Sem medo de ser feliz 

Nome do Colunista Sumaya Lima 26/11/2018

Receamos de tudo o que desconhecemos – coisa mais natural do mundo. Mas conhecer nos liberta. Não apenas do medo, mas também de hábitos que podem afetar a nossa saúde integral.

Nesta coluna, vamos falar de terapias holísticas. Aposto que você já ouviu falar sobre várias delas, pois o conhecimento contido em algumas é milenar. Mas por serem de uso urbano sistematizado muito recentemente, muitas pessoas desconhecem algumas das maravilhosas ferramentas dessas terapias para a saúde do corpo e da alma. O que vem a ser holístico?

O pequeno radical Holos vem do grego. Significa o todo, o inteiro dos objetos (animados ou inanimados). Assim, o terapeuta holístico cuida do seu cliente como um todo (física, emocional, mental e espiritualmente). Quando você chega ao espaço terapêutico, ainda que se queixe de uma parte do seu corpo o/a profissional vai investigar (junto com você) quais os fatores levaram você a sentir essa dor ou a permanecer no estado emocional debilitado em que está. Portanto, você será averiguado/a sobre os seus hábitos alimentares, de descanso, de moradia, de trabalho, seus sentimentos, seus pensamentos, se está feliz ou o que você fará para tornar-se feliz novamente. Enfim, o seu corpo será tratado de forma holística.

Nem sempre foi assim, mas hoje as Terapias Holísticas (TH) são reconhecidas em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a incentivar os países a desenvolverem pesquisas nesse campo por volta de 2002. O que muita gente ainda não sabe é que o Sistema Único de Saúde (SUS), que segue as diretrizes da OMS, oferece serviços de terapeutas holísticos.

Nos anos 1980, eram chamadas de práticas populares ou alternativas, porque se aproximavam de um estilo de vida mais natural. Afinal, é um período em que se começa a pensar na “estética da existência” a viver a Contra-Cultura. Período no qual o mundo procurava propostas alternativas de educação, de produção de alimentos, de empreendedorismo, de relações familiares e de trabalho e, obviamente, a visão sobre o Cuidar de Si começava a ser absolutamente outro. O indivíduo iniciou um processo de trabalho sobre si mesmo, estabelecido por ele. E a sociedade passou a estabelecer estilos diferenciados de um indivíduo estar no mundo, promovendo focos de resistência aos mecanismos de normalização e padronização dos modos de vida das populações.

Se, por um lado, havia um avanço tecnológico espetacular da indústria médico-farmacêutica, por outro, populações inteiras queixavam-se do difícil acesso a essas tecnologias e do abandono por esse tipo de assistência ou socorro. Ao mesmo tempo, percebeu-se que as resultantes dos tratamentos nas populações assistidas com essa tecnologia, por vezes, se causavam bem por um aspecto, desafortunadamente causavam mal por outro. Desse modo, profissionais regimentados da saúde, preocupados com a saúde da população, passaram a buscar intervenções que resultassem em menos efeitos colaterais nas interações medicamentosas. E foram trazidas para o ocidente alternativas de tratamentos orientais, tais como aqueles da Ayurvédica, um sistema medicinal indiano conhecido e utilizado há mais de 7 mil anos.

Muita água rolou debaixo da ponte num embate entre os que criticavam a favor e contra a implantação das THs. Até que enfim, alguns governos se convenceram da necessidade de pesquisar cientificamente os resultados dessas práticas terapêuticas. Aceitaram haver populações que possuíam um conjunto de informações de tratamento e faziam o uso cultural das “ciências alternativas” com ótimo efeito e resultado. Perceberam que havia um vasto mercado econômico e simbólico associado às suas práticas tradicionais centenárias. Logo, em poucas décadas, deu-se o aprofundamento de pesquisas nessa área.

Em Juiz de Fora, os tratamentos com a Homeopatia e investigação dos usos de fitoterápicos e plantas medicinais já existem desde dos anos 1990. Mas foi a partir de 2006, com essa nova diretriz, que esses tratamentos institucionalizados passaram a ser considerados por uma Política Nacional – a Política Nacional das Práticas Integrativas Complementares de saúde (PNPICs). Nesse ano, também foram incluídas a Acupuntura, a Antroposofia e o Termalismo – esse termo você pode achar que não sabe, mas sabe: tratamento com águas termais especiais. Ah, as águas que jorram pelos belos parques mineiros de Araxá, São Lourenço, Caxambu!

Vamos ver se você reconhece outras terapias que passaram a integrar as PICs desde março de 2017: Musicoterapia, Yoga, Meditação, Arteterapia, Reiki, Biodança, Dança Circular, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia. Reconhece alguma? Qual você já experimentou?  

E há mais novidades. Neste ano de 2018, passaram a ser 29 PICs oferecidas pelo SUS tais como a Constelação Familiar, a Geoterapia e a imposição de mãos.

Então, na próxima vez que o seu médico ou a sua médica, bem antenada no mundo, sugerir um tratamento complementar com uma dessas terapias, não se assuste. Não fique chateado/a se forem receitados menos remédios que você esperava ou nenhum. A medicina continua avançando. Seu médico/a está muito bem amparado/a por diversas pesquisas na área das holísticas, cujos resultados são tão bons que desafiam o entendimento da própria Ciência da Saúde. Algumas de conhecimento milenar e que aproximam você da sua espiritualidade. Nada a ver com a sua religião, tampouco se você não tem nenhuma. Relaxa. Verifique por você mesmo junto com o/a seu/sua médica o uso dessas práticas, sem medo de ser feliz!

Se ainda não notou, vai ver como as THs se tornaram uma realidade não apenas nas redes de saúde pública de várias cidades do Brasil, mas também em Espaços e Clínicas que oferecem esse serviço aqui mesmo em Juiz de Fora e região, visando o seu bem-estar, ampliando as suas chances de restabelecer a sua saúde. Ou as de mantê-la e de ampliar o seu conhecimento de si e do mundo.

Até a próxima.

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Créditos: TV | Instituto Roda da Vida

Créditos: Ministério da Saúde



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