o fosse a mais importante a propiciar uma maior arrecada??o.

Com isso, o fluxo circular da renda fluiria melhor ao longo de toda a economia de modo salutar. Entretanto, o governo alega que n?o pode estimular a demanda, pois se corre o risco da oferta n?o estar preparada para atender e assim gerar infla??o. Ser? que isso ? verdade? Ser? que estamos perto do potencial instalado da economia? Se essa assertiva ? verdadeira, ? preciso repensar em pol?ticas econ?micas capazes de ampliar a estrutura produtiva de modo que a demanda possa crescer e ser atendida pela oferta sem press?o nos pre?os (ou pelo menos, com uma press?o m?nima inicial).

Bom, mas para que isso possa acontecer, o chamado "Custo Brasil" precisa ser diminu?do, ou seja, tudo que emperra e desestimula os investimentos na economia precisam ser combatidos, dos quais a elevada carga tribut?ria ? uma delas, associada ? pol?tica de juros altos, bem como a defici?ncia na estrutura portu?ria e nas estradas que prejudicam o escoamento da produ??o e aumenta o desperd?cio etc. Essas s?o apenas algumas vari?veis macroecon?micas que precisam de maior aten??o da nossa equipe econ?mica.

Ao retomar a discuss?o inicial do texto, sobre os apelos consumistas desta ?poca do ano, ? importante que tenhamos bastante clareza nos gastos de fim de ano, com presentes, ceias, entre outras despesas que costumam aparecem nessa ?poca, de tal modo que possamos usufruir dessas festividades sem comprometer o or?amento do in?cio do ano que se aproxima, em que despesas com impostos e matr?culas escolares se concentram (como alertei no artigo imediatamente anterior).

Com isso, prezado leitor, muito cuidado aos apelos das propagandas que pode nos estimular a consumir algo desnecess?rio. Vamos direcionar nosso consumo para o que ? realmente importante e vai nos propiciar prazer sem comprometer nosso or?amento. Antes de comprar fa?a essa pergunta: ? desejo ou necessidade? Parece simples, mas aumenta o grau de racionalidade para a tomada de decis?o.


Fernando Ant?nio Agra Santos ? Economista pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Vi?osa (UFV) e professor universit?rio das faculdades Vianna J?nior, Est?cio de S? e Universo e do curso de Forma??o Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a institui?es em Juiz de Fora - MG.

Sobre quais temas (da ?rea de economia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? O economista Fernando Agra aguarda suas sugest?es no e-mail negocios_economia@acessa.com.