Deputados e autoridades debatem sobre política antidrogas em Juiz de Fora

Audiência Pública foi convocada pela Assembleia Legislativa, mas Governo de Minas não compareceu

Lucas Soares
Repórter
25/05/2015
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Uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira, 25 de maio, na sede da OAB em Juiz de Fora debateu sobre formas de se construir e fortalecer políticas antidrogas na região da Zona da Mata. Convocada pela Comissão de Prevenção e Combate ao uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa (ALMG), presidida pelo deputado Antônio Jorge (PPS), os deputados buscam encontrar formas para diminuir o problema enfrentado no Estado.

De acordo com Antônio Jorge, a Assembleia vai gerar um documento, no final do ano, com ações inovadoras e de sucesso sobre a causa. "Nossa finalidade é ouvir a perspectiva local, a regional, os atores que fazem o exercício da política sobre drogas e seus desafios. A nossa comissão está fazendo isso em todas as regiões. Temos a percepção que há uma ausência de sinergia entre as várias iniciativas. Há muito voluntarismo nessa agenda, uma participação importante da sociedade, mas infelizmente precisamos que a intersetorialidade aconteça para que tenhamos uma política mais forte", disse, ao abrir a reunião.

O deputado Missionário Márcio Santiago (PTB), que também faz parte da comissão, ressaltou a importância da religião para o combate às drogas. "É um tema muito complexo e com muitas dificuldades. Eu conheço muito de perto toda essa dificuldade, desde a infância, da inserção ao mundo das drogas. Sou pastor evangélico, mas estamos aqui para tratar de um tema que não é só pertinente à causa evangélica, e sim, da família. Se você é católico, espírita, protestante, você tem uma família e esse é o nosso bem maior. Essa é a primeira de oito audiências que vamos levar em todo o Estado para ouvir pessoas que convivem com essa luta, para que possamos sair daqui enriquecidos", explica.

Já o deputado Noraldino Júnior (PSC) afirmou que o seu mandato está à inteira disposição para a causa. "Em 2009, enquanto vereador, nós criamos uma comissão inédita de combate às drogas. Dali, fizemos inúmeras visitas e trouxemos para Juiz de Fora a necessidade de informar ao cidadão. Depois de vários debates, foi criado um importante conselho municipal. É uma satisfação imensa poder contribuir para essa causa e compartilhar o conhecimento que adquiri quando estava na comissão. Todos nós, juntos, podemos mudar essa realidade", garante.

Também marcaram presença na audiência os secretários de Governo, José Sóter de Figueirôa e de Desenvolvimento Social de Juiz de Fora, Flávio Cheker, como representantes da Prefeitura. O poder judiciário foi representado pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora, Paulo Tristão, e pelo promotor de saúde, Rodrigo Barros. Figueirôa ressaltou o que o município tem feito para auxiliar no combate ao uso de drogas. "Mais do que o crack, o álcool representa quase que a maioria das pessoas que têm dependência química no nosso município. Nós estamos fazendo a implantação do JF+Vida, o Olho Vivo, o Ambiente de Paz, além da revitalização dos espaços urbanos. A linha é através de políticas integradas", diz.

De acordo com Cheker, não existe uma solução única que se aplique as diversas realidades nacionais e locais. "Em uma discussão, o prefeito de Praga (República Checa) passou para a plateia, com efusividade, que o Estado fornece condições que o usuário faça o uso seguro de drogas. Ele comemorava que havia menos mortes por overdose e através do vírus HIV. Ele colocava isso como uma vitória para o município. Não há um modelo pronto, uma resposta pronta. São várias políticas públicas que devem ser analisadas e levadas em consideração", opina.

Proponente da reunião, Antônio Jorge lamentou a ausência de membros do Governo Estadual e da Polícia Militar. Ele disse que os órgãos públicos foram convidados para o debate.

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