Prefeito culpa chuvas por alagamentos em JF e diz que não tem dinheiro para obras

Bruno Siqueira questiona a dificuldade de recursos do Governo Federal para os municípios

Eduardo Maia
Repórter
12/12/2013
Prefeito apresenta balanço

Na tarde da última quarta-feira, 11 de dezembro, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) apresentou um balanço do seu primeiro ano à frente da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF).  Entre as ações prioritárias, estão o trabalho de contenção das encostas, de atendimento ao cidadão e de desenvolvimento social, principalmente com programas de combate à violência na Vila Olavo Costa e outras áreas da cidade.

Bruno também destacou os danos causados pelas chuvas. O prefeito afirmou que o alto volume de água que caiu em Juiz de Fora nas últimas horas foi o principal responsável pelo alagamento nas principais vias do Centro, afetando residências e lojas. "Choveu um volume muito acima do que ocorreu nas últimas décadas no Centro da cidade. A galeria de escoamento da avenida Itamar Franco provavelmente não suportou. O centro sempre teve uma situação razoável em relação à absorção, mas um grande trabalho será feito em relação às bocas de lobo pela Defesa Civil", afirma.

De acordo com o prefeito existe a dificuldade de execução de grandes obras para solucionar o problema de drenagem urbana com o orçamento do município. Ele condenou a dificuldade do repasse de recursos por parte do Governo Federal para este fim. "Antigamente, o Governo Federal possuía o DNOS [Departamento Nacional de Obras de Saneamento], que permitia aos municípios se prevenir contras as chuvas. Essa falta de um órgão federal para fazer investimento relacionados à drenagem urbana dificulta muito os investimentos. Todos nós sabemos que os recursos são concentrados, os municípios não tem recursos para investimentos muito altos. E se este recurso não vem para Juiz de Fora, como para outros municípios, fica muito difícil fazer um plano adequado de drenagem", justifica.

O prefeito, que estava em Brasília na última terça-feira, cobrou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a retomada das obras da BR-440, que liga a cidade alta à rodovia. "A paralisação daquela obra foi uma tragédia para os moradores da Cidade Alta. Desde novembro do ano passado, venho trabalhando para a retomada, e o Dnit me deu toda a garantia de continuidade da obra. Infelizmente, este ano, o DNIT ficou três meses de greve, a obra poderia ter começado agora, mas vai começar no ano que vem. Será novamente licitada", afirma.

Sobre a falta de um projeto de captação de recursos para solucionar os problemas de alagamento do bairro Industrial, o prefeito ressaltou que estão sendo realizados estudos. "Como o bairro está abaixo do Rio Paraibuna, estamos fazendo este estudo para ver se vamos conseguir ou não resolver ou minimizar o problema do bairro. Tenho feito uma grande parceria com a deputada Margarida Salomão, com muita transparência. A gente vai tentar fazer um projeto que possa resolver o problema, para trabalhar este contexto, da mesma forma como eu tenho trabalhado com o deputado Marcus Pestana na questão da saúde."

Prioridades

Bruno disse que, para o próximo ano, as prioridades da administração serão reforçar as parcerias para solucionar os entraves das áreas da Saúde e da Segurança Pública. Segundo o prefeito, é preciso melhorar o atendimento à urgência e emergência. "Com o novo Samu e rede emergencial, pretendemos melhorar a saúde no município e, depois, com a conclusão do Hospital Regional. Além disso, realizar concursos públicos para efetivar o médico e fidelizar o médico na unidade de saúde. As reformas nas Unidades Básicas já estão sendo realizadas. A distribuição dos medicamentos também precisa melhorar muito."

Na visão do prefeito, há necessidade de cobrar o Estado e outras instituições para garantir a Segurança Pública. "É uma responsabilidade maior do Estado, a gente precisa melhorar muito. O programa Olho Vivo pode melhorar. Além disso, precisamos reforçar os programas sociais na vila Olavo Costa, na Zona Norte da Cidade, em bairros da Zona Sul e na zona leste de Juiz de Fora. É um trabalho social para diminuir este aumento da percepção de insegurança da população".

Bruno afirmou que as câmeras do programa Olho Vivo talvez possam ser instaladas a partir de março de 2014.

Obras da gestão anterior

Bruno relatou ainda a dificuldade da execução de obras anunciadas na gestão de seu antecessor, Custódio Mattos (PSDB). Segundo o prefeito, faltam recursos e projetos que viabilizem a realização das obras. "Não tem dinheiro para o mergulhão da Benjamin Constant. E ele só pode ser executado depois de outro mergulhão, o da Francisco Bernardino. A gente não pode executar os dois ao mesmo tempo. Há uma promessa do Ministério dos Transportes para liberar este recurso ano que vem. Ele já está empenhado, falta liberar para a gente começar a obra do mergulhão da Francisco Bernardino e do Viaduto Tupinambás. Uma ponte a gente está terminando agora e outra, posteriormente.

Concurso Público

Um dos pontos destacados durante a reunião foi a expectativa da administração para realizar um concurso público para contratação de novos profissionais. De acordo com o prefeito, é possível que no ano de 2014 sejam realizados novos certames, dando prioridade para a contratação de médicos, engenheiros e procuradores. "O processo já está em elaboração e acredito que para o próximo ano, se tudo der certo, iremos realizar novos concursos", afirma.

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