Baladas podem render, sim, relacionamentos duradouros

Especialista afirma que o lugar ideal para arrumar um par é onde a pessoa possa aparecer, como na internet, nas redes sociais e até mesmo nas baladas

Jorge Júnior
Repórter
1/6/2012
namoro

O ambiente de balada pode parecer pouco romântico, mas é justamente nesse clima descompromissado que nascem, muitas vezes, alguns relacionamentos. Para o casal Damarice Alvim, 27 anos, e Thiago Freire, 29 anos, não foi diferente. Segundo a jornalista, tudo começou no dia 3 de janeiro de 2004, quando ela foi a uma casa noturna localizada na Cidade Alta. "Foi a primeira vez que tinha ido naquela boate. Nem estava com a intenção de encontrar alguém, fui para me divertir, mas acabamos nos conhecendo e ficamos juntos no primeiro dia", lembra.

O amor à primeira vista rendeu até uma carona para a jovem, que recebeu o telefonema de Freire alguns dias depois. Após isso, o casal continuou se encontrando até que Damarice foi surpreendida por ele. "No dia 3 de fevereiro, um mês depois, eu estava começando a faculdade, e ele chegou com um buquê de flores e me pediu em namoro. Foi um momento que marcou a minha vida", lembra, apaixonada.

Segundo Damarice, no início ela achou que seria apenas um namoro de balada. "Mas gostamos um do outro e deu certo." Com isso, depois de oito anos juntos, o casal está na expectativa do casamento, marcado para o mês de novembro. "Em setembro comemoramos dois anos de noivado e vamos nos unir em novembro", adianta.

A flecha da balada também entrou no coração da estudante de moda, Aurelívea Cardoso, em 2005, quando ela conheceu o marido. "Nos conhecemos quando o grupo Trio Só Forró tocava em um bar na rua Halfeld. Eu já havia o visto em outros eventos de forró e me interessado por ele, mas, na época, ele tinha namorada, aí não corri atrás, porém, em setembro do mesmo ano, em um domingo, um amigo meu, que era cunhado do pretendido, resolveu fazer o papel de cupido para nos unir", recorda.

Segundo Aurelívea, o rapaz disse a ela que ele estava a fim de dançar, e vice-versa. Como a estudante já estava de olho no jovem, ela aceitou e dançou com ele. "Começamos a conversar e ficamos. Depois as coisas foram acontecendo naturalmente e não nos desgrudamos mais. Quando nos demos conta, já estávamos morando junto, e já são quase sete anos." Também como Damarice, Aurelívea não achou que o relacionamento de balada pudesse vingar.

Casos que não deram certo

Se para uns a balada ajuda a encontrar o amor, para outros, não é bem assim. É o caso de uma estudante universitária de 22 anos que preferiu não se identificar. "Conheci um homem em um pagode de domingo, que ocorre uma vez por semana em um bar do Centro. Conversamos e ficamos no mesmo dia. Depois disso, nos encontramos durante toda a semana, mas, depois, ele sumiu e ficamos sete dias sem nos falar", diz a jovem.

Ela relata que, uma semana depois, voltou para o mesmo local e o homem estava lá, porém, como a estudante não estava satisfeita com o sumiço, ela resolveu dar o troco, ficando com outro homem na frente dele. "Eu fiquei muito chateada com a situação", afirma.

A experiência noturna também não foi satisfatória para outra estudante universitária, 23, que também preferiu manter a identidade preservada. De acordo com a jovem, sempre que ela ia para a balada, encontrava um jovem nas festas. "Ele sempre me olhava, mas eu não me interessava por ele, até que, certa vez, eu estava com meus amigos em um show de sertanejo e ele se aproximou", diz.

Segundo a jovem, ela resolveu ceder. "Conversamos e eu acabei ficando e indo para a casa dele. No dia seguinte, decidi não manter contato, porém, meu celular tocava toda hora", conta. Depois da insistência, a garota resolveu atender ao telefonema e sair. "Depois ficamos juntos durante quatro meses. Ele falou que queria algo sério comigo e começamos a namorar. Porém, nos separamos."

Com essa vivência, a jovem garante que não acredita que o namoro de balada pode dar certo. "Acho que demos sorte, mas não foi um amor. Acredito que só ficamos empolgados. Hoje em dia se eu estivesse solteira, não iria procurar namorado em balada, pois a tendência é que o homem nem se lembre de você no dia seguinte. Além disso, geralmente, a maioria leva para o lado da zoação", acrescenta.

Na hora certa

No entanto, a psicóloga cognitiva Marlene Pereira Martins afirma que o lugar ideal para arrumar namorado é fora de casa. "Ninguém vai bater à sua porta. Tem que ser em um lugar que você apareça, como na internet, nas redes sociais e nas baladas." Mesmo assim, Marlene destaca que nenhum lugar é garantido. "Tem que ter química, atração e companheirismo", afirma.

Outro fator que a especialista destaca diz respeito à expectativa em encontrar alguém. "É fundamental não ter expectativa na hora de sair. Se a pessoa vai para uma festa, por exemplo, ela tem que pensar em se divertir, porque qualquer outra coisa que aconteça é sorte. Se ficar focado em arrumar alguém naquele lugar, corre o risco de ficar insuportável e até amedrontar o futuro parceiro."

Contudo, Marlene garante que a pessoa só vai voltar para a casa frustrada se não encontrar um par, se ela apostar muito alto. "É igual apostar em um jogo, você não pode gastar por conta, só não sabe se vai acertar", exemplifica.

De acordo com a psicóloga, o par ideal pode ser encontrado em lugares menos esperados. "Tudo acontece na hora e no momento certo, então é bobagem falar que não quer mais se relacionar com outras pessoas em festas. Além disso, o mais importante é viver com tranquilidade, pois a pessoa sempre vai sair ganhando", aconselha.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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