Entenda o que é a Osteopenia

Amanda BelotiAmanda Beloti
22/02/2017

Olá pessoal! A pedido de um leitor, hoje falarei sobre a OSTEOPENIA.

A osteopenia não é uma doença, é uma condição clínica, que indica perda gradual de massa óssea. Caso esta perda vá aumentando, chegamos ao estágio de osteoporose.

A osteoporose sim é uma doença, que compromete a resistência e a integridade óssea (aumentando assim os riscos de fraturas por quedas ou pancadas – que em uma pessoa com massa óssea normal não teria maiores repercussões).

Os ossos do nosso corpo estão em constante processo de renovação: eles se decompõem e se reconstroem constantemente. Isso acontece com a ajuda de três tipos de células: os osteoblastos, que produzem a matriz óssea; os osteócitos, que são as células maduras que regulam a quantidade de minerais que temos nos ossos (em especial o cálcio e fósforo); e os osteoclastos, que são as células que reabsorvem a massa óssea que envelheceu para dar lugar à nova.


É justamente graças a este constante processo de renovação que podemos restaurar os nossos ossos após uma fratura:

A densidade mineral óssea (DMO) é a concentração de matriz óssea em um determinado volume de osso. Ela atinge seu pico quando estamos na terceira década da vida (21-30 anos). Aí, depois de alguns anos de estabilidade entre perda x renovação, o equilíbrio entre produção e reabsorção começa a ficar comprometido, tornando os ossos mais fracos e porosos. Ou seja, se a DMO cai, os ossos ficam mais quebradiços.

Acima a comparação do osso normal e o osso com OSTEOPENIA. Abaixo, um quadro agravado, que chegou ao estágio da OSTEOPOROSE (osso da esquerda).

A osteopenia pode afetar tanto mulheres quanto homens, mas a menopausa deixa as mulheres muito mais vulneráveis, por causa da queda na produção de estrogênio (hormônio feminino que contribui para a absorção de cálcio nos ossos).

Entre as principais causas da osteopenia podemos citar, portanto:

  • Envelhecimento (a proporção entre absorção e fabricação de novo osso muda drasticamente)
  • Fatores genéticos e hereditários
  • Desnutrição
  • Exposição insuficiente ao sol (a vitamina D ajuda na absorção de cálcio)
  • Sedentarismo (qualquer atividade física que gere um estímulo maior do que aquele que o indivíduo já está habituado contribui no aumento da atividade das células formadoras de matriz óssea e, consequentemente, no aumento ou estabilização da densidade mineral óssea - DMO)
  • Doenças de tireóide, fígado e rins
  • Uso prolongado de medicações como anticonvulsivantes, corticóides, hormônios tireoidianos
    Alcoolismo
  • Cafeína em excesso (que atrapalha absorção de cálcio)
  • Cigarro

Se nas mulheres a ocorrência da menopausa atrapalha na absorção óssea, os homens também não escapam: o problema se agrava após 60-70 anos com a queda da produção da testosterona.

A osteopenia não tem sintomas. Os sintomas só aparecem quando a condição se agrava e vira osteoporose.

O diagnóstico de osteopenia (e a observação de seu estágio - se está próximo de uma osteoporose) pode ser feito pelo exame de densitometria óssea.


Na imagem acima, vemos um laudo de densitometria óssea. A faixa verde indica NORMALIDADE, enquanto a amarela indica OSTEOPENIA e a vermelha OSTEOPOROSE. Usualmente, os exames são feitos com os ossos da coluna lombar e cabeça do fêmur. O ponto preto no gráfico colorido indica em que estágio o osso está.

É muito difícil reverter um quadro de osteopenia. Por isso, o objetivo maior é estagnar ou retardar a degradação do tecido ósseo que pode levar à osteoporose.

O médico pode prescrever suplementações com vitamina D e cálcio. Mas, mesmo parecendo inofensivas, essas suplementações não devem ser tomadas por conta própria sem acompanhamento medico.

Outras dicas para prevenção da evolução do quadro de osteopenia:

  • optar por uma alimentação balanceada, rica em cálcio, (leite e seus derivados, por exemplo), vitamina D (ovo, salmão, atum, verduras de folhas escuras, grãos integrais e cereais) pode ser suficiente para repor os 1.000mg diários de cálcio necessários para a saúde dos ossos;
  • expor a pele ao sol, especialmente a dos braços e das pernas, sem passar protetor solar durante 10/15 minutos, no período da manhã ou no final da tarde, para garantir a síntese da vitamina D indispensável para a absorção intestinal de cálcio;
  • praticar atividades físicas, se possível com algum impacto, durante 30 minutos, pelo menos cinco dias na semana. Exercícios simples, como andar, dançar, nadar, ajudam a manter a densidade óssea, a fortalecer os músculos e a melhorar o equilíbrio, o que reduz o risco de quedas;
  • evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro que prejudicam muito a qualidade dos ossos;
  • controlar a ingestão de cafeína, presente não só no café, mas também em vários tipos de chá, refrigerantes, chocolate e bebidas energéticas, porque interfere na absorção de cálcio pelo organismo.

Dúvidas ou sugestões: amanda.beloti@yahoo.com.br.

Obrigada pela leitura e até a próxima!


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