Quarta-feira, 13 de janeiro de 2010, atualizada às 17h52

Liraa de janeiro aponta índice de infestação do mosquito da dengue de 4,97 em Juiz de Fora

Clecius Campos
Repórter

O resultado do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (Liraa) de janeiro de 2010 apontou que o Índice de Infestação Predial (IIP) do vetor da dengue em Juiz de Fora é de 4,97. O número é cinco vezes maior que o preconizado pelo Ministério da Saúde, que considera índices de risco aqueles acima de 1. O valor é ainda quase o dobro do registrado em janeiro de 2008, quando o IIP foi de 2,77.

"Hoje podemos dizer que o mosquito está espalhado por toda a cidade. O número reflete a realidade do município, pois dessa vez a logística e a quantidade de equipamentos foram suficientes. O valor do IIP é alto e classifica a infestação na cidade como de alto risco", analisa o subsecretário de Vigilância em Saúde, Ivander Mattos Vieira.

Segundo Vieira, apesar do crescimento, o número está aquém do esperado historicamente. "Normalmente, entre os meses de outubro e janeiro, o resultado do Liraa quase triplica, por isso, esperávamos um número próximo a 6."

O Liraa aponta que em 62% dos bairros da cidade há a presença do Aedes aegypti. Entre as regiões onde o vetor foi mais encontrado em forma de larva ou em fase adulta está o estrato 14, com IIP de 13,3. A área compreende os bairros Linhares, Penitenciária, Vila Almeida, Fazenda Yung, Grajaú, Alto Grajaú, Nossa Senhora Aparecida, São Tarcísio, Ladeira e Manoel Honório. A segunda região que apresentou o valor mais alto de IIP foi o estrato 1, com índice de 10,5, nos bairros Barreira do Triunfo, Vila Triunfo, Ponte Preta, Loteamento Miguel Marinho, Distrito Industrial, Vila Esperança, Santa Tereza, Nova Benfica, Araújo, Benfica, FEEA, Santa Cruz, São Francisco e Holcin (ver mapas). De acordo com Vieira, tais regiões necessitarão de tratamento focal especial de combate ao mosquito.

Os números do Liraa mostram que grande parte dos focos foi encontrada dentro dos domicílios. Do total de 394 criadouros positivos para a presença do mosquito, 28% encontravam-se em depósitos móveis, como vasos, frascos, pratos, pingadeiras e bebedouros. Outros 31% estavam em depósitos ao nível do solo, como barris, tinas, tambores, tanques e poços. A quantidade de criadouros em pneus representa 11% do total.

15 novas kombis e 20 novos agentes

Foto de kombisPara reforçar o combate ao mosquito, o município vai contar com 15 novos veículos do modelo kombi para o trabalho de campo. Os carros foram doados pelo Ministério da Saúde. De acordo com a secretária de Saúde, Maria Ruth dos Santos, além do reforço logístico, 20 novos agentes de combate a endemias serão contratados, por meio de seleção pública, para atuar na cidade. O edital será lançado na próxima segunda-feira, 18 de janeiro. As inscrições poderão ser feitas no site da Prefeitura, onde os candidatos irão preencher um formulário sobre suas formações acadêmicas e experiências profissionais. Um teste físico também será meio de seleção.

Uma ação integrada entre a Vigilância Sanitária, o Programa Saúde da Família (PSF), o Departamento de Fiscalização da Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) e o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) pretende suprir a necessidade da cidade. "O PSF entra com 500 agentes comunitários, que irão facilitar a entrada dos agentes de endemias nas casas. A fiscalização da SAU faz trabalho de vistoria e o Demlurb cuida da limpeza em locais de risco. Agindo de forma integrada, o município potencializa o combate ao vetor."

A última vertente de combate ao mosquito é a mobilização social e a educação em saúde. A intenção é resgatar a campanha Juiz de Fora Contra a Dengue. "O poder público não pode ser o único responsável pela luta contra a doença. Precisamos do apoio de todos."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!