Quinta-feira, 29 de janeiro de 2009, atualizada ?s 11h32

Juiz de Fora registra queda no n?mero de casos de hansen?ase nos ?ltimos cinco anos


Guilherme Ar?as
Rep?rter
Madalena Fernandes
Revis?o

Na Semana Mundial de Combate ? Hansen?ase, Juiz de Fora comemora a redu??o do n?mero de casos da doen?a. Nos ?ltimos cinco anos, houve 144 novos diagn?sticos registrados na cidade. Em 2008, foram 11 casos, contra 25 do ano anterior. Os profissionais da sa?de alertam para a import?ncia do diagn?stico e do tratamento adequado da doen?a. Apesar de existir a cura e o risco de contamina??o ser inexistente nos pacientes que fazem o tratamento, o preconceito mostra que o grande desafio ainda ? a falta de informa??o.

Em Juiz de Fora, o acompanhamento dos pacientes ? feito no Pan Marechal e no Hospital Universit?rio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). S? o HU atende entre 25 e 30 pacientes da regi?o, atrav?s do Centro de Refer?ncia em Reabilita??o e Tratamento da Hansen?ase da Zona da Mata Mineira.

De acordo com a coordenadora do projeto de extens?o Aten??o interdisciplinar aos pacientes em controle de Hansen?ase: uma proposta de educa??o para a sa?de, Anna Cl?udia Rodrigues Alves, quanto mais precoce o diagn?stico, maiores as chances de um tratamento mais r?pido, que pode variar entre seis meses e um ano.

"A bact?ria que causa a hansen?ase ? transmitida pelo ar, mas na primeira dose do medicamento, o paciente j? passa a n?o oferecer o risco de contamina??o", explica.

Apenas 5% da popula??o ? suscet?vel a pegar a doen?a. Segundo Anna Cl?udia, quando o diagn?stico de hansen?ase ? confirmado, s?o realizados exames cl?nicos nos familiares pr?ximos ao doente para verificar a pr?disposi??o. Todos os procedimentos s?o feitos gratuitamente atrav?s do Sistema ?nico de Sa?de (SUS).

Foto de uma pessoa com hansen?ase Foto de uma pessoa com hansen?ase Foto de uma pessoa com hansen?ase

Para receber o tratamento no HU ? preciso passar por um posto de sa?de conveniado com o SUS, respons?vel pelo encaminhamento. Se confirmado, o paciente com hansen?ase passa a ser acompanhado por profissionais da sa?de e recebe todos os medicamentos.

O atendimento ambulatorial ? feito na unidade Dom Bosco. As quartas-feiras s?o destinadas aos usu?rios em controle da doen?a e as sextas, aos usu?rios em rea??o no per?odo ap?s a cura e alta medicamentosa.

No Pan Marechal, os pacientes podem se dirigir diretamente ? unidade, caso n?o queiram passar por um posto de sa?de. "Como ainda existe um estigma em rela??o ? hansen?ase, muitas pessoas t?m receio de procurar o posto de sa?de do bairro. Nesses casos, aceitamos que eles procurem diretamente a unidade no centro", afirma a respons?vel pelo setor de dermatologia do Pan Marechal, Sarah Lucas.

Em todo o Brasil, cerca de 40 mil casos s?o identificados todos os anos. Conforme Anna Cl?udia, o pa?s ? o segundo maior no n?mero de casos, perdendo apenas para a ?ndia. A Organiza??o Mundial de Sa?de preconiza o ?ndice de um caso para cada 10 mil habitantes como indicador de controle da doen?a. A m?dia nacional est? em 2,04, acima do ?ndice.

Data esquecida em Juiz de Fora

Apesar da redu??o nos registros da doen?a em Juiz de Fora, a cidade n?o organizou qualquer a??o especial para lembrar a import?ncia do diagn?stico e tratamento da hansen?ase, durante a semana mundial que lembra a doen?a.

Em Ub?, o Movimento de Reintegra??o das Pessoas Atingidas pela Hansen?ase (MORHAN) desenvolve uma campanha educativa de esclarecimento ? popula??o sobre preven??o, controle, tratamento e erradica??o da doen?a. O evento ser? no pr?ximo s?bado, dia 31 de janeiro, de 8 h ?s 12 h, na pra?a de Divin?sia e de Br?s Pires.

A doen?a

A hansen?ase ? causada pela bact?ria Mycobacterium leprae, que provoca manchas brancas ou vermelhas, insens?veis ? dor e ao calor. A sensa??o de formigamento, fisgadas ou dorm?ncia nas extremidades tamb?m podem ser ind?cios da doen?a. Em casos mais avan?ados s?o observados caro?os e placas em qualquer local do corpo, al?m da diminui??o da for?a muscular.

O tratamento ? via oral, constitu?do pela associa??o de dois ou tr?s medicamentos e ? denominado poliquimioterapia. De acordo com o Minist?rio da Sa?de, a preven??o baseia-se no exame dermato-neurol?gico e aplica??o da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domic?lio com o portador da doen?a.