Sábado, 30 de setembro de 2017, atualizada às 10h33

Especialista do setor imobiliário fala sobre mercado após mudanças para financiar pela Caixa

Da redação

Nesta semana, a Caixa Econômica Federal anunciou  a redução para 50% do limite máximo de financiamento para a compra de imóveis usados. Atualmente, os clientes poderiam financiar até 60% ou 70% do montante dependendo do tipo de linha de crédito contratada. A redução vale para todas as modalidades, como Minha Casa Minha Vida, empréstimos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (que usa recursos da poupança). Mas, mesmo com estas mudanças, existem outras opções para efetuar a compra, como buscar financiar percentuais maiores em outros bancos. Para falar melhor sobre o assunto, a ACESSA.com entrevistou o proprietário da Clientt Negócios Imobiliários, Alan Matheus. Confira abaixo:

ACESSA.com - Esta semana a Caixa reduziu o percentual de financiamento de imóveis usados para 50%. Você acha que a nova condição pode dificultar a venda dos mesmos?

Alan Matheus - A principio o público pode ver isso como negativo, por não saber que este financiamento pode ser feito por outros bancos. Por isso, acredito que a atual situação pode deixar as pessoas um pouco arredias, mas nada que não possa ser contornado, explicado que outras agências privadas podem financiar percentuais maiores, normalmente.

ACESSA.com - Nesta condição, você acredita que o foco será os imóveis novos?

AM - São públicos bem diferentes. Os imóveis novos sempre são procurados, mas tem uma grande parte que prefere imóveis antigos, por serem mais espaçosos. No entanto, é comum que os corretores direcionem o consumidor para os imóveis novos, já que são mais fáceis de financiar.

ACESSA.com - Como avalia essas mudanças, que acabam comandando um pouco o mercado, já que a Caixa detém de 70% do crédito imobiliário.

AM - Como falei antes, acho que isso é negativo para o mercado por questão de pessimismo. Alguns compradores assimilam essa notícia sem filtrar muito, ou com pouco conhecimento. Mas, se o corretor de imóveis souber trabalhar bem, informar sobre o imóvel de forma correta, e até os meios de comunicação  divulgarem a notícia de forma mais detalhada, esclarecendo o consumidor, vejo que isso possa ser contornado e não faça diferença nenhuma para o mercado.

ACESSA.com – Você acha que opções de financiamento por bancos privados podem se tornar uma opção ou do Banco do Brasil, por exemplo?

AM - Outros bancos, como Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Itaú, que têm feito maior volume, passam a ter grande oportunidade de ganhar mercado. Eu penso que por eles estarem com a fatia maior agora, vão aproveitar para aumentar um pouco a taxa de juros, mas esta é uma oportunidade de ganharem muitos clientes, além de desmistificar esse negócio que financiamento é só com a Caixa Econômica.

ACESSA.com - Qual a sua dica para quem deseja comprar um imóvel na atual situação?

AM - Se quiser um imóvel usado, procurar outros bancos. Uma informação que poucos conhecem é que qualquer banco pode sacar o Fundo de Garantia e também têm taxas competitivas se o cliente criar um relacionamento, quase tão bom quanto a Caixa, que obviamente detém maior parte. Assim, minha dica é pesquisar bastante e depois de definir o imóvel, fazer pesquisa em, pelo menos, três bancos, e ter um corretor de confiança.

ACESSA.com - Como avalia o mercado em Juiz de Fora?

AM – O mercado em Juiz de Fora continua bom. O que sempre falo para quem me pergunta é que os investidores realmente estão segurando um pouco o dinheiro, investindo com menos frequência ou com menor intensidade, esperando para ver como o mercado vai reagir. Mas, o consumidor que casa, ou sai da casa dos pais, ou até mesmo quem mora em apartamento de dois e três quartos e quer mudar para uma casa de quatro quartos, continua comprando normalmente e quem trabalhar direito está conseguindo vender. Não temos o que reclamar.

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