Uso de colírios requer cuidados Há quem pense que os colírios são inofensivos e usam sem consultar um médico. Muitas mulheres fazem uso do medicamento para realçar a maquiagem

Daniele Gruppi
Repórter
Madalena Fernandes
Revisão
22/10/2008

Entre os badulaques que as mulheres carregam em suas bolsas, encontram-se os colírios, indicados para quem usa lentes de contato e para tratamentos de infecções. Entretanto, o medicamento também tem sido usado pelas mais vaidosas para realçar a maquiagem. O produto clareia a parte branca do olho, resultando em um make mais bonito.

A oftalmologista Beatriz Hollanda alerta para a combinação colírio e maquiagem. O medicamento provoca a contração dos vasos dilatados, fazendo com que eles desapareçam durante seu efeito. "O uso prolongado pode deixar o olho congestionado definitivamente." Como truque de maquiagem, Beatriz afirma que vale usar compressas com soro fisiológico nos olhos.

A oftalmologista diz que não há restrição para o uso de maquiagem próxima aos olhos, desde que os produtos estejam no prazo de validade. É aconselhável ainda escolher uma marca já certificada no mercado. Quem tem alergia, deve redobrar os cuidados e optar por um produto hipoalergênico. A oftalmologista ressalta que a maquiagem, assim como o colírio, não deve ser compartilhada, para evitar as contaminações.

Perigos da automedicação

Beatriz Hollanda Há quem pense que os colírios são inofensivos e acabam usando sem consultar um médico. O mercado disponibiliza diversos tipos e não há dificuldades para adquiri-los nas farmácias. Mas, a escolha de um ou outro medicamento exige a orientação de um especialista, já que cada um tem uma finalidade.

Os colírios lubrificantes sem conservantes são prescritos, por exemplo, para quem trabalha direto com o computador, em ambientes que possuem ar condicionado, para quem vai à praia ou para lugares em que ficam expostos ao vento. Há os que são à base de corticóides e antibióticos, que ajudam a curar infecções. "Para indicar este tipo de colírios, há a necessidade de o paciente passar por exames."

O uso indiscriminado, sem orientação, pode provocar infecções, alergias, catarata, glaucoma e até cegueira. Os colírios antibióticos também podem reduzir a resistência imunológica.

Com a chegada do verão, a incidência de algumas inflamações, como a conjuntivite, é maior. "O aumento da temperatura facilita a proliferação das bactérias", explica a médica. Cresce também o número de pessoas que tentam se tratar sozinhas, o que não é indicado.

Clubes e praias também são ambientes propícios para a disseminação de bactérias. Irritação nos olhos provocada pela água de piscinas e do mar devem ser tratadas com soro fisiológico, e não com colírio. Se o sintoma não desaparecer em dois, três dias, deve-se procurar um oftalmologista. O soro fisiológico também é indicado para a higiene ocular.

Beatriz desaconselha os uso de lentes de contato em piscinas, cachoeiras e em ambientes de água natural. Ela revela que o mau uso das lentes causa lesão sérias em um paciente a cada cem (leia a matéria sobre o uso de lentes).

Uso correto do colírio
  • Verificar a data de validade;
  • Evitar compartilhar o colírio com outras pessoas;
  • Olhar para cima, puxar suavemente a pálpebra inferior do olho e pingar o colírio;
  • Fechar os olhos por três minutos para garantir o efeito;
  • A ponta do frasco não deve encostar no olho;
  • Se usar lentes, retire-as antes da aplicação;
  • Utilizar o medicamento seguindo as recomendações do médico, observando-se os horários e quantidade de gotas.