Quarta-feira, 29 de novembro de 2017, atualizada às 18h14

Liberação do Aedes do bem começa nesta quinta-feira em Juiz de Fora

Da redação

A liberação dos primeiros lotes do “Aedes do Bem™” começarão nesta quinta-feira, 30 de novembro, em Juiz de Fora. A cidade é a primeira em Minas a adotar a tecnologia que, pretende ser mais uma ação contra o Aedes aegypti, vetor transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. O ato que dará início à liberação acontecerá às 11h, na Praça do bairro Santa Luzia, com a presença de autoridades e técnicos.

Os mosquitos serão soltos três vezes por semana em regiões dos três bairros contemplados pelo projeto nesta primeira fase: Santa Luzia, Monte Castelo e Vila Olavo Costa. As liberações ocorrerão preferencialmente pela manhã. A escolha dos bairros levou em conta a incidência de casos notificados de dengue e os dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa). O índice de infestação vem sendo monitorado de perto pela empresa parceira da Prefeitura neste projeto e desenvolvedora da tecnologia, a Oxitec do Brasil. “Vamos continuar monitorando, e a quantidade de mosquitos liberada poderá variar, sempre buscando a maior efetividade da tecnologia”, esclareceu a gerente de Produção e Distribuição da Oxitec, Karla Tepedino.

A expectativa é de que os primeiros “Aedes do Bem™” apareçam nas ovitrampas – armadilhas utilizadas para o monitoramento do índice de infestação – cerca de 30 dias após o início da liberação. Os mosquitos geneticamente modificados herdam, além do gene autolimitante – que não persiste e nem se espalha no meio ambiente –, um marcador fluorescente, que permite que sejam identificados em laboratório, viabilizando o acurado monitoramento e a avaliação da eficácia durante todo o programa, nas áreas tratadas.

Os descendentes do “Aedes do Bem™” herdam também marcador fluorescente, que permite que sejam identificados no laboratório, facilitando seu acurado monitoramento e a avaliação da eficácia durante todo o programa de uso da tecnologia.

“Essa tecnologia inovadora e sustentável se soma ao nosso incansável trabalho no combate ao Aedes aegypti, com destaque para a ação conjunta dos agentes comunitários de saúde e os de combate a endemias, que estão nas ruas o ano todo. Não paramos de buscar alternativas para melhorar este trabalho, pensando na saúde de cada juiz-forano”, afirmou o prefeito Bruno Siqueira.

Dez minutos contra a dengue

Mesmo com este projeto inovador, o trabalho dos moradores continua sendo fundamental. Com o início da liberação, a orientação é de que as pessoas deixem os mosquitos entrarem em suas casas, permitindo que os “Aedes do Bem™”, que são mosquitos machos e, portanto, não picam e não transmitem doenças, façam o serviço deles, que é copular com as fêmeas selvagens do Aedes aegypti, para gerar descendentes que morrerão antes de alcançar a idade adulta.

Se o mosquito perturbar e o morador ficar em dúvida se é “Aedes do Bem™” ou não, a orientação é colocar o ventilador no cômodo, para afastá-los, e, caso incomode, matar o inseto com as ferramentas de costume, como inseticidas e raquetes elétricas.

Para a secretária de Saúde da PJF, Elizabeth Jucá, a expectativa é de que os primeiros resultados sejam percebidos entre quatro e seis meses após o início das liberações.

Engajamento público

O Projeto “Aedes do Bem™” em Juiz de Fora teve início com intenso trabalho de engajamento público, no qual as informações foram levadas à população. Agentes de combates de endemias e comunitários de saúde e técnicos da Oxitec realizaram visitas porta a porta nos bairros a serem beneficiados nesta primeira etapa, para explicar sobre a estratégia.

O engajamento público envolveu ainda representantes de conselhos, entidades de classe, da Administração Municipal, lideranças comunitárias, estudantes e população em geral, e contou com palestras, rodas de conversa e ações, como as edições do projeto “Bem Comum Bairros”.

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