"Sou o que o teatro faz de mim. Ele ? minha maneira de estar com Deus, de tentar ser melhor a cada dia"
Fernanda Leonel
Rep?rter
19/11/2005
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Apaixonado por teatro, com 40 anos de profiss?o, Jos? Luiz Ribeiro
(foto ao lado) se auto-define: "Sou o que o teatro faz de mim. Ele ?
minha maneira de estar com Deus, de tentar ser melhor a cada dia".
Importante personagem do cen?rio cultural da cidade, Z? Luiz - como ? carinhosamente chamado pelos amigos - dirige o grupo de teatro Divulga??o desde a sua cria??o em 1966. ? jornalista, professor, especialista em Teatro, Comunica??o e Cultura e sin?nimo nacional de produ??o e atua??o teatral.
Filho de imigrantes portugueses, mas nascido em Juiz de Fora.A cidade foi eleita por seus pais na d?cada de 40, depois de uma viagem para escolha que durou, aproximadamente, quatro meses.
"As pessoas acham que por voc? ser bom, ter uma certa qualifica??o, deve ir embora para uma cidade maior. Eu adoro esse lugar, ? cosmopolita. J? recusei at? um convite para dirigir a Escola de Artes do Pal?cio das Artes em Belo Horizonte", diz.
Para a sorte da cultura local, adotou a cidade escolhida por seus pais como sua. E, desde ent?o, n?o s? produz como tamb?m pesquisa a cultura.
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O Jos? Luiz do teatro Cada um dos em m?dia 122 espet?culos que o Grupo Divulga??o faz por ano, vem recheado de projetos de pesquisa integrados ? Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atrav?s de atividades de extens?o. O diretor do F?rum da Cultura - "s?ndico" como ele muitas vezes ressalta - ? o respons?vel pela maioria das encena?es teatrais da cidade nas ?ltimas d?cadas. Defensor e irradiador de cultura, fez tamb?m do jornalismo um instrumento para divulga??o de sua paix?o. |
| O Jos? Luiz jornalista Ele foi um dos primeiros a trabalhar no extinto Di?rio Mercantil com forma??o superior em jornalismo. Em plena d?cada de 60, com a recente regulamenta??o da profiss?o, n?o eram muitos os que possu?am esse t?tulo. "Defendo o diploma at? hoje, nessa ?poca de questionamento da profiss?o. O jornalismo trabalha com o comportamento humano, modifica as pessoas, tra?a o caminho da sociedade. N?o ? poss?vel fazer isso sem uma reflex?o". No Di?rio Mercantil, Ribeiro foi colunista de teatro, diagramador e tamb?m respons?vel por mat?rias culturais do Caderno B. |
| O Jos? Luiz professor A necessidade de reflex?o sobre o jornalismo levou Jos? Luiz ? vida acad?mica. Desde 1970, ele ? professor da Faculdade de Comunica??o da UFJF. "Professor h? 35 anos sem parar nem um minuto", comenta. Atualmente, Ribeiro tamb?m ? professor da p?s gradua??o em Artes, Cultura Visual e Comunica??o da Federal.
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Jos? Luiz acredita que Juiz de Fora
tem voca??o cultural pr?pria, mas ainda n?o possui um p?blico que condiz com
a situa??o. "Falta educa??o para a cultura. Hoje as pessoas investem na
pol?tica de eventos, onde haja algo gastron?mico ou et?lico para se
somar. N?o h? uma pol?tica para valoriza??o da cultura", acredita.
Para o artista - que ? sucesso n?o s? no teatro como tamb?m na literatura (o livro de sua autoria "O Rei de Quase Tudo" ? indicado pela Funda??o Nacional do Livro Infantil e Juvenil como "altamente recomend?vel para uso em sala de aula") - n?o faltam locais para desenvolvimento da cultura na cidade. O que h? ? uma resignifica??o do espa?o p?blico, n?o s? em Juiz de Fora como em todo mundo. "As pessoas est?o cada vez mais individualizadas, presas ? TV. Isso se reflete n?o s? no p?blico dos espet?culos, mas tamb?m nas produ?es".
Segundo Z? Luiz, o pre?o do acesso ? cultura no Brasil compromete as
produ?es e o sucesso delas. Mas ele reafirma que as defici?ncias na educa??o ainda
s?o o grande problema. "Teatro ? assim, se voc? aprende voc? gosta. Se voc?
entende, voc? se apaixona". Ele argumenta a situa??o em Juiz de Fora com
dados de uma recente pesquisa realizada na cidade que mostra que menos de
10% dos estudantes universit?rios e 5% dos professores v?o aos teatros da
cidade.
Perguntado sobre sonhos, o diretor que aposta no teatro popular resume: "continuar fazendo teatro". Pelo visto, ele n?o pretende parar t?o cedo. Bom para a cultura, melhor ainda para Juiz de Fora!
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