Conheça mais sobre a Artrite Reumatóide

Amanda Beloti Amanda Beloti
3/02/2017

Olá leitores!

Hoje falarei sobre a Artrite Reumatóide, uma doença reumática crônica, que não tem cura, mas tem tratamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, é uma doença que acomete cerca de 1% da população e qualquer pessoa pode desenvolvê-la, desde crianças (Artrite Reumatóide Juvenil) até idosos. É bem mais frequente em mulheres, por causa de fatores hormonais (o estrogênio pode mexer com o sistema imunológico feminino).

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica que geralmente afeta mais as pequenas articulações das mãos e dos pés. É uma doença autoimune, ou seja, que faz com que o nosso sistema imunológico, responsável por proteger nosso organismo de vírus e bactérias, ataque os tecidos saudáveis do corpo por engano. Nos casos mais graves, ele ataca os órgãos como pele, olhos, pulmões e vasos sanguíneos.

A artrite reumatóide afeta o revestimento das articulações (chamado de membrana sinovial), causando dor, inchaço e vermelhidão.

Apesar de ser mais comum nas pequenas articulações de mãos e pés, como dito anteriormente, a artrite reumatóide pode ocorrer em joelhos, tornozelos, ombros, cotovelos, etc. Com o passar do tempo, a inflamação causada pela artrite reumatóide pode levar à erosão do osso e deformidades das articulações (irreversíveis, ocorrendo em 67 a 76% dos pacientes nos dois primeiros anos de doença).

Uma característica bem interessante desta doença é que ela obedece a um padrão simétrico, ou seja, ambos os lados são afetados. Se o joelho esquerdo é acometido, o direito também é. E assim por diante.

Apesar dos avanços nas pesquisas, a causa da artrite reumatóide ainda é desconhecida. Porém, os cientistas concordam que a combinação de fatores genéticos e ambientais é a principal responsável. Já foram identificados os genes que provocam uma probabilidade 10 vezes maior de se manifestar a doença, mas há quem possua esses genes sem desenvolver a artrite reumatóide (e o contrário também existe: algumas pessoas tem a doença, mas não tem esses genes!). Por isso as causas ainda não estão totalmente esclarecidas.

Mas podemos afirmar duas coisas: pessoas com histórico familiar de artrite reumatóide tem mais risco de desenvolvê-la e agentes infecciosos, como vírus ou bactérias, podem provocar a doença em quem tem a propensão genética.

Não é possível prever como será a progressão da artrite reumatóide, pois ela varia de pessoa para pessoa. Mas o tratamento é imprescindível para que haja uma melhora da qualidade de vida e uma redução da mortalidade nos casos em que os órgãos estão acometidos.

Os principais sintomas são:

  • Nas articulações: inchaço, dor, rigidez (comum pela manhã), vermelhidão, deformidades.
  • Na pele: nódulos subcutâneos ou vermelhidão.

  • Olhos: pode ocorrer esclerite (que causa dor, vermelhidão, vista embaçada e sensibilidade à luz) ou uveíte (inflamação na área entre a retina e o branco do olho, que pode causar cegueira). Por isso os pacientes devem submeter-se a exames oculares pelo menos 1 vez ao ano.
  • No pulmão: 1/3 dos pacientes com artrite reumatóide tende a desenvolver complicações pulmonares, como a pleurisia (inflamação no revestimento do pulmão que faz a respiração tornar-se dolorosa).
  • No coração: pacientes de artrite reumatóide tem 2,5% mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares do que pessoas saudáveis.
  • Nos vasos sanguíneos: a falta de controle da inflamação pode ocasionar anemia, bem como a formação de coágulos sanguíneos.

O tratamento adequado com um reumatologista, que irá prescrever as medicações corretas, fará o paciente entrar em remissão da doença. O reumatologista fará o diagnóstico baseado nos sinais clínicos (rigidez matinal, artrite em três ou mais áreas – simétricas e nódulos subcutâneos), exame de sangue (fator reumatóide positivo, entre outros indicadores) e alterações nos raios-x.

O tratamento fisioterápico é imprescindível para manter o paciente ativo, com as forças musculares equilibradas, tornando possível assim a realização das atividades de vida diária; além de reduzir e aliviar as dores causadas pelas inflamações articulares, prevenindo a ocorrência de deformidades. É muito importante que o paciente tenha forte adesão ao tratamento, já que a doença é crônica (sem cura). Como as medicações antiinflamatórias não podem ser usadas indiscriminadamente (pois sobrecarregam fígado e rins), é a fisioterapia que vai controlar as inflamações nos momentos de crise.

Obrigada pela leitura e até a próxima!
Dúvidas ou sugestões em amanda.beloti@yahoo.com.br.

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