E ent?o? Vamos salvar uma vida hoje? é Doação de Medula ?ssea

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E ent?o? Vamos salvar uma vida hoje? ? Doa??o de Medula ?ssea
Amanda Beloti 8/05/2015

E então? Vamos salvar uma vida hoje? – Doação de Medula Óssea

Querido internauta. Hoje usarei minha coluna para explicar e desmistificar um assunto de GIGANTESCA utilidade pública que, infelizmente e não sei por qual razão, é pouquíssimo divulgado e explicado para a população. Muita gente tem medo de se cadastrar no Banco de Doação de Medula Óssea porque confunde medula óssea com medula espinhal (aquela que fica dentro da coluna). Por isso muitos me perguntam: “mas se eu doar medula, eu não vou ficar paralítico?”. Não, ninguém vai ficar paralítico. Porque medula óssea não tem nada a ver com medula espinhal. E é isso que vou explicar aqui, aproveitando o espaço que a ACESSA.com gentilmente me cede, aproveitando para apelar para a consciência das pessoas, pedindo que se CADASTREM no REDOME (Registro de Doadores de Medula). Inclusive, esta é outra dúvida muito frequente, que às vezes impede o cadastro: VOCÊ NÃO DOA MEDULA NA HORA! Você apenas se cadastra no Banco de Dados e, CASO um dia encontrem alguém compatível, você é convidado a fazer a doação. Isso ficará mais claro ao longo da coluna.

E minha motivação pessoal e principal para esta coluna extraordinária, é um amiguinho de 4 anos, chamado Paulinho.

Pedi para minha amiga de profissão e fisioterapeuta pediátrica Kátia Costa escrever um breve resumo da história do nosso pequeno guerreiro, que completará 5 anos dentro de alguns dias: “às vésperas de completar 3 anos, Paulinho foi diagnosticado com leucemia. Apesar de todas as dificuldades, intervenções e intercorrências (sessões de quimioterapia, baixa imunidade, infecções oportunistas, exames e mais exames), esse guerreiro nunca perdeu o sorriso, a força e a esperança. Após 2 anos do diagnóstico e já na fase de manutenção do tratamento, parecia que o “pior” havia passado. Paulinho voltou à escola, podia passear e brincar com os amiguinhos. Mas, infelizmente, esta semana foi descoberta uma recidiva, ou seja, a volta da doença. E agora ele precisará passar por um transplante de medula óssea para se curar.”

Então vamos explicar: a medula óssea é como se fosse uma “gordurinha pastosa” que temos dentro dos ossos e que fabrica as células do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos – responsáveis pela defesa contra infecções) e as plaquetas (responsáveis pela coagulação do sangue quando nos ferimos). No entanto, ela pode entrar em falência e parar de funcionar. As células do sangue simplesmente param de ser produzidas. Ficamos com anemia, sem defesa contra infecções e com facilidade de sangramentos e hematomas. Em casos como este, que é o caso do nosso amigo Paulinho, o transplante pode ser a única maneira de salvar a vida do paciente.

Agora vem o mais importante, que gera MUITAS dúvidas: ao fazer o cadastro no REDOME (Registro de Doadores de Medula), você AINDA NÃO DOA a medula óssea, apenas se cadastra! Basta dirigir-se ao Hemominas (no caso de MG) e preencher um formulário. Será retirado 10 ml do seu sangue e pronto! Você está cadastrado no Banco NACIONAL, que atende o Brasil INTEIRO! O procedimento é super rápido.

Qualquer pessoa entre 18-55 anos pode ser cadastrada. Não existe critério para exclusão. A partir daí, sempre que houver um paciente que precise de transplante de medula óssea e não tenha sido encontrado doador compatível na própria família, os médicos podem consultar este Registro (REDOME). Uma vez localizada uma pessoa compatível, ela será convocada para realizar novos exames de sangue e uma avaliação médica, para ter certeza que está tudo bem pra a doação. Caso você seja convocado e aceite doar, você será chamado para o centro de transplantes mais próximo da sua casa/cidade. O doador não precisa locomover-se até o local do transplante: é a medula que vai congelada em um saquinho. E o melhor é que NÃO EXISTE CUSTO PARA O DOADOR, tudo é pago pelo SUS.

Aí sim, o procedimento de transplante também é muito simples: colhe-se do doador uma pequena quantidade de células boas na MEDULA ÓSSEA, que depois é injetada na veia do receptor. Graças à circulação sanguínea, essas células atingirão o interior dos ossos, lugar onde mais gostam de viver, e começarão a se multiplicar, produzindo mais e mais células saudáveis novamente (hemácias, leucócitos e plaquetas). Em pouco tempo o DOADOR está 100% renovado para fazer NOVA DOAÇÃO!!! Ou seja, uma pessoa só pode salvar várias vidas!!!

No REDOME brasileiro, segundo dados de 2014, há 3,5 milhões de doadores inscritos e o percentual de encontrar um compatível chega a 70%. Quanto mais gente cadastrada, maior a chance de se encontrar um doador compatível: POR ISTO, PRECISAMOS URGENTEMENTE MOBILIZAR A POPULAÇÃO PARA SE CADASTRAR NO REDOME! Vá e leve um amigo com você! Reúna grupos! Passe esta informação adiante! Ajude-nos a salvar vidas como a do Paulinho!

Mas atenção! Um grande problema que ocorre é quando o doador muda de telefone ou endereço e não atualiza seu cadastro. Funcionários do Hemominas-JF já me contaram casos de compatibilidade encontrada, mas não acharam o doador. Isto é muito triste e tão simples de ser resolvido! Caso esteja cadastrado e mude de endereço ou telefone, acesse: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=677 que já cai direto na página do REDOME. Lá você encontrará o link para atualização de dados

Mais informações

Hemominas Juiz de Fora-MG

(32) 3257-3100

Rua Barão de Cataguases s/n, esquina com Av. Barão do Rio Branco.

REDOME – Registro de Doadores de Medula

(21) 2505-5656 / (21) 2505-5639 / (21) 2505-5638 (redome@inca.gov.br)

Rua dos Inválidos 212 / 11° andar – Centro Rio de Janeiro – RJ

E então? Vamos salvar uma vida hoje?


Amanda Beloti é fisioterapeuta graduada em 2009 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cursa Especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela mesma instituição. Instrutora Internacional de Pilates pela Pilates Plus (autorizada pela Associação Norte-Americana de Pilates). Sócia-proprietária do Consultório de Fisioterapia e Pilates STUDIO A. Saiba mais.