Quinta-feira, 4 de setembro de 2014, atualizada às 12h20

Conta Corrente: especialista dá dicas sobre como evitar prejuízos

Eduardo Maia
Repórter
Dinheiro

Entre abrir uma conta corrente e uma poupança, o cliente pode ficar na dúvida sobre qual a melhor opção. Das ofertas e taxas reduzidas propostas pelos bancos na hora de contratar, pouco se pensa sobre o que é mais vantajoso. E é pensando nisso, que a ACESSA.com conversou com o economista Sílvio Reis de Almeida Magalhães, do Instituto Véritas, para saber dicas a fim de evitar transtornos e garantir as transações da melhor forma.

De acordo com o especialista, é preciso antes de tudo realizar uma pesquisa sobre as taxas e condições oferecidas aos correntistas. Sílvio explica que pode haver grande diferença dependendo do agente financeiro. "Num primeiro momento, o recomendável é que se faça uma pesquisa junto aos bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, normalmente as tarifas são bem mais em conta", orienta.

Outra dica dada pelo especialista é verificar se há realmente a necessidade de se abrir uma conta corrente, já que as taxas podem afetar o bolso do usuário, substituindo-a, talvez, por uma poupança. "Pouco se fala sobre o que mais rentável ao usuário. Ainda que pequena, a correção monetária oferecida por uma poupança é bem mais vantajosa do que um dinheiro parado em uma conta corrente. Uma pessoa que tem rendimentos até R$ 5 mil pode usá-la tranquilamente, por ser gratuita. Os ganhos variam entre 0,5% e 1%, mas já são alguma coisa", diz.

Quando a pessoa necessita de uma conta para receber o seu salário, Sílvio explica que há opções gratuitas para que o usuário não seja prejudicado. "Ao contrário de abrir uma conta corrente salário, a pessoa pode pedir para que se transfira para uma conta poupança salário. Não tem custo algum para o banco e nem para a pessoa. É importante que se faça uma pesquisa, porque até de agência para agência, do mesmo banco, as taxas e condições podem variar", alerta. Um boletim publicado pelo Banco Central do Brasil também pode ajudar sobre a abertura e fechamento de contas.

Abrir e fechar uma conta

Reis explica que é necessário prestar atenção no momento de assinatura de um contrato de abertura de uma conta corrente. "Quando se procura um banco para abrir uma conta, é muito fácil. No entanto, é preciso ler as cláusulas do contrato e não se deixar atrair por muitos benefícios. Quanto mais benefícios, maior o custo e isso é repassado para o consumidor. As tarifas são altíssimas e isso pode inclusive corroer o próprio salário da pessoa."

Dentre os benefícios mais comuns, o cartão de crédito, internet banking e o cheque especial figuram entre os mais divulgados para atrair novos clientes. O especialista garante que é possível evitá-los, fazendo um controle do salário, criando uma reserva mensal. "Fuja do cheque especial e não entre no rotativo do cartão de credito. O interessante é que a pessoa tenha uma poupança para garantir, reservando 20% do seu salário. A melhor opção é comprar a vista, porque a pessoa tem a oportunidade de negociar e isso garante desconto", aconselha.

Por fim, Sílvio alerta sobre a necessidade de encerrar uma conta corrente caso ela não seja mais utilizada pelo cliente. "A poupança pode ser mantida, mas é necessário que o cliente encerre a sua conta, para que não virar uma bola de neve. Tem gente que acha que por parar de movimentá-la, ela é encerrada, mas isso não é verdade. Ele está sujeito a pagar tarifas e ficar com saldo devedor", comenta.

Reclamações

Para os usuários que tiverem problemas com contas bancárias, é possível recorrer à Agência de Defesa do Consumidor (Procon/JF), e também usar o canal de atendimento do Banco Central do Brasil. "Muitas pessoas aceitam as condições impostas pelas agências bancárias e normalmente nem sabem que podem fazer a reclamação. O Procon já tem uma penetração entre a sociedade, mas além dele há o Banco Central. Ele é o responsável por fiscalizar as ações dos bancos."

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